quinta-feira, 30 de julho de 2020

Hashepsut: A primeira faraó do Egito e o sorriso de 3500 anos

A faraó do Egito, que teve seu reinado dentre 1473-1458 A. C, conseguiu realizar inúmeras conquistas durante a sua vida. Governou um país que, antigamente, era dominado pelos homens, onde as mulheres eram vistas apenas para servirem aos seus superiores. No entanto, tudo mudou durante o reinado de Hashepsut.
Seus privilégios tiveram início desde o seu nascimento. Durante o casamento do rei da 18ª dinastia, o Tutmés I, com Ahmose, foi concebida a sua primogênita. Após o segundo casamento do seu pai, agora com Mutnofret, a futura faraó ganhou mais alguns irmãos. Sendo que um deles, veio a se tornar o seu marido quando atingiu a idade necessária.
No Egito Antigo, somente os homens podiam ocupar um cargo tão alto, por isso, quando Tutmés I veio a falecer, seu filho, casado com a sua primogênita, assumiu o trono e foi batizado como Tutmés II, prometendo continuar o legado do seu pai. Durante o casamento dos filhos de Tutmés I, o herdeiro gerado havia nascido uma linda menina, a qual foi batizada de Neferure.
Tutmés II faleceu em 1479 A. C, mas como a sua pequena família era composta por sua esposa e filha, nenhuma delas puderam assumir o trono. Dessa forma, ele foi repassado para o outro filho do primeiro faraó, que antes era Isis e passou a ser reconhecido como Tutmés III. Porém, Isis havia acaba de nascer, não tinha idade suficiente para governar.
Tomando posse do que era seu por direito
Dessa forma, desde o seu nascimento, Hashepsut foi negligenciada por ter nascido uma mulher. Não importava se era a primogênita de Tutmés I, ela estava fadada a viver sempre as sombras dos seus irmãos. Mas, tudo mudou quando seu marido veio a óbito. Durante 7 anos, ela servia como uma regente do rei bebê, estando sempre por perto, esperando o momento em que seria vista como além de uma mera rainha.
Foi durante o final do seu sétimo ano de reinado, que ela foi coroada como faraó em regime pleno, após recorrer aos protocolos escritos para os soberanos do Egito. Desde o momento em que se tornou o rei dominante do país, ela passou a se vestir como um. Seus retratos agora refletiam uma aparência masculina, que iam desde a sua face até as suas vestes.
Da ascensão à morte da primeira faraó do Egito
Assim, nunca foi descoberto como ela conseguiu a aceitação do povo e da elite egípcia, que naquela época, prezavam bastante pelas normas reais. Enquanto viveu, ela deixou seu legado e o seu trono foi repassado de volta para Tutmés III, que agora já tinha idade suficiente para governar. Ele teve no trono egípcio durante 33 anos, e mandou destruir qualquer evidência que viesse a lembrar que um dia, o Egito foi governado por uma faraó.
Seu corpo foi mumificado e encontrado no ano de 2007, durante uma expedição no local onde foi colocada, na tumba KV 60 no Vale dos Reis. Durante as análises dos restos corporais, a antropóloga da Cornell University, Meredith Small relatou que a “tomografia computadorizada feita de um único dente em uma caixa com o nome de Hatshepsut combinava perfeitamente com uma cavidade dentária na mandíbula da múmia”.
Uma observação curiosa feita pelos arqueólogos que a encontraram é que a múmia da rainha Hatshepsut, faraó do Egito Antigo, parece estar sorrindo, mesmo após quase 3.500 anos.

Créditos: SoCientífica

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