sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Pintura em caverna na Indonésia mostra mais indícios da capacidade imaginativa dos humanos

Os seres humanos parecem ter predisposição para inventar, contar e consumir histórias. Pelo menos é o que diz o artigo, publicado na revista Nature, escrito por um grupo de arqueólogos da Universidade Australiana de Griffith.
A equipe descobriu a pintura rupestre de caça mais antiga do mundo, em uma caverna da Indonésia. Com uso de tecnologia de datação, a equipe confirmou que a pintura é de pelo menos 43,9 mil anos atrás, durante o Paleolítico Superior.
De acordo com a pesquisa, essa descoberta aponta para uma cultura artística avançada. A pintura de 4,5 metros de comprimento foi vista na ilha de Sulawesi há dois anos. Ela representa animais sendo perseguidos por caçadores meio humanos empunhando o que parecem ser lanças e cordas.
As pinturas em cavernas na Indonésia
Essa cena é o registro pictórico mais antigo de narrativa e o primeiro trabalho artístico figurativo do mundo, de que os pesquisadores têm conhecimento. A descoberta veio depois da pintura de uma animal na caverna de Bornéu na Indonésia. Foi determinado que ela tem pelo menos 40 mil anos. Já em 2014, os pesquisadores dataram uma obra figurativa em Sulawesi com 35 mil anos.
As pinturas em cavernas da Indonésia desafiam o pensamento de que as pinturas rupestres teriam surgido na Europa. Existem pelo menos 242 cavernas ou abrigos com pinturas antigas, apenas em Sulawesi. Além disso, novos lugares são descobertos todos os anos, de acordo com os pesquisadores.
Na última imagem datada os animais parecem com porcos selvagens e pequenos búfalos. Os caçadores representados com coloração marrom avermelhada têm corpos humanos e cabeças de animais, entre eles pássaros e répteis.
Na mitologia, essas figuras misturando características humanas e animais são conhecidas como teriantropos. Essas representações sugerem que os humanos primitivos nessa região eram capazes de imaginar coisas.
A pintura descoberta parece ser sobre caça e ter, talvez, conotação mitológica ou sobrenatural. Antes, pensava-se que o exemplo mais antigo de teiantropia fosse da Alemanha de 40 mil anos. Ela representa uma figura de marfim meio humana, meio leão.
Para os pesquisadores a descoberta é relevante, dada à possibilidade de que a habilidade de inventar histórias de ficção pode ter sido o último e mais crucial estágio na história da evolução da linguagem humana. Além do desenvolvimento dos padrões de cognição semelhantes aos modernos.
No entanto, alguns cientistas se demonstraram céticos em relação a descoberta ser de fato uma cena, ou uma série de pinturas feitas, possivelmente, durante milhares de anos. Representações de humanos ao lado de animais se tornaram comuns em outras partes do mundo apenas cerca de 10 mil anos atrás.

Créditos: Hypescience

Essas bizarras criaturas podem comer pedras e defecar areia

Grande parte dos moluscos costuma fazer sua toca em um leito de lama ou areia, mas esse cara aqui não. O Lithoredo abatanica é um molusco de água doce que foi descoberto em 2006 e ele pode literalmente comer rocha e defecar areia. Mas não é só isso, a pequena criatura pode até redesenhar a forma dos rios.
Os cientistas estão intrigados porque até agora, ninguém foi capaz de explicar como isso é possível. Tiveram até que criar um novo gênero para as bizarras criaturas.
Pesquisadores do Centro do Ocean Genome do Nordeste das Filipinas descobriram um novo gênero ou espécie de molusco que se enterra no leito de um rio nas Filipinas.
Alguns espécimes foram coletados de vários locais através do uso cuidadoso de um martelo e um cinzel. Eles foram observados em tanques e preservados.
Apesar do nome eles não são minhocas e sim uma espécie de bivalves (mexilhões ou moluscos). O caramujo tem o corpo alongado que não se encaixa bem na concha, então evoluiu para uma espécie de ferramenta de moagem. E aparentemente, esse é o grande segredo de sua alimentação.
Alguns tipos bivalves de realizam o mesmo processo porém, com madeira. Muito mais trabalho precisa ser feito para determinar se esses moluscos realmente obtêm seus nutrientes das rochas que comem ou se apenas digerem as pedras como uma forma de se movimentar. já que rochas tem pouquíssimos nutrientes.
Uma coisa é certa, ainda há muito o que se aprender com essa nova espécie.

Créditos: Socientífica

Descoberta a terra mais profunda do planeta e ela tem 9 vezes a profundidade do mar morto

Um novo mapa dos vales, desfiladeiros e montanhas, ocultos pelo gelo da Antártica mostrou a terra mais profunda do planeta e contribuirá para a previsão de perda de gelo futura.
O gélido continente do sul aparenta ser plano mas sob todo o gelo que se acumulou por eras há um velho continente tão “enrugado” quanto qualquer outro. Essa textura é muito importante para a previsão de quando e como o gelo vai fluir e quais regiões congeladas seriam mais vulneráveis ​​em um planeta em constante aquecimento. O mapa mais recente, criado pela Nasa, conhecido como BedMachine Antarctica, une as medidas de movimentação do gelo, radar, medidas sísmicas e outros dados para gerar uma imagem detalhada dos recursos escondidos da Antártica.
“Usando o BedMachine para ampliar setores específicos da Antártica, encontramos detalhes essenciais, como solavancos e cavidades sob o gelo que podem acelerar, desacelerar ou até parar o recuo das geleiras”, afirmou Mathieu Morlighem, cientista da Universidade da Califórnia, Irvine (EUA) neste comunicado.
Este novo mapa, publicado na revista científica Nature Geoscience em 12 de dezembro, revela aspectos topográficos antes desconhecidos que moldam o fluxo do gelo na Antártica.
Estes aspectos possuem “implicações importantes para a resposta das geleiras às mudanças climáticas”, detalharam os autores. “Por exemplo, geleiras que fluem através das montanhas transantárticas são protegidas por cordilheiras amplas e estabilizadoras”.
Compreender o fluxo do gelo no continente gelado é cada vez mais crucial à medida que o planeta aquece. Se todo o gelo do continente derretesse, o nível do mar aumentaria em 60 metros. Isso não aconteceria logo mas mesmo que seja gradual os efeitos globais serão devastadores.
Incluso nestes dados está a evidência do desfiladeiro mais profundo de todo o planeta. Ao estudar o montante de gelo fluindo por uma certa região estreita chamada Vale de Denman anualmente, os cientistas perceberam que ele deve descer ao menos 3.500 metros abaixo do nível do mar para acomodar todo o volume de gelo. É uma profundidade muito maior do que o próprio Mar Morto, a região mais baixa de terra exposta, que possui 432 metros abaixo do nível do mar, de acordo com o centro de Pesquisa Oceanográfica e Limnológica de Israel .
O mapa traz uma profusão de novas informações sobre quais seriam as regiões do gelo da Antártica em que corre maior risco de deslizamento para o oceano nas décadas e séculos vindouros, afirmam os autores.

Créditos: Hypescience

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

“TUPI” E “GUARANI”: ESTRELA E PLANETA GANHAM NOMES INDÍGENAS BRASILEIROS

A estrela HD 23079 e o exoplaneta HD 23079b, situados na constelação Retículo, receberam os nomes de Tupi e Guarani, em votação pública que recebeu 977 sugestões de nomes, entre junho e setembro de 2019, e que teve 14 nomes finalistas.
Este ano, pela segunda vez na história, foi realizada uma campanha para a nomenclatura de planetas e estrelas. De acordo com a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), foram mais de 360 mil sugestões enviadas por pessoas de aproximadamente 110 países, com a participação de cerca de 420 mil votantes. A campanha recebeu o nome de IAU100 NameExoWorlds, devido às comemorações do centenário de atividade da IAU.
No Brasil, a campanha “NomeieExoMundos” teve início em abril. Uma comissão de especialistas estabeleceu normas para a aceitação de nomes. Dentre as 14 sugestões que passaram para a fase final, Tupi e Guarani foram eleitos os nomes vencedores, com 15% dos votos.
Dezenas de nomes selecionados para a eleição têm origem na etimologia indígena, já que, em 2019, a ONU está promovendo o Ano Internacional das Línguas Indígenas. Em reconhecimento ao evento, os falantes dessas línguas foram incentivados a propor nomes baseados em sua própria origem.
Esse também foi o caso da Argentina, onde o exoplaneta HD 48265b e a estrela HD 48265 receberam, respectivamente, os nomes Naqaya e Nosaxa, sugeridos pelo líder da comunidade indígena Moqoit.
Outros países optaram por homenagear sua mitologia, cidades antigas, riquezas naturais de importância nacional, entre outros.
O evento que deu nome a mais de 100 novos planetas e estrelas aconteceu nesta terça-feira (16), em Paris, França.

Créditos: Megacurioso

Nova espécie de titanossauro é descoberta no Equador

Os fósseis de um titanossauro previamente desconhecido foram encontrados no Equador. O dinossauro de médio a pequeno porte viveu há 85 milhões de anos, durante o período do Cretáceo Superior. Seus restos mortais foram descobertos no extremo sul do país, na província de Loja. É a primeira vez que fósseis de dinossauros são identificados no Equador e o exemplo mais ao norte de sua subfamília de saurópodes encontrada até hoje.
Os fósseis do titanossauro, chamado Yamanasaurus lojaensis, são os primeiros do gênero e foram descobertos por um fazendeiro em rochas da Formação Río Playas na paróquia de Yamana. De acordo com um relatório de El Universo, os fósseis foram repassados até se tornarem propriedade do Estado.
Em agosto de 2018, o paleontólogo argentino Sebastián Apesteguía, da Universidade Maimónides, foi convocado pelos professores John Soto, José Tamay e Galo Guamán da Universidade Técnica de Loja (UTPL) para dar uma conferência e dar a opinião de um especialista sobre os fósseis. Apesteguía disse ao jornal El Universo que lhe foi pedido que verificasse se os fósseis vinham de um dinossauro e se ele poderia dizer aos professores alguma coisa sobre a longa e extinta criatura. Ele podia e fez.
“Foi um choque”, disse Apesteguía, “o material que me mostraram foi incrível porque é claramente as duas últimas vértebras sacrais de um titanossauro. Mais tarde, meu colega Pablo Gallina e eu pudemos descobrir exatamente que tipo de titanossauro, mas naquele momento não havia dúvida de que era um dinossauro de médio a pequeno porte”.
Um artigo sobre a descoberta na Pesquisa Cretácea afirma que os fósseis de Yamanasaurus lojaensis incluem “um sacro parcial, uma vértebra caudal média parcial e vários ossos de membros associados” e a “Morfologia, tamanho e idade sugerem que Yamanasaurus está intimamente relacionado com Neuquensaurus, sendo de longe o mais setentrional conhecido”.
Processos técnicos foram então realizados na província de Loja e análises dos resultados em Buenos Aires. Quando as vértebras foram examinadas, os especialistas foram capazes de fazer um achado particularmente útil – não a presença de câmaras, que são mais comumente encontrados em um saltasaurus titanosaurus (um dinossauro sauropod titanosaurid do período Cretáceo Final com fósseis encontrados na Argentina), mas uma textura que era mais esponjosa. Isto significa que o animal era mais parecido com um Neuquensaurus australis (um gênero de dinossauro saltasaurid sauropod que é do mesmo período, mas que deixou fósseis tanto na Argentina como no Uruguai).
E com essa informação na mão, Apesteguía disse ao El Universo que a imagem de como era o dinossauro ficou clara:
“A comparação das vértebras, especialmente as vértebras caudais do Neuquensauro e dos saltassauros patagônicos, têm exatamente a mesma forma e tamanho. Isso significa que o animal é idêntico ao Neuquensauro, incluindo a estrutura interna dos ossos. Portanto, não foi necessário inventar muito. É basicamente colocar as partes que temos do Yamanasaurus no esqueleto de um Neuquensaurus. É realmente muito simples. Eles são praticamente idênticos”.
Os pesquisadores acreditam que o titanossauro foi um herbívoro que provavelmente comeu de árvores menores. Mas o que Apesteguía quer expressar quando diz que o Yamanasaurus lojaensis é um dinossauro de médio a pequeno porte? Neste caso, refere-se a uma criatura que mediu aproximadamente seis metros de comprimento, era robusta e tinha uma concha protetora. Sua pele também estava provavelmente coberta de ossos minúsculos para proporcionar maior proteção contra predadores. A reconstrução do primeiro dinossauro conhecido do Equador foi criada pelo paleoartista argentino Jorge González.
Além de ser o primeiro exemplo conhecido de fósseis de dinossauros do Equador, o significado que esta descoberta tem um alcance mais amplo. É o primeiro no Equador e, cientificamente, é o exemplo mais ao norte, mais boreal, de um saltassauro que encontramos, Apesteguía disse ao jornal El Universo.
“Até agora, o mais setentrional ficava no norte da Argentina. Mas de repente há um salto e encontramos o mesmo tipo de animal do mesmo período no Equador”.
Os pesquisadores sabem que a feliz descoberta dos fósseis de titanossauro pode significar que há mais para encontrar na região, então já estão planejando uma busca. Mas há preocupações muito reais de que, se as autoridades competentes não agirem rapidamente, poderão perder para outros que tem a possibilidade de encontrar os fósseis e vendê-los no mercado negro antes mesmo que os especialistas comecem a busca.

Créditos: Socientífica

“Lábios do diabo” são a nova moda assustadora na Rússia

“Lábios ondulados”, “lábios do diabo” ou “lábios de polvo” são alguns dos apelidos dessa moda que parece ter surgido na Rússia. Imagens de lábios desfigurados com preenchimento têm pipocado nas redes sociais, e muitos acharam se tratar de Photoshop.
A origem exata das imagens ainda é desconhecida, mas uma cirurgiã plástica russa conhecida por lançar outras modas muito estranhas pode estar por trás dessa invenção questionável. O procedimento semi-permanente envolve colocar preenchimento nas bordas dos lábios para criar um efeito de onda.
A moda tem sido desaprovada por médicos e profissionais de saúde, que alertam que caso a substância utilizada para fazer o preenchimento acabe na correte sanguínea, pode causar bloqueios e necrose no tecido. A região dos contornos dos lábios é rica em pequenos vasos sanguíneos.

Créditos: Hypescience

CALENDÁRIO DE 2020 ESTARÁ RECHEADO DE FERIADOS PROLONGADOS

O ano de 2020 dos brasileiros contará com nove feriados em seu calendário nacional. Destes, seis são prolongados. A maioria dos dias irão cair em sextas-feira, terças-feiras e segundas-feiras quando a possibilidade de emendar é maior.
A quantia ainda pode aumentar dependendo das datas festivas referentes aos estados e municípios. Nas somas de um paulista, por exemplo, entram ainda Dia da Consciência Negra (20 de novembro), Aniversário da Cidade (25 de janeiro), Revolução Constitucionalista (09 de julho), Carnaval (25 de fevereiro) e Corpus Christi (11 de junho). Os dois últimos são comuns em muitas regiões brasileiras e chegam a serem confundidos com feriados nacionais, porém, não são. Dessa forma, um paulista contaria com catorze folgas durante o ano que vem.
Ficou curioso para programar suas viagens e folgas para 2020? Confira os feriados nacionais que estão listados abaixo e pesquise o calendário da sua cidade e seu estado para conferir suas chances.

Confira os feriados nacionais de 2020:
  • 1º de janeiro (quarta-feira): Confraternização Universal
  • 10, 11 e 12 de abril (sexta-feira a domingo): Paixão de Cristo (dia 10)
  • 21 de abril (terça-feira): Tiradentes
  • 1º, 2 e 3 de maio (sexta-feira a domingo): Dia Mundial do Trabalho (dia 1º)
  • 5, 6 e 7 de setembro (sábado a segunda-feira): Independência do Brasil (dia 7)
  • 10, 11 e 12 de outubro (sábado a segunda-feira): Nossa Senhora Aparecida (dia 12)
  • 31 de outubro, 1º e 2 de novembro (sábado a segunda-feira): Finados (dia 2)
  • 15 de novembro (domingo): Proclamação da República
  • 25, 26 e 27 de dezembro (sexta-feira a domingo): Natal (dia 25)

Créditos: Megacurioso

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Homem esmagado por rocha na erupção do Vesúvio é descoberto

Autoridades do sítio arqueológico de Pompéia anunciaram a descoberta do esqueleto de um homem esmagado por uma enorme rocha enquanto tentava fugir da erupção do Monte Vesúvio em 79 dC.
A vítima, estimada possuir mais de 30 anos, teve seu tórax esmagado. Arqueólogos não encontraram a cabeça da vítima. Autoridades disseram que o homem sofreu de uma infecção na perna que pode ter causado dificuldades de locomoção e, assim, impedido sua fuga.
Foi divulgada uma foto mostrando o esqueleto saindo de baixo de uma grande rocha que pode ter sido um batente de porta que havia sido “violentamente lançado pela nuvem vulcânica”.
O homem, que se acreditava ter 30 anos, foi encontrado no primeiro andar de um prédio, acima da camada de pequenas pedras carregadas pela nuvem.
Mas não foi a lava derretida de movimento lento que matou a maioria das pessoas de Pompéia. Em vez disso, uma vasta nuvem de gás quente e fragmentos – chamada de fluxo piroclástico – surgiu sobre a cidade, matando seus habitantes onde quer que estivessem e enterrando-os em cinzas, preservando seu momento final.
O diretor geral do sítio arqueológico, Massimo Osanna, chamou de “um achado excepcional” que contribui para um melhor “retrato da história e civilização da época”.


Créditos: The Guardian

Microgravidade parece neutralizar a maioria das células cancerosas

Um experimento conduzido por Joshua Chou, professor de engenharia biomédica da Universidade de Tecnologia de Sydney (Austrália), mostrou que um ambiente de microgravidade pode neutralizar células cancerosas de quatro tipos: do nariz, ovário, mama e pulmão.
“Nosso trabalho descobriu que, quando colocadas em um ambiente de microgravidade, 80 a 90% das células dos quatro tipos de câncer foram desativadas. Por desativadas, quero dizer que ou morreram ou flutuaram para longe porque não conseguiram mais se juntar [para formar um tumor]. Esses quatro tipos de câncer são alguns dos mais difíceis de matar”, afirmou Chou.
O próximo passo da pesquisa, que acontecerá já no início do ano que vem, envolverá enviar células para um experimento a bordo de um módulo especialmente projetado na Estação Espacial Internacional.
O processo pelo qual o câncer cresce e se espalha parece indicar que existe uma forma pela qual as células são capazes de sentir umas às outras, e se aproximar para formar um tumor.
Os cientistas sabem que a única maneira de isso acontecer é através de forças mecânicas que evoluíram para funcionar em um ambiente onde há gravidade. O que ocorreria em um ambiente, então, sem essa gravidade?
Chou queria descobrir. Ele e sua equipe testaram os efeitos da microgravidade em células cancerígenas em laboratório usando um dispositivo do tamanho de uma caixa com uma pequena centrífuga dentro. O recipiente gira as células até que elas experimentam a sensação de microgravidade.
O resultado foi tão promissor – as células foram incapazes de sentir umas às outras e se juntar para formar um tumor – que a equipe decidiu levar o experimento até o espaço.
Próximo passo
O novo estudo deve durar sete dias. A equipe de Chou permanecerá na Terra, monitorando o progresso do experimento daqui. Quando ele estiver concluído, as células serão congeladas para retornar ao solo, onde serão examinadas em busca de alterações genéticas.
Se os resultados confirmarem o que a equipe de Chou viu em laboratório, os pesquisadores planejam desenvolver tratamentos que tenham o mesmo efeito que a microgravidade.
Esses tratamentos não vão agir como uma cura, no entanto. O ideal é que sejam administrados junto com as terapias médicas atuais, como drogas e quimioterapia, a fim de reduzir a propagação do câncer e tornar os métodos clínicos convencionais mais eficazes, rápidos e baratos.
O futuro da medicina espacial
Segundo os pesquisadores, esse e outros avanços no campo da medicina espacial demonstram como esse tipo de pesquisa pode levar a benefícios comerciais e médicos.
“Espero que essa seja uma de muitas missões de pesquisa espacial australiana. Minha equipe e eu temos a sorte de ter a oportunidade de fazer essa pesquisa, pois é tão rara e usaremos nossas conclusões para sinalizar à comunidade de pesquisa australiana que a era da biologia e da medicina espaciais está verdadeiramente aqui”, concluiu Chou.

Créditos: Megcurioso

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Objetos de vidro também já podem ser impressos em 3D

Produzir objetos de vidro usando a impressão 3D não é fácil. Apenas alguns grupos de pesquisadoresem todo o mundo conseguiram produzir vidro usando fabricação aditiva.Alguns criaram objetos imprimindo vidro fundido, mas a desvantagem é que isso requer temperaturas extremamente altas e equipamentos resistentes ao calor. Outros usaram partículas de cerâmica em pó, que podem ser impressas a temperatura ambiente e depois sinterizadas para criar vidro; no entanto, isso só permite imprimir objetos simples.Por isso surpreendeu quando pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, conseguiram imprimir objetos de vidro complexos usam a estereolitografia, uma das primeiras técnicas de impressão 3D desenvolvidas, ainda na década de 1980.
David Moore e seus colegas conseguiram isto graças a uma resina especial que contém um plástico, e moléculas orgânicas, às quais são ligados os precursores do vidro.
A resina pode ser processada e curada pela técnica tradicional, com irradiação com luz UV. Onde quer que a luz atinja a resina, ela endurece porque os componentes sensíveis à luz do polímero reticulam nos pontos iluminados. Os monômeros de plástico combinam-se para formar uma estrutura semelhante a um labirinto, criando o polímero. Finalmente, as moléculas portadoras de cerâmica preenchem os interstícios desse labirinto.
A técnica também permite modificar a microestrutura, camada por camada, misturando sílica com borato ou fosfato e adicionando-a à resina. Objetos complexos podem ser feitos de diferentes tipos de vidro, ou mesmo combinados no mesmo objeto.
Falta então o passo final. A matriz impressa é aquecida a duas temperaturas diferentes: a 600 °C, para queimar a estrutura do polímero e, em seguida, a cerca de 1000 °C, para densificar a estrutura cerâmica em vidro.
Durante o processo de queima, os objetos encolhem significativamente, mas ficam transparentes e duros como o vidro comum.
Esses objetos de vidro impressos em 3D são bem pequenos, e tudo indica que a técnica não será adequada para imprimir objetos de vidro grandes, como garrafas, copos ou vidros para janelas.
No entanto, assim que a equipe solicitou uma patente da tecnologia, um grande fabricante de vidrarias da Suíça entrou em contato e já está negociando o licenciamento da patente - sem especificar quais produtos a empresa pretende produzir com a tecnologia.

Créditos: Inovação Tecnológica

ZIGMUND ADAMSKI: CRIME OU ABDUÇÃO ALIENÍGENA?



Aos 56 anos de idade, o mineiro polonês chamado Zigmund Adamski vivia uma vida pacata, praticamente bucólica, na pequena cidade de Tingley, a sudoeste de Leeds, na Inglaterra. Nascido em agosto de 1923, ele emigrou para a Inglaterra quando tinha 22 anos de idade, em 1945, e se casou com Leokadia Howalska em 1951. Ele passou a trabalhar numa mina de carvão local, na Lofthouse Colliery, e era feliz, apesar de seus poucos recursos.
Em 1980, Zigmund entrou com requerimento de aposentadoria, tanto porque o corpo não aguentava mais as longas e pesadas jornadas de trabalho – ele acabou desenvolvendo bronquite devido ao hábito de fumar e dos esporos da mina — quanto pela necessidade de cuidar melhor da saúde de sua esposa, que estava com esclerose múltipla e confinada numa cadeira de rodas. Porém, a princípio, a mineradora acabou rejeitando a sua solicitação.
O homem tentou manter as coisas no lugar, apesar de tudo, pois dali a alguns dias sua afilhada se casaria e ele estava mais preocupado com a preparação que antecedia o dia da cerimônia. Tanto que na manhã do dia 6 de junho do mesmo ano, Zigmund e o seu primo foram a Wakefield para fazer compras, depois voltaram para a casa e tiveram um almoço em família com outros dois parentes que vieram da Polônia.
Por volta das 15h45 da tarde, Zigmund deixou sua casa de novo, só que dessa vez para comprar mantimentos para o dia seguinte. No caminho, ele encontrou e cumprimentou seu vizinho de longa data e continuou em direção ao mercadinho. Fez as suas compras normalmente, pagou, saiu do local e nunca mais voltou para a casa.
Às 21h25 da noite, temendo que o marido tivesse sido sequestrado ou tivesse passado mal e caído em algum lugar, Leokadia decidiu contatar a polícia e a busca pelo paradeiro de Zigmund começou no mesmo instante.
Na tarde de 11 de junho de 1980, cinco dias depois do desaparecimento do velho mineiro, o policial Alan Godrey, que até se aposentar de suas funções trabalhava na cidade de Todmorden, a 48 quilômetros a sudoeste de Tingley, recebeu uma ligação em sua base militar, mas foi o seu colega, Malcom Hagley, que a atendeu.
Do outro lado da linha estava Trevor Parker, filho do dono de um centro de distribuição de carvão que ficava próximo a uma antiga estação ferroviária de Todmorden. O local desolado e industrial era ilhado no final de uma estradinha de terra de mão única, cujo o acesso geralmente só era possível se feito por carro ou qualquer outro veículo, mas não a pé. Trevor Parker contou ao policial que estava carregando um dos caminhões da empresa para as entregas do segundo turno do dia quando encontrou o corpo de um homem morto em cima de uma pilha de três metros de carvão antracito.
Era Zigmund Adamski, encontrado longe demais de sua casa, às 15h45 da tarde, ironicamente no mesmo horário no qual deixara a família para não voltar mais.
Às 16h45, Malcom Hagley e Alan Godrey chegaram antes da ambulância, que também havia sido acionada por Trevor no momento de sua descoberta. Apesar da chuva e pressão da umidade, os dois oficiais subiram até o topo da pilha para examinar o corpo – que até então ainda não sabiam que era de Zigmund.
O homem estava de bruços e parecia “estar dormindo”, como descreveu Godrey. Ele estava sem camisa por debaixo do terno abotoado nas casas erradas. A calça estava aberta e os sapatos amarrados com tanta força que os pés haviam arroxeado. Estava sem carteira ou qualquer outro objeto de valor, inclusive a aliança. Não haviam sinais de sujeira aparente por nenhuma parte de seu corpo ou roupas, nem mesmo causada pelo carvão. O corpo também não demonstrava possuir traços de luta, assim como pela pilha do minério. Zigmund possuía apenas discretas marcas semelhantes à de queimaduras ao redor da cabeça, na nuca e nos ombros. Sobre esses ferimentos, tinha uma substância verde amarelada feito um gel.
O médico legista Alan Edwards, durante a autópsia, relatou que a barba de Zigmund não havia crescido durante os cinco dias que ele esteve desaparecido, bem como unhas, cabelos e pelos de seu corpo no geral. Era como se o crescimento tivesse sido interrompido por todo esse tempo. O homem havia se alimentado bem, mas a comida não havia digerido em seu estômago. Nenhum órgão ou parte do corpo havia sido colocado sob algum estresse, confirmando as suspeitas de Godrey. Não haviam ferimentos ou rupturas internas, tampouco algum dano por conta de problemas de caráter vascular ou cerebral. O médico disse: “era como se o corpo tivesse sido apenas desligado, de forma natural”. Incapaz de explicar, porém, o perito atestou a causa da morte como parada cardíaca.
A inexplicável morte de Zigmund Adamski o arrastou para o centro de uma conspiração entre crime, mas principalmente de abdução alienígena, sobretudo por Todmorden se tratar de um local que, durante anos, entre as décadas de 70 e 80, registrou um grande índice de relatos de contatos imediatos com seres extraterrestres.
Foi aberto um inquérito, porém nada conseguia justificar um possível desaparecimento voluntário do velho mineiro. Toda a vida do homem era perfeitamente normal, estável e feliz. Não haviam dívidas, inimigos ou problemas ligados ao nome ou a moral dele. Recorreram ao público para tentar angariar mais alguma informação, porém acabaram frustrados também. E isso piorou quando os resultados do laboratório chegaram acerca da substância gelatinosa encontrada no corpo, que acabou não sendo possível identificar a sua origem.
Perante a Lei, o caso foi concluído com um veredito em aberto, com a morte definida por insuficiência cardíaca. Perante os estudiosos de Ufologia, foi um clássico Contato de Sexto Grau, quando existe um incidente com um OVNI que provoca ferimentos ou a morte imediata do ser humano. Seja como for, em nenhuma das esferas, as perguntas de onde Zigmund estava e o que o levou à sua morte, nunca puderam ser respondidas.

Créditos: Megacurioso

Cientistas dizem ter encontrado um lugar na Terra onde não há vida

Que a Terra está infestada de vida é algo que tem sido atestado uma vez após outra, com pesquisas nos locais menos amenos do nosso planeta.
Agora, contudo, uma equipe da Espanha e da França afirma ter encontrado o primeiro lugar na Terra onde nenhum organismo conhecido consegue sobreviver.
Jodie Belilla e seus colegas afirmam ter usado todos os métodos científicos disponíveis para confirmar a ausência total de vida nos lagos quentes, salinos e hiperácidos do campo geotérmico de Dallol, na Etiópia.
A paisagem estéril de Dallol, localizada na depressão etíope de Danakil, se estende sobre uma cratera vulcânica cheia de sal, onde emanam gases tóxicos, a água ferve em meio a uma intensa atividade hidrotermal e as temperaturas diárias no inverno superam os 45° C.
É um dos ambientes mais tórridos da Terra, com suas piscinas hipersalinas e hiperácidas apresentando até mesmo valores negativos de pH.
No início deste ano, uma equipe da Universidade de Bolonha, na Itália, apontou que certos microrganismos poderiam se desenvolver nesse ambiente multi-extremo (simultaneamente muito quente, salino e ácido), o que levou Barbara Cavalazzi e seus colegas a apresentarem Dallol como um exemplo dos limites que a vida pode suportar, propondo que ele seja um análogo terrestre adequado para o estudo da vida em outros planetas, assemelhando-se, por exemplo, ao planeta Marte em seus primórdios.
Agora a equipe franco-espanhola publicou um artigo que conclui o contrário.
Segundo esses pesquisadores, a conclusão de que não há vida nas piscinas infernais de Dallol foi confirmada pelos resultados de todos os vários métodos utilizados, incluindo o sequenciamento maciço de marcadores genéticos para detectar e classificar microrganismos, tentativas de cultura microbiana, citometria de fluxo fluorescente para identificar células individuais, análise química da salmoura e microscopia eletrônica de varredura combinada com espectroscopia de raios X.
"O que existe é uma grande diversidade de arqueias halofílicas [Archaea: um tipo de microrganismo primitivo que adora sal] no deserto e nos desfiladeiros salinos ao redor do local hidrotérmico, mas não nas próprias piscinas hiperácidas e hipersalinas e nem nos chamados Lagos Negro e Amarelo de Dallol, onde o magnésio é abundante. E tudo isso apesar do fato de a dispersão microbiana nessa área, devido ao vento e aos visitantes humanos, ser intensa.
"Em outros estudos, além da possível contaminação de amostras com arqueias de terrenos adjacentes, essas partículas minerais podem ter sido interpretadas como células fossilizadas, quando na realidade se formam espontaneamente nas salmouras, mesmo sem vida," afirmou Purificación Lopez Garcia, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS).

Créditos: Inovação Tecnológica

Dente de tubarão encontrado em vértebra de um pteranodonte

Há mais de 80 milhões de anos, um pteranodonte voou sobre as ondas do Mar do Interior Ocidental. De repente, da água abaixo do réptil voador irrompeu um grande tubarão. No final do ataque, o pteranodonte estava morto e um tubarão estava sem um dente.
Essa história foi apresentada em artigo publicado online no jornal PeerJ sobre um fóssil curioso: um esqueleto parcial de um pteranodonte do Cretáceo Final com um dente de tubarão de quase 24 milímetros embutido em seu pescoço.
Segundo os pesquisadores, a história também poderia ser um pouco mais banal: talvez o tubarão tenha simplesmente removido a carcaça flutuante de um pteranodonte já morto. De qualquer forma, o fóssil é um registro raro do encontro entre o mar e o céu no tempo dos dinossauros.
O fóssil com o dente incorporado em uma das vértebras do pterodonte está em exposição pública no Museu de História Natural de Los Angeles, mas foi encontrado no Kansas em 1965. A espécie de pteranodonte neste achado é desconhecida, mas provavelmente viveu entre cerca de 86 milhões e 83 milhões de anos atrás. Era um animal grande, com uma envergadura de asas de cerca de 5 metros de diâmetro.
O dente de tubarão pertencia a uma espécie chamada Cretoxyrhina mantelli, agora extinta. Tubarões desta espécie poderia ter crescido até 7 metros de comprimento, mas com base no tamanho do dente, o animal que mordeu o pteranodonte tinha cerca de 2,5 metros de comprimento.
Embora nunca haja uma maneira de saber ao certo se o tubarão caçou ou nadou com o pteranodonte, os autores apresentaram uma reconstrução da cena possível, mostrando um tubarão saltando da água para capturar sua presa. Esse é um cenário completamente possível, já que os tubarões modernos às vezes fazem isso. Eles levantam a cabeça para atingir uma ave marinha flutuante o mais rápido e duro possível, quebrando a superfície da água e agarrando o pássaro.
O tubarão antigo provavelmente também teria caçado desta forma, afirmam os paleontólogos. Entretanto estudos biomecânicos em pteranodontes sugerem que essas criaturas teriam sido capazes de entrar na água por cerca de um segundo e meio. O que é lento o suficiente para um tubarão pegar tal presa, mas ele teria que ser rápido que isso. Essa é outra possibilidade, não existem muitas formas de saber o que de fato aconteceu. Os pesquisadores podem apenas reunir as evidências escassas e mostrar os cenários possíveis.

Créditos: SoCientífica

Cientistas finalmente criam neurônios artificiais

Uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Universidade de Bath (Inglaterra) realizou um feito inédito: conseguiu reproduzir a atividade biológica de neurônios usando chips de silicone.
E o que é ainda melhor: esses “neurônios artificias” requerem apenas 140 nanoWatts para funcionar, o que é um bilionésimo da energia necessária a microprocessadores utilizados em outros estudos.
Os chips têm inúmeras potenciais aplicações médicas, especialmente para curar doenças crônicas como o Alzheimer, nas quais os neurônios não funcionam adequadamente.
Também podem servir para restaurar a função em casos nos quais as células pararam de funcionar totalmente, como lesões na medula espinhal.
Por fim, também poderiam tratar condições como insuficiência cardíaca. Nesse caso, alguns neurônios na base do cérebro não trabalham adequadamente, de forma que não enviam os sinais corretos para o coração, que por sua vez não bombeia tão forte quanto deveria.
Criar os chips não foi nada fácil. Neurônios se comportam de maneira semelhante a circuitos elétricos, mas de forma muito menos previsível.
Assim, os pesquisadores tiveram que fazer cálculos e criar modelos para tentar elucidar como neurônios específicos respondiam a certos estímulos elétricos.
E essas respostas não eram lineares; por exemplo, quando um sinal se torna duas vezes mais forte, isso não significa necessariamente que vai liberar uma reação duas vezes maior.
Ao projetar os chips de silicone, os pesquisadores tentaram imitar a resposta dos neurônios a uma variedade de estímulos. E conseguiram replicar com sucesso a dinâmica dos neurônios respiratórios e do hipocampo em ratos.
“Nosso trabalho é paradigmático porque fornece um método robusto para reproduzir as propriedades elétricas de neurônios reais em mínimos detalhes”, disse o principal autor do estudo, Alain Nogaret, do Departamento de Física da Universidade de Bath.
Nogaret explica que a abordagem do estudo combina várias descobertas.
“Podemos estimar com precisão os parâmetros que controlam o comportamento de qualquer neurônio. Criamos modelos físicos do hardware e demonstramos sua capacidade de simular com êxito o comportamento de neurônios vivos reais. Nosso terceiro avanço é a versatilidade do nosso modelo, que permite a inclusão de diferentes tipos e funções de uma variedade de neurônios mamíferos complexos”, resume.
Uma vez que os neurônios artificiais podem ser miniaturizados e implantados, isso cria diversas oportunidades para dispositivos médicos inteligentes e personalizados.
“Por exemplo, estamos desenvolvendo marcapassos inteligentes que não apenas estimulam o coração a bombear a um ritmo constante, mas usam esses neurônios para responder em tempo real às demandas impostas ao coração – o que acontece naturalmente em um coração saudável. Outras possíveis aplicações poderiam ser no tratamento de doenças como Alzheimer e doenças degenerativas neuronais de maneira mais geral”, conclui Nogaret.

Créditos: Hypescience

sábado, 30 de novembro de 2019

Jovem de 14 anos resolve ponto cego dos carros e leva prêmio de R$ 100 mil

Os fabricantes têm tentado diferentes soluções para reduzir os pontos cegos, como é o caso do novo Honda Fit. Mas a questão, que parece tão complicada para os fabricantes, parece ter encontrada uma solução simples graças a uma inventora com 14 anos de idade.
A jovem Alaina Gassler, de West Grove, no estado norte-americano da Pensilvânia, criou um sistema com webcam e projetor para resolver as falhas de visibilidade de um veículo.
Ela instalou a câmera na parte externa da coluna A, no ângulo de visão do motorista. Na parte interna, peças feitas por uma impressora 3D criaram a base ideal para alinhar a imagens ao vivo do projetor com a linha da estrutura. Com isso, foi possível transmitir em tempo real para o condutor tudo que está passando atrás da coluna.

Créditos: 4 Rodas

ESQUELETOS INFANTIS USANDO 'CAPACETES' DE CRÂNIOS SÃO ENCONTRADOS

Um grupo de arqueólogos encontrou, durante escavações pela costa central do Equador, túmulos com mais de 2 mil anos de existência, pertencentes à cultura Guangala. No total, foram encontrados restos de onze indivíduos, porém dois deles chamaram bastante atenção por ter ornamentos curiosos ao redor do crânio.
Os enfeitados eram restos de bebês e estavam equipados com uma espécie de "capacete" formado por crânios de outras crianças mortas. Os pesquisadores avaliaram que tais ossos eram pertencentes à crianças mais velhas sem a carne corporal completamente deteriorada e que o processo era parte de um ritual funerário onde o propósito da camada cranial era "fortalecer" as cabeças de mortos prematuramente, além de estar relacionado ao renascimento dos falecidos.
Sara Juengst, estudiosa do caso e professora assistente da Universidade da Carolina do Norte foi a responsável por reconhecer as camadas de crânio e, dessa maneira, iniciar o processo de identificação "de descobertas mais detalhadas sobre a idade dos indivíduos primários e do crânio extra". Dessa forma, as conclusões levaram a crer que o primeiro bebê havia falecido aos 18 meses de idade e que estava utilizando o capacete com crânios de um jovem de 4 a 12 anos, e o segundo, morto com cerca de 9 meses, utilizava adornos de uma criança morta aos 10 anos.
As análises também detectaram que ambos os corpos apresentavam uma total ausência de marcas físicas de traumas ou atitudes violentas e seu sexo era incapaz de ser determinado. Sobre o ritual, um pouco mais foi percebido sobre ele, apesar de muito ainda estar entre as sombras e, possivelmente, difícil de decifrar, pois ao redor dos corpos, poucos itens foram encontrados, como pedras e objetos pessoais, mas sem alguma relação concreta sobre suas funções.
A cultura Guangala, que ocupou os territórios nordeste da província de Manabí até as províncias de Santa Elena e Guayas, alncançando também os territórios do extremo leste de Chongón e Colonche, vivia em locais próximos a abastecimentos de água, como quedas de rios. Herdeira da tradição Chorrera, era especialista no manejo da cerâmica e materiais naturais como pedras e metal e sua distinção era a vocação para a fabricação e utilização de instrumentos musicais. Foi reconhecida durante período de Desenvolvimento Regional entre 500 a.C. e 500 d.C.

Créditos: Megacurioso

Partícula procurada há 40 anos finalmente dá sinais de existir

Cientistas finalmente encontraram traços de áxion, uma partícula que raramente interage com a matéria normal. Esta partícula foi prevista há 40 anos, mas não havia dado nenhum sinal real de existência até agora. Pesquisadores acabam de encontrar assinaturas matemáticas da presença dela em um material terráqueo.
A importância do áxion é que ele possivelmente faz parte a matéria escura. Assim como a matéria escura, ele não consegue interagir com a matéria normal. Isso torna o áxion, se ele realmente existir, extremamente difícil de ser detectado.
Por causa dessa dificuldade na detecção, os pesquisadores decidiram usar um material muito estranho chamado de matéria condensada para tentar captar indícios de sua existência.
Esta partícula age como uma onda de elétrons em um semimetal supergelado. Elas são encontradas como vibrações coletivas em materiais que se comportam e respondem exatamente como esta partícula faria.
Os pesquisadores explicam que decidiram procurar pela partícula na Terra pela possibilidade de controlar melhor aqui o ambiente experimental. “Você espera o evento acontecer e tenta detectá-lo. Eu acho que uma das coisas belas de aplicar esses conceitos de física de alta-energia em matéria condensada é que você consegue fazer muito mais”, aponta o co-autor Johannes Gooth, do instituto Max Planck (Alemanha).
A equipe de pesquisadores trabalhou com um semimetal Weyl, um material especial em que os elétrons se comportam como se não tivessem massa e também não interagem entre si. As ondas de vibrações que viajam pelos cristais são chamados de fônons. Gooth e seus colegas observaram fônons no cristal de elétrons que respondiam aos campos elétrico e magnético exatamente como os axônios são previstos.
“É encorajador ver que essas equações são tão naturais e convincentes que elas acontecem na natureza em pelo menos uma circunstância”, afirma o físico e vencedor do Nobel Frank Wilczek, a pessoa responsável por nomear o áxion em 1977. “Se soubermos que há alguns materiais que hospedam áxions, talvez o material que nós chamamos de espaço também abrigue áxions”, diz ele ao Live Science. Wilczek não está envolvido na pesquisa recente.

Créditos: Hypescience

DESCOBERTOS SINAIS DA EXISTÊNCIA DE UMA 5ª FORÇA DA NATUREZA

De acordo com um estudo recém-publicado por cientistas do Instituto de Pesquisas Nucleares da Hungria, o time encontrou evidências da existência de uma 5ª força fundamental da natureza – uma além das 4 já conhecidas, ou seja, a gravidade, o eletromagnetismo, a força nuclear forte e a força nuclear fraca. A pesquisa ainda precisa passar pelo exigente crivo da comunidade científica, mas, se os físicos húngaros estiverem certos, sua descoberta pode ter consequências dramáticas e mudar o nosso entendimento sobre o Universo.
Na realidade, cientistas do mesmo instituto anunciaram há alguns anos que tinham encontrado vestígios de uma 5ª força de interação ao estudar a degradação de um isótopo radioativo – o berílio-8. Na ocasião, os pesquisadores conduziram experimentos para observar como o isótopo emitia luz conforme se decompunha, mas, no lugar de o elemento se comportar como esperado, algo bem estranho ocorreu durante os testes.
Segundo explicou Attila Krasznahorkay, o cientista que lidera a equipe, o esperado é que, quando a luz emitida é energética o suficiente, ela se converta em um elétron e um pósitron que, por sua vez, se repelem – apresentando um ângulo que os pesquisadores conseguem estimar.
Mais especificamente, com base na Lei de Conservação de Energia, conforme a energia de produção dessas 2 partículas aumenta, o ângulo entre elas deve diminuir. No entanto, o time de Attila observou exatamente o contrário nos testes, algo que não conseguiram explicar a partir do entendimento que se tem hoje da Física, indicando a interação de uma força da natureza desconhecida.
O detalhamento foi publicado no renomado periódico científico Physical Review Letters, em 2016 e, agora, os cientistas encontraram novas evidências dessa mesma força, desta vez ao realizar experimentos com átomos de hélio – e batizaram a partícula que hipoteticamente a contém de X17.
As evidências deverão ser examinadas e mais experimentos conduzidos, mas, se os dados estiverem corretos e os resultados forem replicados – confirmando a existência da 5ª força da natureza –, pode, por exemplo, que os físicos consigam, por fim, desvendar o mistério por trás da matéria escura. Aliás, se esse for mesmo o caso, há quem aposte que os húngaros levarão um Nobel por sua descoberta.

Créditos: Megacurioso

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Cientistas “limpam” placa de Alzheimer utilizando apenas luz e som



Aglomerados de proteínas prejudiciais que interferem nas funções cerebrais foram parcialmente eliminados em camundongos usando apenas luz e som. Pesquisas lideradas pelo MIT encontraram luzes estroboscópicas e um zumbido baixo pode ser usado para recriar as ondas cerebrais perdidas na doença, que por sua vez removem a placa bacteriana e melhoram a função cognitiva em camundongos manipulados para exibir o comportamento semelhante ao de Alzheimer.
É como usar luz e som para acionar suas próprias ondas cerebrais para ajudar a combater a doença. Esta técnica ainda não foi clinicamente testada em humanos, por isso é muito cedo para ficar alegre – as ondas cerebrais são conhecidas por funcionarem de forma diferente em humanos e ratos.
Mas, se replicados, esses resultados iniciais indicam uma possível maneira barata e livre de drogas para tratar a forma comum de demência. Avançando em um estudo anterior que lançou luz 40 vezes por segundo nos olhos de camundongos geneticamente modificados tratados com sua versão da doença de Alzheimer, os pesquisadores acrescentaram sons de uma frequência similar e descobriram que melhorou dramaticamente seus resultados.
“Quando combinamos estimulação visual e auditiva por uma semana, vemos o envolvimento do córtex pré-frontal e uma redução muito dramática da amiloide”, diz Li-Huei Tsai, um dos pesquisadores do Instituto Picower de Aprendizado e Memória do MIT.
Vários anos atrás, Tsai descobriu que a luz, com uma frequência de cerca de 40 flashes por segundo, tinha benefícios semelhantes em ratos manipulados para criar amilóide nas células nervosas do cérebro.
“O resultado foi tão estonteante e tão robusto que demorou um pouco para a ideia se aprofundar, mas sabíamos que precisávamos descobrir uma maneira de experimentar a mesma coisa em humanos”, disse Tsai a Helen Thomson, da Nature.
O único problema era que esse efeito estava confinado a partes visuais do cérebro, faltando áreas-chave que contribuem para a formação e recuperação da memória.
Embora as aplicações práticas do método parecessem um pouco limitadas, os resultados apontavam para um modo de as oscilações ajudarem o cérebro a recuperar-se das garras da doença de Alzheimer.
À medida que os neurônios do nosso cérebro transmitem sinais, eles também geram ondas eletromagnéticas que ajudam a manter as regiões remotas em sincronia – as chamadas “ondas cerebrais”.
Um desses conjuntos de oscilações é definido como frequências gama, ondulando através do cérebro em torno de 30 a 90 ondas por segundo. Essas ondas cerebrais são mais ativas quando estamos prestando muita atenção, buscando nossas memórias para entender o que está acontecendo.
O estudo anterior de Tsai sugeriu que essas ondas gama são impedidas em indivíduos com Alzheimer e podem ter um papel fundamental na própria patologia.
A luz era apenas uma das maneiras de enganar as partes do cérebro para cantarolar na tecla da gama. Os sons também podem gerenciar isso em outras áreas. Em vez do grito estridente de ultra-som, Tsui usou um ruído muito menor de apenas 40 Hertz, um som apenas alto o suficiente para os humanos ouvirem.
A exposição de seus camundongos a apenas uma hora desse burburinho monótono todos os dias durante uma semana levou a uma queda significativa na quantidade de amilóide acumulada nas regiões auditivas, estimulando ao mesmo tempo as células da microglia e os vasos sangüíneos.
“O que demonstramos aqui é que podemos usar uma modalidade sensorial totalmente diferente para induzir oscilações gama no cérebro”, diz Tsai.
Funcionalmente, camundongos expostos ao tratamento tiveram melhor desempenho em uma série de tarefas cognitivas.
Descobrir novos mecanismos na forma como os sistemas nervosos eliminam o desperdício e sincronizam a atividade é um enorme passo à frente no desenvolvimento de tratamentos para todos os tipos de distúrbios neurológicos. Traduzir descobertas como essa para cérebros humanos exigirá mais trabalho, especialmente quando há potenciais contrastes em como as ondas gama aparecem nos ratos e nos cérebros humanos com Alzheimer.
Até agora, os primeiros testes de segurança mostraram que o processo parece não ter efeitos colaterais claros.

Créditos: SoCientífica

O mais novo país do mundo? Estado pode surgir em breve na Oceania

Após 20 anos de espera, os habitantes da ilha de Bougainville, na Oceania, poderão votar em referendo que definirá se a região se torna independente da Papua Nova Guiné. Caso as expectativas se confirmem, em meados de dezembro, Bougainville deve se tornar o 194º Estado independente do mundo.
"Estou muito feliz que o meu sonho de empoderar o povo de uma forma democraticamente apropriada foi realizado", disse o atual presidente da ilha, John Momis, ao jornal britânico The Guardian.
Durante duas semanas, os habitantes de Bougainville poderão votar. Os resultados do referendo devem ser anunciados em meados de dezembro. As expectativas são de vitória avassaladora da independência.
"É óbvio que as pessoas estão agora com vontade de comemorar, e eu vou me juntar a elas, uma vez que elas têm o direito de comemorar", acrescentou Momis.
A celebração do referendo é um desafio organizacional, uma vez que 90% da população vivem na zona rural.
A comunicação na ilha é escassa: não há rede de rádio ou televisão que atenda a toda a população, e somente cem cópias de jornais oriundos da Papua Nova Guiné chegam à ilha diariamente.
Do ponto de vista cultural, linguístico e geográfico, Bougainville é mais próximo do arquipélago vizinho das Ilhas Salomão do que da Papua Nova Guiné.
Bougainville tem cerca de 250.00 habitantes e 25 grupos de idiomas, espalhados por dez clãs diferentes, que praticam o matriarcado – o que os diferencia das práticas do país ao qual pertence atualmente.
A região se tornou parte da Papua Nova Guiné por "um dos acidentes" coloniais do fim do século XIX, notou o analista Anthony Reagan.
Bougainville tentou a independência pela primeira vez logo depois que a Papua Nova Guiné se separou da Austrália, em 1975.
Foi emitida uma "declaração unilateral de Independência da República das Salomão do Norte", mas Bougainville não obteve apoio da ONU em sua luta por soberania.
Em Paguna, nas montanhas centrais de Bougainville, está localizada uma das maiores minas de cobre e ouro do mundo. Operada por empresa local em parceira com a multinacional australiana Rio Tinto, as minas foram fonte vital de recursos para Papua Nova Guiné entre as décadas de 70 e 80, gerando 44% das divisas do país.
"Quero nos ver produzindo nossos próprios produtos. Temos toneladas de recursos naturais, boas terras e ótimos fazendeiros, então precisamos tomar posse disso, a começar por essa votação", disse o habitante da ilha Moses Seropa, que participou do referendo no sábado (23).
A exploração da mina, no entanto, trouxe sérias consequências ambientais e sociais, além de poucos recursos para a população local.
Grave crise em torno da exploração da riqueza levou a uma guerra civil, em 1988, caracterizada como "o mais letal, sanguinário e destrutivo conflito no Pacífico Sul desde a Segunda Guerra Mundial", segundo John Momis.
Em 2001, como parte do processo de paz que pôs fim às hostilidades, um referendo foi prometido ao povo de Bougainville, para que pudessem optar pela independência da Papua Nova Guiné ou por maior autonomia.
O referendo está sendo celebrado desde sábado (23) e está previsto para encerrar no dia 7 de dezembro de 2019. Os resultados devem ser divulgados em meados do mês de dezembro.

Créditos: Sputnik News

HUMANOS SÃO COLOCADOS EM ESTADO DE ANIMAÇÃO SUSPENSA PELA 1ª VEZ

Médicos de um pronto-socorro em Baltimore, EUA, estão colocando em prática os primeiros casos de "animação suspensa", ou “preservação e ressuscitação emergencial” (EPR, de “emergency preservation and resuscitation”), para tratar pacientes em casos mais graves e urgentes. A proposta foi apresentada em um estudo da Universidade de Maryland e a notícia do tratamento foi revelada em um simpósio na Academia de Ciências de Nova York, na última semana.
A sugestão clínica revolucionária é mais um grande passo que a medicina encaminha para o futuro e para a eficácia do atendimento e sucesso cirúrgico em casos de traumas mais graves e, até mesmo, paradas cardíacas. O processo de "animação suspensa" trata-se da injeção de um soro congelante diretamente na artéria aorta do paciente, resfriando-a à uma temperatura de 10ºC a 15ºC e permitindo, dessa maneira, que a equipe médica ganhe mais tempo para salvá-lo, algo em torno de 2h a mais.
O EPR desacelera os processos fisiológicos e a atividade cerebral do organismo sem colocá-lo em risco de morte e é monitorado apenas por meios externos. Essencialmente desenvolvido para que se ganhe mais tempo de tratamento, a "animação suspensa" não interfere nas trocas de gases e na manutenção dos processos celulares e involuntários, já que estes precisam do oxigênio para se manter. Porém, com a desaceleração das funcionalidades do corpo, ocorre um consumo menor de oxigênio, privando o corpo de um estado de urgência e levando-o a um estado de "dormência".
Samuel Tisherman, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, revelou em conferência que quer manter a ficção científica distante dos estudos com pacientes humanos, mesmo afirmando que o congelamento corporal realmente ocorre. "Achamos que era hora de levar isso para nossos pacientes”, afirmou Tisherman. “Quando pudermos provar que nossa técnica funciona, podemos expandir a utilidade desse método, ajudando pacientes que de outra forma não sobreviveriam.”
Inicialmente, o processo foi testado em porcos, mostrando que os animais voltaram à vida sem efeitos colaterais após o procedimento, cerca de 3 horas depois. Tisherman também confirmou que sua equipe já testou o EPR em mais de uma pessoa, mas os resultados em humanos ainda não foram revelados.

Créditos: Megacurioso

Meteorito de 4,6 bilhões de anos possui fósseis primitivos de gelo

Após analisar fósseis de gelo de um meteorito primitivo, pesquisadores conseguiram vislumbrar como era o sistema solar há cerca de 4,6 bilhões de anos. Estudar a composição da rocha espacial antiga poderia fornecer pistas sobre a formação de grandes objetos cósmicos, como planetas, luas e asteróides.
O meteorito estudado chama-se Acfer 094, que conseguiram obter após ele ter caído em 1990 no deserto do Saara, na Argélia. Ao estudar Acfer 094, o grupo de pesquisadores encontrou vestígios de fósseis de gelo. Devido à idade e origem do meteorito primitivo, os cientistas acreditam que os fósseis de gelo contêm elementos que podem ser considerados como os blocos de construção de planetas e outros grandes objetos cósmicos.
“Tenho olhado para a matriz dos meteoritos primitivos, o material que mantém a estrutura unida”, disse Epifano Vaccaro, co-autor do estudo e curador do Museu de História Natural de Londres, em um comunicado.
“O meteorito em questão data de aproximadamente 4,6 bilhões de anos atrás, quando o Sol nasceu e nosso sistema solar se formou”, continuou ele. “A matriz destes meteoritos é, portanto, pensado para ser o material a partir do qual todos os planetas se formaram.
Meteoritos primitivos como o Acfer 094 foram muito provavelmente moldados pela força gravitacional de uma estrela recém-nascida através de gás e vários elementos do seu ambiente, segundo os cientistas. Isso criou um disco giratório composto de vários materiais, incluindo hidrogênio, silicatos, ferro e gelo.
À medida que esses materiais giravam em torno da estrela, eles começaram a coalescer até se tornarem objetos cósmicos maiores. Os cientistas acreditam que os fósseis de gelo dentro desses meteoritos primitivos contêm vestígios dos primeiros materiais que se fundiram para formar planetas e outros corpos cósmicos.
De acordo com Vaccarro, estudar meteoritos primitivos como Acfer 094 proporciona uma oportunidade única para identificar o tipo de materiais que existiam durante os estágios iniciais do Sistema Solar.

Créditos: SoCientífica

E se a Terra fosse plana?

O mundo é redondo e todo mundo sabe disso há milhares de anos.
Como se não bastasse toda a evidência científica (e até fotográfica, depois que os primeiros satélites foram lançados), no entanto, um grupo de pessoas (que bizarramente tem crescido e ficado mais popular nos últimos tempos) insiste em não “acreditar” no que elas chamam de “conspiração”. Para os chamados terraplanistas, o planeta é na verdade plano.
Da próxima vez que você se deparar com uma dessas curiosas criaturas, dê a ela a resposta que merece: “se a Terra fosse mesmo plana, querida, você não estaria viva”.
Desde a década de 1850 sabemos que planetas planos são impossíveis. Foi nesse período que o astrônomo James Clerk Maxwell demonstrou matematicamente que um planeta em formato de disco não é estável no cosmos.
De acordo com o cientista planetário David Stevenson, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), se a Terra fosse um disco chato ao invés de uma esfera, teria que girar muito rápido, o que a rasgaria em milhões de partículas.
A gravidade puxa os objetos igualmente de todos os lados, o que explica por que os planetas são esferas (ou quase isso). Sob as condições reais de gravidade, é simplesmente impraticável existir um planeta plano.
E, sem gravidade, não teríamos atmosfera, marés e nem mesmo a Lua. Aliás, não teríamos a estrutura de camadas da Terra (crosta, manto e núcleo). As placas tectônicas também não funcionariam. Ou seja, nada existiria, muito menos os seres humanos.
Um terraplanista, ao tentar defender sua idéia, vai provavelmente soltar um monte de asneiras nada científicas como “explicações alternativas” para as nossas observações do mundo real.
O problema é que elas muitas vezes parecem sérias – frequentemente envolvem escolhas aleatórias de hipóteses científicas reais aplicadas a fenômenos diferentes.
Por exemplo, sabemos que tanto a Terra quanto a Lua são esféricas por causa da gravidade. Terraplanistas precisam inventar explicações diferentes e independentes para cada caso para comprovar sua teoria e, embora elas pareçam possíveis, são muitas vezes contraditórias. A ciência não funciona assim.
“Se pudermos explicar mil observações com uma teoria, uma teoria simples, é melhor do que explicar mil observações com mil teorias”, resume James Davis, geofísico da Universidade de Columbia (EUA).
Dito isso, é provável que alguém que realmente pense que a Terra é plana (e que portanto crê que milhares de cientistas do mundo todo estão envolvidos em uma conspiração maciça por absolutamente nenhum bom motivo) não vá dar bola para esse tipo de fato. Sendo esse o caso, se afaste; vai que é contagiante…

Créditos: Hypescience

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

MACACOS ANDARAM COM OS DOIS PÉS ANTES DOS SERES HUMANOS

Cientistas encontraram o fóssil de um macaco que pode indicar que os primatas ficaram eretos bem antes do que se imaginava. A descoberta, que aconteceu na Baviera, sul da Alemanha, aponta que espécies desconhecidas tinham não só a capacidade de escalar, mas também conseguiam andar em duas pernas.
Segundo a líder da pesquisa, Madelaine Boehme, da Universidade de Tuebingen, na Alemanha, tais achados "levantam questões fundamentais sobre nossa compreensão anterior da evolução dos grandes símios e humanos".
Após analisar mais de 15 mil fósseis de macacos que foram encontrados em um local chamado Hammerschmiede, próximo da cidade de Munique, Boehme, que contou com o auxílio de pesquisadores de outros países, conseguiu encontrar ossos bem conservados de quatro seres que, segundo estimativa, habitaram o planeta há 11,62 milhões de anos. A espécie desconhecida, que recebeu o nome de Danuvius guggenmosi, ao que tudo indica, já tinha a habilidade de andar em dois pés, mesmo ainda tendo um polegar opositor nos pés para ajudar em escaladas.
O item mais importante encontrado foi a ossada de um ser adulto que possui vários traços semelhantes aos bonobos modernos, com aproximadamente 1 metro de altura e que devia pesar algo próximo a 31 quilos. Segundo o artigo, que foi publicado pela revista Nature, vários ossos possuem alguma semelhança com os ossos humanos, apontando para a hipótese de que, de acordo com a pesquisadora, “isso muda nossa visão da evolução humana precoce de que tudo aconteceu na África”
Esses fósseis ainda passarão por muitos outros estudos e reanálises, que provavelmente causarão alguma inquietação no meio acadêmico.

Créditos: Megacurioso

Quem mexe primeiro: As placas tectônicas ou o manto?

As placas tectônicas se movem por causa do movimento do manto da Terra ou o manto é impulsionado pelo movimento das placas? Ou será que a pergunta está mal colocada?
Para os geólogos, isso é parecido com o problema do ovo e da galinha: O manto aparentemente faz com que as placas se movam, devido às suas correntes de convecção, enquanto, por sua vez, as placas tectônicas conduzem o manto conforme suas bordas frias afundam nas zonas de subducção.
Para tentar lançar uma luz sobre as forças em ação nesse movimento, uma equipe da França, Itália e EUA tratou a Terra sólida como um único sistema indivisível e realizou a modelagem mais abrangente até o momento da evolução de um planeta fictício muito semelhante à Terra - apenas semelhante porque é difícil encontrar os parâmetros apropriados, mais ainda seus valores precisos.
Então, eles passaram nove meses resolvendo o conjunto de equações com um supercomputador, reconstruindo a evolução do planeta por um período de 1,5 bilhão de anos.
Usando o modelo, a equipe mostrou que dois terços da superfície da Terra se movem mais rápido que o manto subjacente. Em outras palavras, é a superfície que arrasta o interior, enquanto no terço restante os papéis se invertem.
Além disso, esse equilíbrio de forças muda com o tempo geológico, especialmente nos continentes, que são arrastados principalmente por movimentos profundos no manto durante as fases de construção de um supercontinente, como na colisão em curso entre a Índia e a Ásia. Nesses casos, o movimento observado na superfície pode fornecer informações sobre a dinâmica do manto profundo.
Por outro lado, quando um supercontinente se rompe, o movimento é impulsionado principalmente pelo movimento das placas tectônicas, à medida que elas afundam no manto.
Segundo a equipe, os dados podem ajudar a entender como as cordilheiras do meio do oceano se formam e desaparecem, como a subducção é desencadeada ou o que determina a localização das plumas que causam grandes derramamentos vulcânicos.

Créditos: Inovação Tecnológica

SALIVA NÃO MATA A SEDE, E O MOTIVO É SIMPLES. SAIBA POR QUÊ

Você produz de um a dois litros por dia – e grande parte fica no seu travesseiro, fala a verdade. Estamos falando da saliva! Dentro de suas bochechas, duas glândulas são responsáveis por toda essa baba, que, em 70 anos, poderia, inclusive, encher uma piscina.
Você já conferiu 5 curiosidades sobre o “produto”, mas uma pergunta ainda precisa ser respondida. Afinal, por que é que saliva não mata a sede? Em entrevista ao Life Science, o Dr. Len Horovitz, de Nova York, trouxe a resposta.
Apesar de ser composta por 98% de água, ela é um fluido concentrado repleto de enzimas e proteínas. Quanto mais concentrada a substância, mais difícil é o processo de absorção pelo corpo – o que exige uma quantidade maior de água para o processo de osmose, levando, consequentemente, à desidratação.
Sabe aquela sede que só pode ser saciada com um copo de água bem gelado? Isso acontece justamente porque, ao tomá-la, o trabalho de absorção é muito menor. As células desidratadas é que são beneficiadas e recebem a água, não havendo mais perda de líquido para o “preparo” do que foi ingerido. Resumindo: a saliva não é líquida o suficiente para matar a sede.
É preciso lembrar que, quanto mais sede temos, mais concentrada fica a saliva. Nosso corpo é feito de substâncias salinas – e é justo que elas sejam repostas, certo? Quando o sistema fica “descompensado”, o organismo acaba ficando com menos água para “desperdiçar” com outros processos, como a produção de saliva. Até mesmo a urina fica mais escura na desidratação devido ao mesmo motivo.
Outros fluidos mais concentrados que a saliva são o sangue e o pus. Tirando vampiros, que se alimentam muito bem de fluido, obrigado, infelizmente a saliva não é a solução para a escassez de água potável no mundo. Entretanto, ela é extremamente importante. Além de lubrificar os alimentos para facilitar a mastigação e a digestão, suas enzimas ajudam a quebrar carboidratos, gorduras e proteínas. É também uma poderosa substância antibacteriana.
Agora você sabe por que acorda com tanta sede mesmo babando tanto durante a noite, não é?

Créditos: Megacurioso

O misterioso “Monstro Tully” acaba de ficar ainda mais esquisito



    Um fóssil de 300 mil anos descoberto na década de 1950 no estado de Illinois (EUA) tem gerado muitas discussões entre cientistas. Batizado de Tullimonstrum, ou Monstro Tully, ele se parece com uma lesma. Mas ao invés de ter uma abertura bucal ele tem um apêndice com duas garras, e seus olhos são saltados.
    Tully é tão estranho que os especialistas nem conseguem entrar em consenso se ele é um vertebrado ou um invertebrado. Em 2016, um grupo de cientistas afirmou ter resolvido o mistério de Tully, fornecendo a evidência mais forte até então de que ele era um vertebrado.
    Mas um segundo estudo de outra equipe de pesquisadores questiona esses resultados. O estudo de 2016 defende que o fóssil é de vertebrado porque seus olhos contêm pigmentos granulados chamados melanosomas, que são organizados por formato e tamanho da mesma forma que acontece nos olhos dos vertebrados.
    Já o segundo estudo mostrou que os olhos de alguns invertebrados como o polvo e a lula também contém melanosomas com formato e tamanho semelhantes aos encontrados nos olhos de Tully.
    “Analisamos então a composição química dos olhos de Tully e a proporção de zinco para cobre era mais parecida com aquela de invertebrados do que vertebrados. Isso sugere que o animal pode não ter sido um vertebrado, contradizendo esforços anteriores de classificação”, diz o autor do estudo mais recente, Chris Rogers, em relato publicado no The Conversarion.
    Os pesquisadores também identificaram o cobre dos olhos do fóssil como de um tipo diferente do encontrado nos olhos dos vertebrados. Mas o cobre também não era idêntico aos invertebrados estudados.
    Para responder de uma vez por todas que tipo de grupo de animais pertence Tully, os pesquisadores propõem que uma análise mais extensa das substâncias químicas dos melanosomas e outros pigmentos nos olhos de invertebrados.
    O Monstro Tully tem este nome porque foi descoberto pelo colecionador de fósseis Francis Tully. O fóssil é tão popular na região que foi eleito o fóssil-símbolo do estado de Illinois.

    Créditos: Hypescience

    terça-feira, 5 de novembro de 2019

    Adivinhe quanto tempo você leva para reconhecer uma música. Errou!

    Quanto tempo você acha que seu cérebro demora para reconhecer uma música familiar? Já adianto: é menos do que você espera.
    Imagino que você pensa que leva alguns segundos ouvindo aquela canção que você adora no rádio para saber de qual se trata, mas, na verdade, segundo um estudo da Universidade College London (Reino Unido), seu cérebro precisa de menos de um único segundo.
    Cinco homens e cinco mulheres participaram do estudo. Cada um informou cinco músicas familiares a eles.
    Os pesquisadores, em seguida, escolheram uma das músicas para cada participantes, bem como procuraram uma segunda canção similar em ritmo, melodia, harmonia, vocais e instrumentação que não fosse familiar aos indivíduos.
    Na próxima etapa, os participantes escutaram 100 pedaços de canções familiares e não familiares com menos de um segundo, em ordem aleatória.
    Para medir sua resposta aos trechos, os cientistas utilizaram eletroencefalografia, que registra a atividade elétrica do cérebro, bem pupilometria, uma técnica que mede o diâmetro da pupila e é uma medida conhecida do nível de excitação de um indivíduo.
    As medidas indicaram que o cérebro humano precisa de apenas 100 microssegundos de som para reconhecer uma música familiar.
    O tempo médio de reconhecimento foi de 100 a 300 microssegundos, conforme revelado pela dilatação rápida da pupila (ligada à excitação de ouvir uma canção conhecida) e pela ativação cortical do cérebro (área relacionada à memória).
    Um grupo de controle de estudantes internacionais que não conhecia nenhuma das canções tocadas mostrou que não houve diferenças entre os trechos que eles ouviram, confirmando os resultados.
    “Nossos resultados demonstram que o reconhecimento de músicas familiares acontece notavelmente rapidamente. Essas descobertas apontam para circuitos temporais muito rápidos e são consistentes com o domínio profundo que peças de música altamente familiares têm em nossa memória”, conclui a principal autora do estudo, a professora do Instituto do Ouvido da Universidade College London Maria Chait.

    Créditos: Hypescience

    Este pedaço de colar de 40.000 anos não foi feito pelos humanos

    As garras da águia são consideradas como os primeiros elementos usados pelos Neandertais para fazer jóias, uma prática que se espalhou pelo sul da Europa há cerca de 120.000 a 40.000 anos. Agora, pela primeira vez, os pesquisadores encontraram evidências dos usos ornamentais das garras de águia na Península Ibérica.
    Um artigo publicado na capa da revista Science Advances fala sobre as descobertas, que se realizaram no sítio arqueológico da Cave Foradada, em Calafell. O estudo foi liderado por Antonio Rodríguez-Hidalgo, pesquisador do Instituto de Evolução na África (IDEA) e membro da equipe de pesquisa em um projeto do Seminário de Estudos Pré-históricos e Pesquisa (SERP) da UB.
    O interesse nestes resultados reside no fato de que é a peça mais moderna do gênero até agora em relação ao período Neandertal e a primeira encontrada na Península Ibérica. Esta descoberta alarga os limites temporais e geográficos estimados para este tipo de ornamentos de Neandertal. Este seria “o último colar feito pelos Neandertais”, segundo Antonio Rodríguez-Hidalgo.
    “Os neandertais usaram garras de águia como elementos simbólicos, provavelmente como pingentes de colar, desde o início do Paleolítico Médio”, observa Antonio Rodríguez-Hidalgo. Em particular, o que os pesquisadores encontraram em Cova Foradada são restos de ossos de uma águia imperial espanhola (Aquila Adalberti), de mais de 39.000 anos atrás, com algumas marcas que mostram que estes foram usados para tomar as garras para fazer pingentes. Os restos correspondem à perna esquerda de uma grande águia. Pela aparência das marcas, e analogia com os restos mortais de diferentes sítios pré-históricos e documentação etnográfica, os pesquisadores determinaram que o animal não era usado para consumo, mas por razões simbólicas. As garras de águia são os elementos ornamentais mais antigos conhecidos na Europa, ainda mais antigos que as conchas do mar perfuradas pelos Homo sapiens sapiens no norte da África.
    Os achados pertencem à cultura Châtelperroniana, típica dos últimos Neandertais que viveram na Europa, e coincidem com o momento em que esta espécie entrou em contato com o Homo sapiens sapiens da África e se espalhou pelo Oriente Médio.Garras de águia imperial. Crédito: Antonio Rodríguez-Hidalgo
    Juan Ignacio Morales, pesquisador do programa Juan de la Cierva afiliado ao SERP e autor do artigo, sugere que este uso de garras de águia como ornamentos poderia ter sido uma transmissão cultural dos Neandertais aos humanos modernos, que adotaram esta prática depois de chegar à Europa.
    Cova Foradada abrange o sítio mais meridional da cultura Châtelperroniana na Europa. A descoberta envolveu uma mudança no mapa do território onde a mudança do Paleolítico Médio para o Paleolítico Superior ocorreu há 40.000 anos, e onde a interação entre Neandertais e Homo sapiens sapiens provavelmente ocorreu.
    Os estudos na Cova Foradada começaram em 1997. No momento, a supervisão da escavação é conduzida por Juan Ignacio Morales e Artur Cebrià. O estudo arqueológico deste sítio está incluído num projeto SERP financiado pelo Departamento de Cultura do Governo Catalão e outro financiado pelo Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, liderado pelo professor da UB e diretor do SERP Josep M Fullola.

    Créditos: Socientífica