segunda-feira, 29 de abril de 2019

Material camaleão adapta-se ao ambiente

A família dos materiais artificiais manipuladores de ondas de todos os tipos tem mais um membro: Além dos metamateriais e das metassuperfícies, nasceram agora as metaconchas.
O talento notável desse novo membro é que se trata de um material adaptável, que promete fazer coisas similares à capacidade dos camaleões de adaptar suas características físicas de acordo com o ambiente.
As metaconchas são estruturas ocas feitas de metamateriais e capazes não apenas de transportar materiais em seu núcleo, mas de tornar sua própria "essência" dependente de sua carga.
A grande vantagem das metaconchas é que suas características físicas, como a permissividade - a extensão em que um material pode armazenar carga dentro de um campo elétrico -, mudam com as propriedades eletromagnéticas do material que elas contêm.
A permissividade dos atuais metamateriais - que, juntamente com a permeabilidade, determina seu índice de refração, tipicamente negativo - é uma propriedade estática, o que significa que eles não se adaptam ao seu ambiente.
"Para resolver este problema, introduzimos aqui o comportamento do camaleão da biologia à eletrostática. A essência dos camaleões eletrostáticos pode ser resumida como metaconchas inteligentes com resposta adaptativa a objetos internos. A exigência dos camaleões eletrostáticos é deduzida tornando as permissividades efetivas das metaconchas dependentes apenas das permissividades dos objetos internos," explicam Liujun Xu e Jiping Huang, da Universidade Fudan, na China.
Eles calcularam as propriedades efetivas das metaconchas e conseguiram tornar essas propriedades iguais àquelas do material armazenado dentro de seu núcleo - troque o núcleo e as propriedades da estrutura se alteram, ou seja, as metaconchas são adaptativas.
A dupla demonstrou toda a teoria necessária para guiar a construção das primeiras metaconchas e testou seus cálculos com êxito em simulações computadorizadas.
Agora está nas mãos dos experimentalistas construir os primeiros protótipos. E isso não deve demorar porque, no campo dos metamateriais, o intervalo entre a elaboração de uma teoria e sua demonstração prática tem variado de semanas a alguns poucos meses.

Créditos: Inovação Tecnológica

Câmera elétrica inspirada em peixe vê na escuridão total

Robôs inspirados no peixe elefante (Gnathonemus petersii), nativo da África, conseguirão enxergar através das águas sujas normalmente encontradas em áreas de desastres ambientais ou quando é necessário procurar objetos em ambientes aquáticos - seja porque esses objetos estejam perdidos, seja porque eles precisam de manutenção.
Em vez das imagens ópticas captadas pelas câmeras tradicionais, engenheiros e zoólogos da Universidade de Bonn, na Alemanha, projetaram uma câmera capaz de gerar "imagens elétricas", nas quais as cores são detectadas como assinaturas elétricas dos objetos, assim como faz o peixe elefante.
Com um órgão elétrico na cauda, o peixe gera pulsos elétricos curtos até 80 vezes por segundo. Eletrorreceptores em sua pele, e especialmente em seu queixo, parecido com uma tromba, medem como os pulsos são modulados pelo ambiente.
Com esse "sentido elétrico", o peixe pode estimar distâncias, perceber formas e materiais e até distinguir entre objetos vivos e mortos. Em frações de segundo, ele usa os pulsos elétricos para detectar onde as larvas de mosquito, sua presa favorita, se escondem no fundo do seu habitat.
Martin Gottwald construiu uma câmera biônica inspirando-se nos dois tipos de eletrorreceptores que o peixe elefante usa em sua eletrolocalização ativa: Um deles mede a intensidade do sinal elétrico e o outro a forma de onda do pulso.
Combinando esses dois sinais, Gottwald descobriu que é possível produzir "cores elétricas", análogas às cores visuais detectadas pelo olho humano, só que por meio de sinais elétricos, em vez de luz visível.
"Com essa câmera elétrica biônica é possível fotografar 'imagens elétricas' de objetos sem qualquer luz, mesmo em um ambiente obscuro, que também permite uma análise das propriedades elétricas e espaciais dos objetos representados," conta o professor Gerhard von der Emde.
"Avaliações complementares mostraram que as imagens elétricas também podem ser usadas para determinar os 'traçados elétricos' dos objetos medidos, que, semelhantes aos seus contornos ópticos, podem fornecer informações sobre forma e orientação," disse Gottwald.
Os testes mostraram que o sistema baseado na câmera elétrica é capaz de identificar vários objetos naturais, como peixes, plantas ou madeira, bem como objetos artificiais, como esferas ou bastões de alumínio ou plástico.
Como não dependem da luz, nenhum dos parâmetros usados pela câmera é afetado pela escuridão ou pela turvidez da água.
Além de permitir o desenvolvimento de robôs ou drones de inspeção para operar em ambientes turvos ou com neblina, a equipe vê muitas outras aplicações para as câmeras elétricas, incluindo controle de materiais, monitoramento de dispositivos e aplicações médicas.

Créditos: Inovação Tecnológica

Depois de 27 anos em coma, esta mulher acordou

A última vez em que Munira Abdulla esteve totalmente acordada, o mundo era um lugar muito diferente. A União Soviética estava chegando ao fim e o presidente do Brasil era Fernando Collor de Melo.
Em 1991, aos 32 anos, a mulher sofreu ferimentos em um acidente de trânsito que a deixou em um estado de consciência reduzida durante a maior parte das três décadas seguintes.
Depois de 27 anos, Abdulla, nascida na cidade de Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos, acordou em junho do ano passado em uma clínica perto de Munique, na Alemanha, onde médicos a tratavam por conta de complicações de sua longa doença.
“Eu nunca desisti dela, porque sempre tive a sensação de que um dia ela iria acordar”, disse Omar Webair, seu filho de 32 anos, que tinha apenas 4 quando o acidente aconteceu.
Coma
No coma completo, o paciente não mostra sinais de estar acordado; permanece de olhos fechados e sem resposta ao meio ambiente. Um estado vegetativo persistente inclui pacientes que parecem despertos, mas não mostram sinais de consciência.
Por fim, um estado minimamente consciente pode incluir períodos em que há alguma resposta – como mover um dedo quando solicitado – de vez em quando. Coloquialmente, todas as três categorias são descritas como comas.
Segundo o Dr. Friedemann Müller, médico-chefe da Schön Clinic, o hospital alemão que abrigava Abdulla, casos como esse, nos quais um paciente se recupera após um período tão longo, são raros – somente alguns foram registrados na literatura científica até hoje.
Sinais de que Abdulla estava se recuperando começaram a surgir no ano passado, quando ela começou a dizer o nome do filho. Algumas semanas depois, passou a repetir versículos do Alcorão que havia aprendido décadas atrás.
O Dr. Müller disse que não esperava tal recuperação. A mulher estava na clínica para tratamento de convulsões e músculos contorcidos que dificultavam o seu manuseio e impediam que ela se sentasse em uma cadeira de rodas com segurança.
Parte do tratamento foi a instalação de um dispositivo que liberava medicação diretamente em sua coluna, um fator que pode ter contribuído para sua recuperação.
Uma vez acordada, Abdulla retornou aos Emirados Árabes Unidos para ser tratada em um hospital em Abu Dhabi.
Outros casos
Terry Wallis, do Arkansas (EUA), tinha 19 anos quando caiu de uma ponte em uma picape. Ele pronunciou sua primeira palavra desde o acidente, “mamãe”, quase duas décadas depois, em 2003.
Sua recuperação foi tão incomum que os cientistas a usaram como uma oportunidade para estudar o seu cérebro e ajudar a determinar quais pacientes com danos cerebrais graves tinham a melhor chance de se recuperar.
A questão é frequentemente de importância vital. Em uma decisão histórica em 1976, a Suprema Corte de Nova Jersey, nos EUA, julgou unanimemente que o pai de Karen Ann Quinlan tinha o direito de decidir renunciar ao tratamento de apoio à vida em seu nome. Karen morreu em 1985, uma década depois de entrar em coma.
Existem outros casos deste tipo, estimulando debates sobre o direito de uma pessoa viver ou morrer – e as condições vegetativas em que vivem.
Com cuidados médicos, alguns podem permanecer em um estado de consciência reduzida por décadas. Aruna Shanbaug, uma enfermeira indiana, passou mais de 40 anos em tal condição até sua morte aos 66 anos, em 2015. Ela foi deixada em estado vegetativo permanente após ser estrangulada com uma corrente de metal durante uma agressão sexual.

Créditos: Hypescience

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Marte treme: Detectado primeiro sinal de um martemoto

A sonda espacial Mars InSight, da NASA, registrou pela primeira vez um provável "martemoto", um terremoto em Marte.
O fraco sinal sísmico, detectado pelo instrumento SEIS (Experimento Sísmico para Estrutura Interior), foi registrado no dia 6 de abril, correspondente ao 128º dia da sonda em Marte.
Este é o primeiro tremor registrado que parece ter vindo de dentro do planeta, em oposição a ser causado por forças acima da superfície, como o vento.
Os cientistas ainda estão examinando os dados para determinar a causa exata do sinal - um impacto de meteorito ainda não pode ser descartado.
Os dados registram simultaneamente três ruídos: O barulho do vento marciano, o evento propriamente dito do provável martemoto, e o braço robótico da sonda conforme ele se move para tirar fotos.
"Estávamos coletando ruído de fundo até agora, mas este primeiro evento oficialmente dá início a um novo campo: a sismologia marciana!", entusiasma-se Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL).
O provável evento sísmico ainda é fraco demais para fornecer dados sólidos sobre o interior marciano - que Marte ainda é sismicamente ativo - que é um dos principais objetivos da InSight.
A superfície marciana é extremamente silenciosa, permitindo que o sismômetro da sonda capte ruídos mínimos. Em contraste, a superfície da Terra está tremendo constantemente devido ao ruído sísmico criado pelos oceanos e pelo clima.
Para comparação, um evento da magnitude deste que agora foi detectado em Marte, se ocorresse no sul da Califórnia, por exemplo, estaria perdido entre dezenas de crepitações minúsculas que acontecem todos os dias naquela região geologicamente muito ativa.




Créditos: Inovação Tecnológica

Átomo detectado por cientistas pode ter um trilhão de vezes a idade do universo

Um grupo de pesquisadores na Itália está tentando detectar matéria escura. É uma tarefa difícil, já que a matéria escura não é um dos maiores mistérios da física por acaso. Ela não interage com nada além da gravidade, e apenas sabemos da sua existência inferindo que tem alguma coisa lá durante estas interações.
Até agora, eles não conseguiram detectar matéria escura, mas enquanto eles não encontram seu objetivo principal, outras coisas estão aparecendo pelo caminho, e uma das mais incríveis acaba de ser medida. De acordo com um novo estudo publicado nesta semana na revista Nature, a equipe de mais de 100 pesquisadores mediu uma das interações mais raras já vistas: pela primeira vez, a decadência de um átomo de xenônio-124 em um átomo de telúrio foi vista em laboratório, através de um processo extremamente raro chamado captura de elétrons duplos de dois neutrinos.
“Nós realmente vimos esse decaimento acontecer. É o processo mais longo e mais lento que já foi observado diretamente, e nosso detector de matéria escura era sensível o suficiente para medi-lo. É incrível ter testemunhado esse processo e diz que nosso detector pode medir a coisa mais rara já registrada”, anima-se Ethan Brown, professor assistente de física no Instituto Politécnico Rensselaer, nos EUA, e co-autor do estudo, em entrevista ao portal Phys.
Esse tipo de decaimento radioativo ocorre quando o núcleo de um átomo absorve dois elétrons de sua camada externa de elétrons simultaneamente, liberando uma dose dupla de partículas fantasmas chamadas neutrinos. Medindo este decaimento único em um laboratório pela primeira vez, os pesquisadores foram capazes de provar precisamente quão rara é a reação e quanto tempo leva para o xenônio-124 decair. A meia-vida do xenônio-124 – ou seja, o tempo médio necessário para um grupo de átomos de xenônio-124 diminuir pela metade – é de cerca de 18 sextiliões de anos (1,8 x 10 ^ 22 anos), aproximadamente um trilhão de vezes a idade do universo.
A experiência marca a meia-vida mais longa já medida diretamente em um laboratório. Apenas um processo de decaimento nuclear no universo tem uma meia-vida mais longa: o decaimento do telúrio-128, que tem uma meia-vida mais de 100 vezes maior que a do xenônio-124 – esse evento extremamente raro, entretanto, foi calculado apenas no papel, sendo jamais visto em laboratório.
“Dito de outro modo, se você tivesse 100 átomos de xenônio-124 quando os dinossauros foram extintos, 65 milhões de anos atrás, estatisticamente falando, todos os 100 deles ainda estariam aqui hoje”, compara Christian Wittweg, doutorando da Universidade de Münster, na Alemanha, que trabalhou com a chamada colaboração Xenon por meia década, em entrevista ao Live Science.
Assim como as formas mais comuns de decaimento radioativo, a captura de dois elétrons com dois neutrinos ocorre quando um átomo perde energia à medida que a proporção de prótons e nêutrons no núcleo atômico muda. No entanto, o processo é muito mais exigente do que os modos de decaimento mais comuns e depende de uma série de “coincidências gigantescas”, segundo Wittweg.
Coincidência ou não, uma destas características necessárias faz parte do projeto italiano: um grande tanque de metal cheio de 3,5 toneladas de xenônio líquido puro. Este gás nobre é uma das substâncias mais limpas e à prova de radiação da Terra, tornando-se um alvo ideal para capturar algumas das mais raras interações de partículas do universo.
Ter toneladas de átomos de xenônio para trabalhar fez com que as chances dessas coincidências fossem muito mais prováveis.
Todos os átomos de xenônio-124 são cercados por 54 elétrons, girando em invólucros nebulosos ao redor do núcleo. A captura de dois elétrons com dois neutrinos ocorre quando dois desses elétrons, em camadas próximas ao núcleo, migram simultaneamente para o núcleo, colidindo com um próton cada e convertendo esses prótons em nêutrons. Como subproduto dessa conversão, o núcleo expele dois neutrinos, partículas subatômicas indescritíveis sem carga e praticamente nenhuma massa que quase nunca interagem com nada.
Esses neutrinos voam para o espaço e os cientistas não podem medi-los a menos que usem equipamentos extremamente sensíveis. Para provar que um evento de captura de dois elétrons de dois neutrinos ocorreu, os pesquisadores do projeto Xenon, em vez disso, olharam para os espaços vazios deixados para trás no átomo em decomposição.
“Depois que os elétrons são capturados pelo núcleo, restam duas vagas na camada atômica. Essas vagas estão cheias de conchas mais altas, o que cria uma cascata de elétrons e raios-X”, explica Wittweg.
Esses raios X depositam energia no detector, que os pesquisadores podem ver claramente em seus dados experimentais. Após um ano de observações, a equipe detectou cerca de 100 ocorrências de átomos de xenônio-124 decaindo dessa forma, fornecendo a primeira evidência direta do processo.
Essa nova detecção do segundo processo de decaimento mais raro no universo não coloca a equipe Xenon mais perto de encontrar matéria escura, mas prova a versatilidade do detector. O próximo passo nos experimentos da equipe envolve a construção de um tanque de xenônio ainda maior – capaz de armazenar mais de 8,8 toneladas de líquido – para oferecer ainda mais oportunidades de detectar interações raras.

Créditos: Hypescience

Fungos são encontrados vivendo no espaço e pesquisadores não sabem quão perigosos eles podem ser

A aventura humana pelo espaço está só começando – para falar a verdade, mal saímos do nosso quintal. Mesmo assim, os passos que estamos dando lá fora já estão causando mudanças no ambiente espacial. Uma pesquisa acaba de descobrir que fungos potencialmente perigosos estão vivendo em estações espaciais e espaçonaves no momento, levados para lá provavelmente de carona no corpo dos astronautas. A questão é que não temos ideia se eles são prejudiciais para os seres humanos.
O estudo, publicado em 11 de abril na revista Astrobiology, faz um compilado do que os cientistas sabem (e não sabem) sobre as micotoxinas – compostos fúngicos que podem prejudicar os seres humanos – no espaço. A Terra está repleta de seres microscópicos, como bactérias e fungos unicelulares. Portanto, não é de surpreender que esses companheiros constantes tenham conseguido pegar carona com os humanos a bordo da Estação Espacial Internacional e de outras naves espaciais.
Embora os cientistas tenham feito uma boa quantidade de pesquisas sobre bactérias no espaço, os fungos continuam relativamente pouco estudados. Parte da razão é que esses primos microbianos dos cogumelos normalmente causam problemas de saúde apenas em pessoas que vivem sob condições estressantes ou que têm sistemas imunológicos severamente comprometidos.
A questão é que estas condições estão presentes no espaço. O estresse prolongado do voo espacial mostrou afetar o sistema imunológico dos astronautas. Este fato fez com que uma equipe da Universidade de Ghent, na Bélgica, decidisse pesquisar como os fungos podem afetar a saúde dos astronautas. Em uma revisão da literatura científica, o pouco que surgiu foi principalmente relacionado à detecção de diferentes espécies de fungos. As micotoxinas, entretanto, continuam um mistério. “Sobre as micotoxinas não encontramos quase nada”, disse Sarah de Saeger, cientista farmacêutica da Universidade de Ghent e co-autora do novo artigo, em entrevista ao portal Live Science.
Isso é problemático porque os fungos específicos que foram encontrados em naves espaciais, como o Aspergillus flavus e membros do gênero Alternaria, são conhecidos por produzir compostos carcinogênicos e imunodepressivos, disse ela, e essas moléculas geralmente se formam quando os fungos são estressados – se o espaço é um ambiente estressante para os seres humanos, também pode ser estressante para os fungos. Ela acrescenta que ainda não se sabe se os astronautas estão sendo afetados por essas toxinas.
O portal Daily Mail, em matéria a respeito do tema, usou o exemplo de uma mulher britânica que teve problemas com este mesmo tipo de ser vivo aqui na Terra. “Uma mulher britânica que viveu com ‘mofo preto’ em seu banheiro por um ano diz que a presença de micotoxina causou anos de exaustão, perda de memória e perda de cabelo. Emma Marshall, 29 anos, de Hackney, descreveu sintomas de ‘nevoeiro cerebral’, dores de cabeça e erupções cutâneas que tomaram conta e ‘sugaram a vida dela’.
Isto representa um problema para os futuros astronautas, uma vez que se sabe que as viagens espaciais de longa duração aumentam os níveis de estresse e diminuem a resposta imunitária dos astronautas.”
A equipe de De Saeger recomenda que as agências espaciais realizem um melhor trabalho na detecção e pesquisa de micotoxinas em espaçonaves. Eles sugerem que novos métodos devem ser desenvolvidos para monitorar as superfícies e atmosferas de espaçonaves. Atualmente, a maioria das detecções de fungos é feita enviando amostras de volta aos laboratórios da Terra, mas isso não será possível para missões de longa duração, como um voo tripulado para Marte.
De Saeger salientou que a presença de micotoxinas não significa necessariamente perigo para os astronautas. Aqui na Terra, as pessoas são frequentemente expostas a estes compostos, mas a sua contribuição específica para diferentes doenças nem sempre é fácil de rastrear. Por outro lado, ninguém sabe como os fungos podem crescer e evoluir no ambiente fechado de uma missão espacial duradoura.
“Acredito que a maior mensagem é que os fungos e as bactérias são parte integrante dos corpos humanos. Onde quer que vamos, fungos e bactérias seguirão”,salienta Adriana Blachowicz, que investigou fungos na Estação Espacial Internacional, mas não participou do estudo recente. As bactérias têm se mostrado mais virulentas no espaço, e por isso há alguma preocupação de que os fungos também possam ser, acrescenta.

Créditos: Hypescience

terça-feira, 23 de abril de 2019

Molécula elusiva, primeira a se formar no universo, é detectada no espaço

Cientistas alemães e americanos finalmente detectaram uma molécula elusiva no espaço, que teria sido a primeira a surgir no universo: o HeH+.
Mais de 13 bilhões de anos atrás, no seu início, o universo era apenas uma sopa de três simples elementos de átomos únicos.
Dentro de 100.000 anos do Big Bang, surgiu a primeira molécula: um casamento de hélio e hidrogênio, conhecido como íon hidro-hélio, ou HeH+.
“Foi o começo da química”, explicou David Neufeld, professor da Universidade Johns Hopkins (EUA) e um dos autores do novo estudo. “A formação de HeH+ foi o primeiro passo em um caminho de crescente complexidade no universo”.
Modelos teóricos haviam apontado que HeH+ seria a primeira molécula a se formar. Ela também foi estudada em laboratório já em 1925. Mas sua detecção em seu habitat natural se mostrou um desafio – até agora.
“A falta de provas definitivas de sua própria existência no espaço interestelar tem sido um dilema para a astronomia por um longo tempo”, disse outro autor do estudo, Rolf Gusten, cientista do Instituto Max Planck de Radioastronomia em Bonn (Alemanha).
Os pesquisadores sabiam onde procurar: já na década de 1970, as teorias sugeriam que HeH+ deveria existir em quantidades significativas nos gases incandescentes ejetados pela morte de estrelas semelhantes ao Sol, que criam condições semelhantes às encontradas no universo primordial.
O problema é que as ondas eletromagnéticas emitidas pela molécula são de uma faixa (o infravermelho distante) cancelada pela atmosfera da Terra e, portanto, indetectável ​​do solo.
Assim, a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão uniram forças para criar um observatório aéreo com três componentes principais: um enorme telescópio de 2.7 metros, um espectrômetro infravermelho e um Boeing 747 grande o suficiente para carregá-los.
De uma altitude de cruzeiro de quase 14.000 metros, o SOFIA (“Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy” ou Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha) evitou 85% do “ruído atmosférico” de telescópios terrestres.
Os dados coletados em uma série de três voos em maio de 2016 continham a evidência molecular que os cientistas há muito procuravam, no meio da nebulosa planetária NGC 7027, a cerca de 3.000 anos-luz de distância.
“A descoberta de HeH+ é uma demonstração dramática da tendência da natureza em formar moléculas”, esclareceu Neufeld.
Isso porque as circunstâncias para a formação de HeH+ eram pouco auspiciosas. Embora as temperaturas no jovem universo tenham caído rapidamente após o Big Bang, ainda eram de cerca de 4.000 graus Celsius, um ambiente hostil para a ligação molecular. Além disso, o hélio, um gás “nobre”, tem uma propensão muito baixa para formar moléculas.
Sua união com o hidrogênio ionizado foi frágil e não persistiu por muito tempo, substituída por ligações moleculares progressivamente mais robustas e complexas.
Mais tarde, elementos mais pesados ​​como carbono, oxigênio e nitrogênio e as muitas moléculas que eles originaram se formaram a partir das reações nucleares que dão energia às estrelas.
Um artigo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Nature.

Créditos: Hypescience

Radiotelescópio Bingo vai estudar geometria do Universo

O Diamante do Sertão vai desvendar segredos do Universo depositado sobre uma mina de ouro.
Não parece um começo adequado para um artigo sobre ciências, mas não há metáforas profundas nesta descrição do Bingo, um radiotelescópio que está sendo construído no Brasil por um consórcio que conta ainda com África do Sul, China, Estados Unidos, França, Portugal, Reino Unido e Uruguai.
O apelido de Diamante do Sertão foi dado porque o observatório será instalado na Serra do Urubu, na cidade de Aguiar, no sertão da Paraíba, longe das metrópoles e das fontes de poluição eletromagnética. E, para "limpar" ainda mais o ambiente, o radiotelescópio está sendo construído na cava deixada por uma mina abandonada de ouro.
Mais ou menos do tamanho de um campo de futebol, o Bingo será maior do que o Rádio Observatório do Itapetinga (ROI), atualmente o principal radiotelescópio do Brasil.
Além das parábolas refletoras, o Bingo contará com aproximadamente 50 cornetas, dando ao telescópio dimensões que poderão ser vistas de longe e o tornarão um dos maiores radiotelescópios da América Latina.
"Contamos com a contribuição de nossos parceiros internacionais, especialmente as dos pesquisadores do Reino Unido, mas a maior parte da tecnologia para a construção está sendo desenvolvida aqui no Brasil," conta Carlos Alexandre Wuensche, do Inpe e pesquisador chefe do projeto Bingo.
Bingo é um acrônimo para Baryon Acoustic Oscillations in Neutral Gas Observations, ou Oscilações Acústicas de Bárions em Observações de Gás Neutro.
As Oscilações Acústicas de Bárions (BAOs) são ondas geradas pela interação dos átomos com a radiação primordial do Universo. Sua detecção permitirá medir a distribuição do hidrogênio neutro em distâncias cosmológicas, usando uma técnica chamada de mapeamento de intensidade. O Bingo será o primeiro telescópio projetado para detectar BAOs por meio de ondas de rádio.
É possível "investigar a forma e a geometria do espaço, incluindo sua taxa de expansão, se soubermos a forma aparente das BAOs no espaço exterior e, assim, estudar a energia escura. Em termos um pouco mais técnicos, estaremos medindo os parâmetros cosmológicos que regem a geometria do Universo," explica o professor Élcio Abdalla, da USP.
"A proposta principal do Bingo é estudar a energia escura, mas também por meio do telescópio iremos estudar um fenômeno ainda pouco conhecido chamado Fast Radio Bursts [Rajadas Rápidas de Rádio]", complementa Abdalla.
As rajadas rápidas de rádio são pulsos eletromagnéticos de alta energia com duração de apenas alguns milissegundos. A origem desse fenômeno astrofísico ainda é desconhecida, mas existem pelo menos seis teorias tentando explicar esses pulsos de rádio.
Os dados do Bingo poderão ajudar a apontar qual teoria está mais próxima da realidade. Detectar essas RRRs (ou FRBs: fast radio bursts) é também um dos objetivos do radiotelescópio Chime (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment). O Telescópio Bingo contribuirá para o estudo das rajadas no Hemisfério Sul.

Créditos: Inovação Tecnológica

Arqueólogos descobrem tumba de 4.000 anos no Egito, e parece que ela acabou de ser pintada

O Ministério de Antiguidades do Egito revelou a descoberta de uma tumba de 4.000 anos decorada com inscrições e desenhos coloridos na necrópole de Saqqara, localizada no sul do Cairo.
As proezas arquitetônicas e artísticas dos antigos egípcios surpreendem não apenas por sua criação, mas também por sua preservação: a pintura vibrante parece quase tão fresca quanto no dia em que foi aplicada.
O intrincado túmulo provavelmente pertencia a um nobre chamado Khuwy, da Quinta Dinastia egípcia, período que abrangeu o século 25 a 24 aC.
De acordo com Mohamed Mujahid, chefe da equipe de escavação, a estrutura está projetada em uma distintiva forma de L e inclui um pequeno corredor que leva a uma antecâmara. Outra característica é um túnel de entrada, normalmente encontrado apenas em pirâmides. Mais além está a grande câmara, que abriga os desenhos multicoloridos.
Os tons bem preservados são normalmente associados à realeza. Isso, junto com características estruturais únicas, levaram os arqueólogos a acreditar que talvez Khuwy tivesse um relacionamento com Djedkare Isesi, o faraó daquele período, cuja pirâmide está localizada nas proximidades. Eles podem ter sido parentes, ou a tumba pode ter sido projetada de acordo com as reformas administrativas e de cultos funerários sancionadas pelo governante.
Junto com as representações da tumba, os arqueólogos também encontraram a múmia e os canopos de Khuwy – recipientes usados ​​para conter órgãos do corpo divididos em várias partes.
Com a descoberta, os pesquisadores esperam obter uma visão melhor do reinado de 40 anos de Djedkaré Isesi.
Para a cerimônia de abertura do sítio arqueológico, o ministro Khaled al Enani convidou 52 embaixadores estrangeiros e adidos culturais, bem como a famosa atriz egípcia Yosra.
Este túmulo é apenas o mais recente de uma série de achados arqueológicos do Ministério das Antiguidades egípcio. Em 2018, pesquisadores encontraram outros desenhos excepcionalmente preservados em Saqqara, além de um cemitério de gatos com uma coleção de raros besouros escaravelhos mumificados.
O país espera que as descobertas ajudem em seus esforços contínuos para reviver a economia turística, que ainda não se recuperou totalmente das revoltas políticas de 2011.

Créditos: Hypescience

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Tunelamento quântico pode ser mais rápido que a velocidade da luz

Uma equipe de físicos da Universidade Griffith e da Universidade Nacional da Austrália mediu quanto tempo dura um processo conhecido como tunelamento quântico.
No passado, houve um debate sobre se tal fenômeno seria instantâneo – o que significaria que é mais rápido que a velocidade da luz. Aparentemente, é isso mesmo.
Se você jogar uma bola em uma parede, ela vai voltar para você. Isso é física clássica. No mundo da física quântica, no entanto, tudo é muito mais complicado.
Se você lançar uma partícula em uma parede, ela pode voltar para você, ou pode de repente atravessá-la e aparecer do outro lado, graças a um fenômeno conhecido como tunelamento quântico.
O tunelamento é resultado de uma probabilidade matemática aleatória. Digamos, por exemplo, que você esteja mapeando a probabilidade de onde uma partícula vai parar depois de jogá-la em uma parede. É extremamente alta a chance de que rebaterá e se afastará da parede. No mundo quântico, porém, nunca podemos ter 100% de certeza de nada. Há uma pequena chance de que a partícula ignore a parede e continue sua jornada para o outro lado.
Embora pareça ficção científica, o tunelamento quântico é um processo bem documentado que ocorre cotidianamente, por exemplo, em microscópios eletrônicos e transistores. Partículas elementares como os elétrons são conhecidos por “tunelar” em seus átomos regularmente, o que é um fator-chave por trás do decaimento radioativo.
Um dos mistérios em torno do fenômeno, contudo, é quanto tempo leva para uma partícula atingir um túnel quântico através de uma barreira.
Alguns cientistas acreditam que isso acontece instantaneamente, mas tal coisa significaria que a partícula viaja mais rápido que a velocidade da luz e pode violar o princípio da causalidade.
Para tentar medir o tempo do tunelamento, os pesquisadores explodiram átomos de hidrogênio com um laser intenso que dispara 1.000 pulsos de luz por segundo. A idéia é que isso estabeleça as condições corretas para que o elétron escape do átomo, permitindo que a equipe meça com precisão a duração do tunelamento.
O resultado? O tunelamento quântico parece acontecer instantaneamente – ou pelo menos, tão incrivelmente rápido que é essencialmente instantâneo. Segundo os pesquisadores, são necessários menos de 1,8 atossegundos, o que representa um bilionésimo de um bilionésimo de segundo.
Embora estudos anteriores que mediram o tempo de tunelamento tenham visto resultados mais longos – por exemplo, em 2017, pesquisadores do Instituto Max Planck (Alemanha) descobriram que o tunelamento quântico leva até 180 atossegundos -, a equipe por trás da nova pesquisa diz que sua experiência é mais simples e por isso menos propensa a erros.
No estudo do Max Planck, por exemplo, a equipe usou átomos de crípton e argônio, que são muito mais complexos que o hidrogênio, que tem apenas um elétron.
“Testes anteriores usaram átomos mais complicados, contendo vários ou muitos elétrons”, disse Igor Litvinyuk, um dos autores do novo estudo. “Para explicar a interação entre os diferentes elétrons, eles usaram diferentes modelos aproximados. E, desses modelos, eles extraíram os tempos. Nosso modelo não usou aproximações porque não precisávamos nos preocupar com as interações elétron-elétron”.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na prestigiosa revista científica Nature.

Créditos: Hypescience

Teoria quântica que diz que duas realidades podem coexistir é comprovada em experimento

A física quântica, como sabemos, é um reino totalmente diferente e estranho da física. Lá, coisas estranhas e inimagináveis no nível normal da física acontecem, como o entrelaçamento quântico e outros fenômenos. E por incrível que pareça, as coisas acabaram de ficar mais estranhas. Um experimento acaba de comprovar uma questão que tem intrigado os cientistas que estudam este campo da física há anos: será que duas versões da realidade podem existir ao mesmo tempo? Os físicos dizem que a resposta para essa pergunta é afirmativa – pelo menos no mundo quântico.
O experimento colocou em prática uma teoria: dois indivíduos observando o mesmo fóton poderiam chegar a diferentes conclusões sobre o estado desse fóton – e, no entanto, ambas as suas observações estariam corretas. Pela primeira vez, os cientistas replicaram as condições descritas neste experimento mental. Seus resultados, publicados em 13 de fevereiro, confirmaram que, mesmo quando os observadores descreviam estados diferentes no mesmo fóton, as duas realidades conflitantes poderiam ser ambas verdadeiras.
“Você pode verificar as duas”, confirma Martin Ringbauer, um dos co-autores do estudo e pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Física Experimental da Universidade de Innsbrück, na Áustria.
A ideia desconcertante de duas realidades coexistindo é de Eugene Wigner, vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1963. Em 1961, Wigner introduziu um experimento mental que ficou conhecido como “amigo de Wigner”. Começa com um fóton – uma partícula de luz. Quando um observador em um laboratório isolado mede o fóton, ele descobre que a polarização da partícula – o eixo no qual ela gira – é vertical ou horizontal. Entretanto, antes que o fóton seja medido, ele exibe as duas polarizações de uma só vez, conforme ditado pelas leis da mecânica quântica; ele existe em uma “superposição” de dois estados possíveis.
Uma vez que a pessoa no laboratório mede o fóton, a partícula assume uma polarização fixa. Mas para alguém de fora daquele laboratório fechado que não conhece o resultado das medições, o fóton não medido ainda está em estado de superposição. A observação desta pessoa de fora e, portanto, sua realidade, divergem da realidade da pessoa no laboratório que mediu o fóton. No entanto, nenhuma dessas observações conflitantes é considerada errada, de acordo com a mecânica quântica.
Durante décadas, esta proposta bizarra de Wigner foi apenas uma interessante experiência mental. Mas nos últimos anos, avanços importantes na física finalmente permitiram que especialistas colocassem a proposta de Wigner à prova. “Os avanços teóricos foram necessários para formular o problema de uma maneira testável. Então, o lado experimental precisou de desenvolvimentos no controle de sistemas quânticos para implementar algo assim”, explica Ringbauer ao portal Live Science.
Ringbauer e seus colegas testaram a ideia original de Wigner com um experimento ainda mais rigoroso que duplicou o cenário. Eles designaram dois “laboratórios” onde os experimentos aconteceriam e introduziram dois pares de fótons emaranhados, o que significa que seus destinos estavam interligados, de modo que saber o estado de um automaticamente informa o estado do outro. Os fótons da configuração eram reais. Quatro “pessoas” no cenário, chamadas de “Alice”, “Bob” e um “amigo” de cada um, não eram reais, mas representavam observadores do experimento.
Os dois amigos de Alice e Bob, que estavam localizados “dentro” de cada um dos laboratórios, mediam um fóton em um par entrelaçado. Isso quebrou o emaranhamento e colapsou a superposição, o que significa que o fóton medido existia em um estado definido de polarização. Eles gravaram os resultados em memória quântica – copiados na polarização do segundo fóton.
Alice e Bob, que estavam “fora” dos laboratórios fechados, foram então apresentados a duas escolhas para realizar suas próprias observações. Eles podiam medir os resultados de seus amigos armazenados na memória quântica e, assim, chegar às mesmas conclusões sobre os fótons polarizados, mas também poderiam conduzir sua própria experiência entre os fótons emaranhados.
Neste experimento, conhecido como experimento de interferência, se os fótons atuam como ondas e ainda existem em uma superposição de estados, Alice e Bob veriam um padrão característico de franjas claras e escuras, onde os picos e vales das ondas de luz adicionam ou cancelam uma à outra. Se as partículas já tivessem “escolhido” seu estado, eles veriam um padrão diferente do que se elas não tivessem. Wigner havia proposto previamente que isso revelaria que os fótons ainda estavam em um estado emaranhado.
Os autores do novo estudo descobriram que, mesmo em seu cenário duplicado, os resultados descritos por Wigner eram válidos. Alice e Bob puderam chegar a conclusões sobre os fótons que eram corretas e prováveis ​​e que ainda diferiam das observações de seus amigos – que também eram corretas e prováveis, de acordo com o estudo.
A mecânica quântica descreve como o mundo funciona em uma escala tão pequena que as regras normais da física não se aplicam mais. Segundo Ringbauer, especialistas que estudam o campo já ofereceram inúmeras interpretações do que isso significa durante várias décadas. No entanto, se as medidas em si não são absolutas – como essas novas descobertas sugerem – isso desafia o próprio significado da mecânica quântica.
“Parece que, em contraste com a física clássica, os resultados das medições não podem ser considerados verdade absoluta, mas devem ser entendidos em relação ao observador que realizou a medição. As histórias que contamos sobre mecânica quântica têm que se adaptar a isso”, diz ele ao Live Science.
“O método científico baseia-se em fatos, estabelecidos através de medições repetidas e acordados universalmente, independentemente de quem os observou. Na mecânica quântica, a objetividade das observações não é tão clara”, diz Maximiliano Proietti, outro dos co-autores do estudo, no artigo publicado no jornal pré-impresso AirXiv.
É como se a máxima “ver para crer” não fosse suficiente para este bizarro e sensacional campo da física.

Créditos: Hypescience

Experimento volta no tempo usando computador quântico

Uma equipe de físicos da Rússia, Suíça e EUA usou um computador quântico da IBM para demonstrar que é possível reverter a chamada "seta do tempo", a sensação que temos de que o tempo caminha inexoravelmente do passado para o futuro, sem possibilidade de volta.
Além de retornar o estado do computador quântico uma fração de segundo para o passado, eles também calcularam a probabilidade de um elétron no espaço interestelar vazio viajar espontaneamente de volta ao seu passado recente.
"Este é um de uma série de artigos sobre a possibilidade de violar a segunda lei da termodinâmica. Essa lei está intimamente relacionada com a noção da seta do tempo que postula a direção unidirecional do tempo: do passado para o futuro.
"Nós começamos descrevendo uma chamada máquina de movimento perpétuo local do segundo tipo [em 2016]. Então, em dezembro [de 2018], publicamos um artigo que discute a violação da segunda lei por meio de um dispositivo chamado demônio de Maxwell. O artigo mais recente aborda o mesmo problema de um terceiro ângulo: Criamos artificialmente um estado que evolui em uma direção oposta àquela da flecha termodinâmica do tempo," explicou Gordey Lesovik, do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou.
A maioria das leis da física não faz distinção entre o futuro e o passado. Por exemplo, elabore uma equação que descreva a colisão e o rebote de duas bolas de bilhar idênticas. Se uma câmera gravar um close do evento - só as bolas são visíveis - e ele for reproduzido ao contrário, o evento ainda pode ser representado pela mesma equação. Além disso, não se pode dizer se a gravação foi manipulada - ambas as versões parecem plausíveis. Parece que as bolas de bilhar desafiam o sentido intuitivo do tempo.
Mas imagine que alguém tenha gravado a bola branca desmontando a pirâmide inicial, com as bolas de bilhar se espalhando em todas as direções. Ninguém precisa conhecer as regras do jogo para diferenciar o cenário da vida real da sua reprodução reversa. O que faz com que a reprodução invertida pareça tão absurda é a nossa compreensão intuitiva da segunda lei da termodinâmica: um sistema isolado ou permanece estático ou evolui para um estado de caos, e não de ordem.
A maioria das outras leis da física não impede que as bolas de bilhar montem-se de nova em uma pirâmide, o chá infundido retorne ao saquinho ou um vulcão reverta sua própria erupção. Mas não vemos nada disso acontecendo porque isso iria exigir que um sistema isolado assumisse um estado mais ordenado, sem qualquer intervenção externa, o que contraria a segunda lei. A natureza dessa lei nunca foi explicada detalhadamente pela ciência, mas os cientistas fizeram grandes progressos na compreensão dos princípios básicos que a fundamentam.
Lesovik e seus colegas decidiram então verificar se o tempo poderia se inverter espontaneamente, pelo menos para uma partícula individual e por uma pequena fração de segundo. Isto é, em vez de colidir bolas de bilhar, eles examinaram um elétron solitário no espaço interestelar vazio.
"Suponha que o elétron esteja localizado quando começamos a observá-lo. Isso significa que temos certeza sobre sua posição no espaço. As leis da mecânica quântica nos impedem de saber isso com absoluta precisão, mas podemos delinear uma pequena região onde o elétron está localizado," descreveu o professor Andrey Lebedev, do Instituto de Tecnologia de Zurique.
A evolução do estado de um elétron é governada pela equação de Schrodinger, que descreve a dependência do tempo de sistemas regidos pela mecânica quântica. Embora a equação não faça distinção entre o futuro e o passado, a região do espaço que contém o elétron vai se ampliar muito rapidamente, ou seja, o sistema tende a se tornar mais caótico. A incerteza da posição do elétron é crescente, o que é análogo à crescente desordem em um sistema de grande escala - como uma mesa de bilhar - devido à segunda lei da termodinâmica.
"No entanto, a equação de Schrodinger é reversível," ressalta Valerii Vinokur, do Laboratório Nacional Argonne, nos EUA. "Matematicamente, isso significa que, sob uma certa transformação, chamada conjugação complexa, a equação descreverá um elétron 'enevoado' localizando-se de volta em uma pequena região do espaço no mesmo período de tempo."
Embora esse fenômeno não seja observado na natureza, teoricamente isso poderia acontecer devido a uma flutuação aleatória no padrão de fundo de micro-ondas cósmico que permeia o Universo.
A equipe começou então a calcular a probabilidade de observar um elétron "espalhado" durante uma fração de segundo localizando-se espontaneamente em seu passado recente. Os resultados indicam que, mesmo que alguém passasse a vida inteira do Universo - 13,7 bilhões de anos - observando 10 bilhões de elétrons recém-localizados a cada segundo, a evolução inversa do estado da partícula só aconteceria uma vez. E, mesmo assim, o elétron não viajaria mais do que um décimo de bilionésimo de segundo em direção ao passado.
Fenômenos de larga escala - bolas de bilhar, vulcões etc. - obviamente se desdobram em escalas de tempo muito maiores e apresentam um número impressionante de elétrons e outras partículas. Isso explica por que não observamos pessoas idosas ficando mais jovens ou uma mancha de tinta se separando do papel.
Como seria preciso esperar demais para observar o fenômeno acontecendo naturalmente, os físicos então tentaram reverter o tempo de maneira controlada. Em vez de um elétron, eles observaram o estado de um computador quântico formado por dois e, a seguir, três elementos básicos chamados qubits supercondutores.

O experimento foi feito em quatro estágios.
Estágio 1
: Ordem - Cada qubit é inicializado no estado fundamental, denotado como zero. Essa configuração altamente ordenada corresponde a um elétron localizado em uma região pequena ou a uma pirâmide de bolas de bilhar antes da primeira tacada.
Estágio 2: Degradação - A ordem é perdida. Assim como a probabilidade de localização do elétron se espalha por uma região cada vez maior do espaço, o estado dos qubits se torna um padrão cada vez mais complexo de possíveis zeros e uns. Isto é feito rodando o programa de evolução no computador quântico por um breve período de tempo. Na verdade, uma degradação semelhante ocorreria por si só devido a interações dos qubits com o ambiente. No entanto, o programa controlado de evolução autônoma é necessário para o último estágio do experimento.
Estágio 3: Reversão do tempo - Um programa especial modifica o estado do computador quântico de tal forma que ele então "evolui para trás", do caos para a ordem. Esta operação é semelhante à flutuação aleatória do fundo de micro-ondas no caso do elétron, mas no experimento ela é deliberadamente induzida. Uma analogia obviamente exagerada para o exemplo do bilhar seria alguém dando um chute perfeitamente calculado na mesa.
Estágio 4: Regeneração - O programa de evolução do segundo estágio é rodado novamente. Desde que o "chute" tenha sido dado com sucesso, o programa não resulta em mais caos, mas rebobina o estado dos qubits de volta ao passado, como um elétron espalhado seria localizado ou as bolas de bilhar retrocederiam suas trajetórias em sentido inverso, eventualmente formando um triângulo.

Os pesquisadores descobriram que, em 85% dos casos, o computador quântico de dois qubits retornou de fato ao estado inicial. Quando o processo envolveu três qubits, aconteceram mais erros, resultando em uma taxa de sucesso de aproximadamente 50%. Segundo os autores, esses erros se devem a imperfeições no computador quântico real. À medida que processadores mais sofisticados forem construídos, a taxa de erro deverá cair.
Curiosamente, o próprio algoritmo de inversão de tempo pode ser útil para tornar os computadores quânticos mais precisos. "Nosso algoritmo pode ser atualizado e usado para testar programas escritos para computadores quânticos e eliminar ruídos e erros," explicou Lebedev.

Créditos: Inovação Tecnológica

Neurônios eletrônicos integram-se ao tecido cerebral

Uma equipe da Universidade de Harvard, nos EUA, projetou uma sonda neural que funciona e se parece tanto com um neurônio real que o cérebro não consegue identificar os impostores implantados.
O cérebro mantém uma guarda estrita contra invasores, o que significa que qualquer corpo estranho é imediatamente atacado e neutralizado.
Infelizmente, isso inclui as sondas e chips neurais, que estão sendo desenvolvidos para tratamentos médicos, como epilepsia, depressão e outras doenças neurológicas, além de estudos mais aprofundados do próprio cérebro.
"Este avanço literalmente tira a nitidez das diferenças sempre presentes e claras nas propriedades de sistemas criados pelo homem e sistemas vivos," disse o professor Charles Lieber, cuja equipe vem trabalhando há alguns anos em tecidos ciborgues, que misturam biológico e eletrônico.
O novo sensor neural imita três características que ninguém havia conseguido obter em um laboratório: a forma, o tamanho e a flexibilidade de um neurônio real.
"O estereótipo da sonda neural é que elas são gigantes em comparação com os alvos neuronais que estão interrogando. Mas, no nosso caso, eles são essencialmente iguais," disse a pesquisadora Xiao Yang.
Neurônios se parecem um pouco com girinos, com cabeças redondas e caudas longas e flexíveis. Então, Yang e seus colegas criaram uma cabeça para abrigar o eletrodo de gravação, que é feito de metal, que corresponde ao tamanho do soma (ou corpo celular) do neurônio.
Sua interconexão de fios serpenteia através de uma "cauda" de polímero ultraflexível, lembrando a neurite do neurônio. De acordo com Yang, sua "eletrônica similar a neurônios" (NeuE: neuron-like electronics) é de "5 a 20 vezes mais flexível do que as sondas mais flexíveis relatadas até hoje".
Construídos os neurônios artificiais - o que foi feito por fotolitografia -, a equipe usou uma seringa para injetar dezesseis imitadores neurais na região do hipocampo do cérebro de um camundongo - essa região foi escolhida por seu papel central na aprendizagem, memória e envelhecimento. Lá, eles se desdobraram para criar uma teia porosa, imitando a rede de neurônios entrecruzados do cérebro.
Dentro de um dia, e prosseguindo até meses depois, os neurônios naturais se integraram à rede artificial, formando um tecido híbrido. Essa assimilação explica por que a equipe conseguiu uma coleta de dados estável mesmo meses após a implantação, sem perder o sinal de nenhum neurônio artificial sequer.
Na verdade, alguns neurônios naturais se juntaram no processo de enviar sinais. "É um resultado inesperado e entusiasmante," disse Yang, acrescentando que os novos sinais neuronais indicam que neurônios recém-nascidos podem usar o neurônio eletrônico artificial como suporte para alcançar áreas danificadas do cérebro e ajudar a regenerar o tecido.
Por conta disso, Yang já está trabalhando no projeto e fabricação de sondas neurais menores e mais flexíveis, além de explorar o potencial da sua "eletrônica semelhante a neurônios" para servir como um suporte ativo para a regeneração do tecido neural in vivo.
De modo mais geral, a expectativa é que essa eletrônica semelhante a neurônios eventualmente ofereça uma alternativa segura e estável para tratar doenças neurológicas, danos cerebrais e até mesmo depressão e esquizofrenia, permitindo monitorar e modular ativamente as redes neurais.

Créditos: Inovação Tecnológica

Abelhas são flagradas dormindo abraçadinhas

Você já parou para pensar sobre o sono das abelhas? Quanto tempo elas dormem, e onde dormem? Essas são perguntas que a maioria das pessoas nunca fez. Mas o fotógrafo de vida selvagem Joe Nelly conseguiu registrar o momento em que duas abelhas dormiam abraçadinhas no centro de uma flor.
Tudo começou quando ele e sua noiva Niccole foram procurar flores de papoula em um campo florido, e no caminho de volta para casa eles passaram por um aglomerado de flores rosas, perto da rodovia.
No meio de todas as flores rosas, havia uma florzinha laranja, que chamou atenção de Niccole. Ela ouviu o barulho de abelhas voando por perto, e então notou que algumas flores tinham abelhas imóveis em seus centros.
“Eu cheguei perto e observei por um tempo, e mais abelhas apareceram. Logo, todas as flores vazias estavam ocupadas, e uma abelha acabou sobrando. Ela se enfiou em uma flor aberta e ficou com outra abelha. Enquanto eu olhava, ela cambaleava quase como se estivesse bêbada, e se aconchegou”, conta Joe.
As abelhas da espécie Diadasia diminuta dormem em flores chamadas Globe Mallows (Sphaeralcea). De acordo com o serviço florestal do Departamento de Agricultura dos EUA, essas abelhas fazem ninhos em solo parcialmente compactado nas margens de estradas de terra na região noroeste dos Estados Unidos.
Como as abelhas não têm pálpebras, é difícil saber com certeza se elas estão dormindo, mas pesquisadores observaram que é possível saber que elas estão tirando uma soneca quando elas param de mover suas antenas. Em algumas situações elas também se deitam de lado.
Nem todas as abelhas dormem nas flores. Algumas delas dormem dentro da colmeia. Elas têm ciclo circadiano como os humanos, e também dormem entre cinco e oito horas por noite.

Créditos: Hypescience

terça-feira, 16 de abril de 2019

Nanotablet viabiliza programação da computação biológica

Jinyoung Seo, da Universidade Nacional de Seoul, na Coréia do Sul, chama sua criação de "nanotablet", uma nova forma de computação biológica que vem se juntar a outras demonstrações recentes, como um processador molecular reprogramável e o protótipo de um biocomputador.
Ao contrário da abordagem mais tradicional da biocomputação, baseada em moléculas de DNA, Seo se inspirou no modo como as membranas celulares processam informações biológicas para criar uma plataforma que executa cálculos usando nanopartículas - o DNA ainda é essencial, mas a computação é dirigida pelas nanopartículas.
"Em nossa plataforma 'nanotablet lipídico', uma bicamada lipídica de suporte é usada como uma placa de circuito química para executar computação molecular com uma rede de nanopartículas. Essa nano-biocomputação traduz informações moleculares em uma solução (entrada) em montagem/desmontagem dinâmicas de nanopartículas sobre a bicamada lipídica (saída) e permite fazer uma computação em nanopartículas modular e escalonável," explicou o pesquisador.
De fato, na natureza a membrana celular pode ser vista como um análogo de uma placa de circuito impresso, uma vez que ela organiza uma ampla gama de nanoestruturas biológicas - proteínas, por exemplo - como unidades que interagem dinamicamente entre si na superfície 2D fluídica para realizar funções complexas - similares às funções computacionais.
Por exemplo, explica Seo, as proteínas sobre a membrana celular pegam sinais químicos e físicos como entradas - ligações químicas com moléculas, estímulos mecânicos, etc - e alteram as suas conformações ou as dimerizam como saídas.
Mais importante ainda, esses processos biológicos de computação ocorrem de maneira maciçamente paralela.

Créditos: Inovação Tecnológica

Choques elétricos no cérebro podem fazer idosos terem a memória de um jovem de 20 anos

De acordo com um novo estudo da Universidade de Boston (EUA), choques leves de corrente alternada no cérebro podem restaurar memórias em declínio de idosos (com idades entre 60 e 76 anos) para os mesmos níveis de desempenho observados em adultos jovens (de 20 a 29 anos), pelo menos por uma hora.
As explosões elétricas pareciam “ressincronizar” ondas cerebrais em áreas importantes para o pensamento e a memória que pareciam estar fora de sintonia ao longo dos anos – o córtex pré-frontal e temporal.
Os resultados apoiam a ideia de que a atividade elétrica dessincronizada de neurônios disparando em diferentes áreas do cérebro pode ajudar a provocar declínios graduais na memória de trabalho (o armazenamento temporário de informação) durante o envelhecimento, bem como a deterioração da memória associada a condições como a doença de Alzheimer.
Talvez a estimulação cerebral não invasiva possa, um dia, ser usada como terapia para tais problemas de memória.
Os pesquisadores Robert Reinhart e John Nguyen pediram a 42 idosos que fizessem em um teste de memória simples.
Primeiro, os participantes viram uma imagem de alta qualidade de um objeto, textura ou cor, depois uma imagem em branco por uma fração de segundo, seguida de outra imagem, ou idêntica à primeira ou ligeiramente diferente.
Antes da estimulação cerebral, os idosos podiam detectar diferenças com uma taxa de precisão de 80%. Um grupo diferente de 42 pessoas mais jovens teve uma taxa de precisão de cerca de 90%.
Os pesquisadores então estimularam os cérebros dos adultos mais velhos por 25 minutos, enquanto o grupo mais jovem fez um tratamento simulado – eles também usaram os eletrodos, mas não receberam nenhuma corrente elétrica. A estimulação cerebral que os idosos experimentaram estava sintonizada especificamente com os ritmos de seus cérebros.
Após a estimulação, o grupo mais velho atingiu a mesma taxa de precisão de 90% do grupo mais jovem. Essa melhoria durou durante todo o teste de memória de 50 minutos.
Em um experimento subsequente, os pesquisadores tentaram reverter o achado: eles usaram a estimulação cerebral para dessincronizar as ondas cerebrais dos participantes jovens, o que fez com que eles se saíssem pior no teste de memória.
EUA planejam implante cerebral que poderia um dia restaurar a memória das pessoas
Reinhart e Nguyen concluíram que “ao customizar a estimulação elétrica para dinâmicas de rede individuais, pode ser possível influenciar assinaturas putativas de conectividade funcional intra e interregional, e aumentar rapidamente a função da memória de trabalho em idosos”.
Enquanto os cientistas acreditam que essa sincronização pode potencialmente ser utilizada ​​como terapia, outros especialistas pedem cautela, observando que o estudo foi pequeno e os resultados terão que ser confirmados por outras pesquisas. Ainda não está claro se os benefícios vistos em um jogo de memória se traduzirão em melhorias clínicas no “mundo real” para aqueles que sofrem com problemas de memória.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.

Créditos: Hypescience

Criado um LED que emite luz de qualquer cor

Um novo tipo de LED demonstrado por físicos da Universidade de Viena, na Áustria, pode emitir qualquer cor de luz.
Para isso, basta ajustar os pulsos de luz que são enviados ao LED para alimentá-lo.
"Nosso sistema de camada luminosa não representa apenas uma ótima oportunidade para estudar excitons, mas também é uma fonte de luz inovadora. Portanto, agora temos um diodo emissor de luz cujo comprimento de onda pode ser especificamente influenciado, e muito facilmente, simplesmente mudando a forma do pulso elétrico aplicado," resume Matthias Paur, idealizador do novo LED.
Os excitons aos quais Paur se refere são quasipartículas formadas pelo acoplamento de uma carga negativa (um elétron) com uma carga positiva (uma lacuna), no interior de um material sólido.
"Sob certas circunstâncias, lacunas e elétrons podem se unir. Da mesma forma que um elétron orbita o núcleo atômico positivamente carregado em um átomo de hidrogênio, um elétron pode orbitar a lacuna carregada positivamente em um objeto sólido," explica o professor Thomas Mueller.
Se o par permanece ligado pela atração de suas forças, mas sem se mesclar, forma-se o exciton. Mas não precisam ser apenas dois. Estados de ligação ainda mais complexos são possíveis, formando trions, biexcitons ou quintons, que envolvem três, quatro ou cinco parceiros de ligação.
O que é importante neste caso é que, quando finalmente um elétron e uma lacuna se recombinam, é emitido um pulso de luz.
O LED é uma estrutura de camadas monoatômicas montadas na forma de um sanduíche, consistindo de uma camada de disseleneto de tungstênio ou de dissulfeto de tungstênio circundada por duas camadas de nitreto de boro. A energia elétrica entra neste sistema de camadas ultrafinas por meio de dois eletrodos de grafeno.
Dependendo da forma e da intensidade dos pulsos da corrente elétrica que entram no sistema, formam-se diferentes complexos de excitons, sendo que cada um deles produz fótons em um comprimento de onda - uma cor - específico. Assim, basta controlar a entrada elétrica para determinar que cor o LED produzirá - e uma cor muito pura.
"Ajustando os parâmetros do pulso, podemos ajustar a intensidade de emissão das diferentes espécies de excitons em ambos os materiais. Constatamos que a eletroluminescência de biexcitons carregados e excitons escuros é tão estreita quanto 2,8 meV," escreveu a equipe.
Embora tudo tenha funcionado a temperatura ambiente, a passagem deste experimento de laboratório para um LED comercial deverá consumir alguns anos de desenvolvimento.

Créditos: Inovação Tecnológica

Terremoto de 4.7 pontos é registrado a 100 km de Tarauacá, AC

Um terremoto de 4.7 pontos de magnitude foi registrado no Brasil, a 100 km da cidade de Tarauacá (AC), a 583 km de profundidade.
O evento ocorreu as 00h19 pelo horário de Brasília e teve seu hipocentro localizado abaixo das coordenadas 8.09S e 71.67W, a 100 km de Tarauacá, 113 km de Rodrigues Alves (AC) e 116 km da cidade de Ipixuna (AM).

Créditos: Apolo 11

Cientistas imprimem primeiro coração em 3D usando materiais biológicos de pacientes

Em um grande avanço médico, pesquisadores da Universidade de Tel Aviv (Israel) imprimiram o primeiro coração vascularizado em 3D do mundo, usando células e materiais biológicos do próprio paciente.
Até agora, os cientistas só haviam conseguido imprimir tecidos simples sem vasos sanguíneos.
“Esta é a primeira vez que alguém conseguiu projetar e imprimir um coração inteiro com células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras”, explica o Prof. Tal Dvir, da Escola de Biologia Molecular e Biotecnologia da Universidade Tel Aviv.
Além disso, o coração é feito de células humanas e materiais biológicos específicos do paciente. “Em nosso processo, esses materiais servem como ‘biotintas’, substâncias feitas de açúcares e proteínas que podem ser usadas para impressão 3D de modelos complexos de tecidos”, complementa o Prof. Dvir.
Neste estágio da pesquisa, o órgão é pequeno, do tamanho do coração de um coelho. No entanto, corações humanos maiores requerem a mesma tecnologia.
Para criá-lo, uma biópsia de tecido adiposo foi retirada de pacientes. Os materiais celulares foram então separados. Enquanto as células foram reprogramadas para se tornar células-tronco pluripotentes, a matriz extracelular, uma rede tridimensional de macromoléculas extracelulares, como colágeno e glicoproteínas, foi processada em um hidrogel personalizado que serviu como “tinta” de impressão.
Após serem misturadas com o hidrogel, as células eficientemente se diferenciaram para se tornar células cardíacas ou endoteliais, criando um tecido cardíaco compatível com o paciente (ou seja, que não seria rejeitado pelo seu sistema imunológico).
De acordo com o Prof. Dvir, o uso de materiais específicos dos pacientes é crucial para o sucesso da engenharia de tecidos e órgãos. “A biocompatibilidade de materiais de engenharia é crucial para eliminar o risco de rejeição do implante, o que compromete o sucesso de tais tratamentos. Idealmente, o biomaterial deve possuir as mesmas propriedades bioquímicas, mecânicas e topográficas dos próprios tecidos do paciente”, conclui.
O sucesso já foi enorme: os pesquisadores desenvolveram uma abordagem simples para tecidos cardíacos grossos, vascularizados e ​​impressos em 3D que combinam completamente com as propriedades imunológicas, celulares, bioquímicas e anatômicas do paciente.
Agora, eles planejam cultivar os corações impressos em laboratório para “ensiná-los” a se comportar como verdadeiros corações.
“Precisamos desenvolver ainda mais o coração impresso. As células precisam formar uma capacidade de bombeamento; elas podem se contrair atualmente, mas precisamos que trabalhem juntas. Nossa esperança é que tenhamos sucesso e provemos a eficácia e utilidade do nosso método”, esclarece o Prof. Dvir.
Em seguida, os testes com transplante finalmente poderão começar em modelos animais.
A doença cardíaca é a principal causa de morte no mundo todo. O transplante cardíaco é atualmente o único tratamento disponível para pacientes com insuficiência cardíaca terminal. Dada a terrível escassez de doadores de órgão, a necessidade de desenvolver novas abordagens é urgente.
“Talvez, daqui a dez anos, haja impressores de órgãos nos melhores hospitais do mundo, e esses procedimentos serão conduzidos rotineiramente”, sugere Dvir.

Créditos: Hypescience

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Impressão 4D cria objeto que muda de formato depois de pronto

De tecnologia emergente, a impressão 3D rapidamente se transformou em um dos fundamentos da indústria 4.0, ou Quarta Revolução Industrial.
A impressão 3D, também conhecida como manufatura aditiva, transforma projetos digitais em objetos físicos, construindo-os camada por camada, embora versões mais modernas já estejam fabricando objetos inteiros de uma vez só.
A impressão 4D baseia-se na mesma tecnologia, mas com uma grande diferença: São utilizados materiais especiais e projetos mais sofisticados para imprimir objetos que mudam de forma em resposta a alterações nas condições do ambiente onde o objeto impresso ficará - como a temperatura ou a luminosidade.
O resultado são materiais inteligentes que podem mudar sua estrutura - passando de duros como madeira a macios como uma esponja - ou mudar de forma - como asas de avião que se alteram para garantir sustentação durante pousos e decolagens e menos arrasto durante o voo de cruzeiro.
"Acreditamos que essa interação sem precedentes entre ciência dos materiais, mecânica e impressão 3D criará um novo caminho para uma ampla gama de aplicativos interessantes que melhorarão a tecnologia, a saúde, a segurança e a qualidade de vida," disse o professor Howon Lee, da Universidade Rutgers.
A equipe de Lee demonstrou o potencial da impressão 4D otimizando outra área já plena de novidades tecnológicas: Os metamateriais, materiais artificiais projetados para apresentarem propriedades não encontradas na natureza.
Apesar das demonstrações impressionantes, a forma e as propriedades dos metamateriais fabricados até agora eram irreversíveis - uma vez fabricado, estava selado o destino do metamaterial, que só funciona de uma determinada forma.
Com a tecnologia morfológica, Lee e seus alunos demonstraram como ajustar os metamateriais depois de prontos, usando gatilhos simples, como o calor.
Em uma das demonstrações, a rigidez do material pode ser ajustada mais de 100 vezes variando a temperatura entre a temperatura ambiente (22º C) e um calor moderado de 90º C. O material pode ser reformulado para uma ampla variedade de aplicações - como a absorção de choques - e depois retorna ao seu formato e propriedades originais quando volta a esfriar.
A idéia da equipe é prover esses materiais morfológicos com sistemas de aquecimento para que eles possam formar asas de aviões ou drones que possam mudar de formato para melhorar o desempenho.
Outra aplicação vislumbrada são estruturas leves e retráteis, que poderão ser encolhidas durante o lançamento e reformadas no espaço para formar uma estrutura maior, como um painel solar.

Créditos: Inovação Tecnológica

Espumas metálicas quase tão boas quanto ossos humanos já são boas o suficiente para carros

As espumas metálicas já superaram as blindagens de aço e mostraram-se capazes de bloquear vários tipos de radiação.
Mas elas podem ser ainda melhores e, quem sabe, atingir o potencial de mercado que lhes é atribuído. Foi o que demonstraram Anne Jung e sua equipe da Universidade de Saarland, na Alemanha.
Inspirando-se nos ossos humanos, a equipe conseguiu reforçar largamente a estrutura das espumas metálicas, produzindo um material leve, estável e versátil - mais próximo da leveza, força e versatilidade dos ossos humanos do que todas as espumas metálicas produzidas até agora.
A técnica consiste em revestir os suportes individuais que formam as células abertas da espuma. Como é um revestimento fino, o exterior da espuma metálica fica mais forte e mais estável e a estrutura é agora capaz de suportar cargas extremas, mesmo continuando incrivelmente leve - por cargas extremas, entenda-se explosões.
A equipe começou usando espumas de alumínio, mas agora está usando espumas de poliuretano baratas cuja resistência vem inteiramente do revestimento de metal fino aplicado à estrutura de treliça.
Existem numerosas áreas de aplicação para estas espumas, como na catálise, já que o material é poroso, permitindo que líquidos e gases fluam através dele, ou para absorção de choque ou como escudo de calor, uma vez que as espumas metálicas apresentam condutividade térmica muito baixa.
A espuma metálica também pode ser usada para varredura eletromagnética ou em aplicações arquitetônicas, como revestimento de absorção de som, como elemento estrutural ou como elemento de design.
E muitos produtos podem se tornar mais leves e mais estáveis. Por exemplo, estruturas de suporte de carga em carros e aviões poderiam ser fabricadas a partir da espuma de metal. "Elas podem ser instaladas como reforço na carroceria, ao mesmo tempo que proporcionando proteção contra impactos. Os suportes podem absorver grandes quantidades de energia e são capazes de absorver a força de uma colisão quando partes do núcleo poroso se fraturam sob o impacto," explicou Anne Jung.
Com o apoio da universidade, a equipe criou uma startup para tentar colocar a tecnologia no mercado.

Créditos: Inovação Tecnológica

Maior avião do mundo levanta vôo pela primeira vez


O maior avião do mundo decolou pela primeira vez no último sábado (13), do Mojave Air and Space Port na Califórnia (EUA).
Construído pela companhia de lançamento de foguetes Stratolaunch, o veículo de cerca de 226 mil quilos e envergadura de 117 metros realizou um primeiro voo de teste crítico.
A aeronave é projetada para lançar foguetes em órbita do ar. O voo inaugural durou 150 minutos, e o avião aterrissou com segurança.
A ideia é de que o avião voe a uma altitude de 35.000 pés (10.000 metros), de onde pode lançar foguetes e impulsioná-los em órbita ao redor do planeta.
Não houve foguete neste voo em particular, mas a empresa já tem pelo menos um cliente, a Northrop Grumman, que planeja usar a Stratolaunch para enviar seu Pegasus XL ao espaço.
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No mais, a aeronave operou como esperado, atingindo uma velocidade máxima de 280 quilômetros por hora e uma altitude de pico de 4.570 metros.
“O voo em si foi suave, o que é exatamente o que você quer de um primeiro voo”, disse o piloto de testes Evan Thomas. Durante a primeira fase, a Stratolaunch testou as qualidades de manejo do avião. “Voou como havíamos simulado e prevíamos”, completou.
O voo de sábado ocorreu apenas três meses depois que a Stratolaunch demitiu mais de 50 funcionários e cancelou esforços para desenvolver seus próprios foguetes.
Originalmente, a empresa planejava construir um conjunto completo de foguetes, incluindo um avião espacial. A mudança nos planos foi supostamente provocada pela morte do cofundador da Microsoft, Paul Allen, que deu início a Stratolaunch em 2011.
O nome de Allen surgiu com frequência durante a coletiva de imprensa de hoje. “Sem dúvida, ele teria ficado excepcionalmente orgulhoso de ver sua aeronave decolar. Mesmo que não estivesse lá hoje, eu sussurrei um ‘obrigado'”, afirmou o CEO da empresa, Jean Floyd.
A Stratolaunch não falou sobre os próximos planos da companhia. O caminho para o lançamento de hoje envolveu vários testes incrementais nos últimos anos, incluindo um teste de motor em 2017.

Créditos: Hypescience

Levitação de objetos com luz pode nos levar às estrelas

A levitação acústica já está bem desenvolvida e com aplicações práticas, mas levitar objetos usando luz nos aproxima muito mais dos feitos só vistos na ficção científica.
E Ognjen Ilic e Harry Atwater, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, acabam de demonstrar que é de fato possível levitar e manipular objetos com luz.
Embora ainda teórico, o trabalho é um passo em direção ao desenvolvimento de uma espaçonave que poderá alcançar o planeta mais próximo fora do nosso Sistema Solar em 20 anos, impulsionado e acelerado por um canhão de laser.
A chave para isso está na criação de padrões específicos em nanoescala na superfície de um objeto, transformando o que seria uma simples vela solar passiva em uma metassuperfície.
E é mais do que uma mera impulsão: O padrão de ranhuras na metassuperfície interage com a luz de tal forma que o objeto se realinha quando perturbado, criando um torque de restauração para mantê-lo no feixe de luz. Assim, em vez de exigir raios laser altamente focalizados, o padrão dos objetos é projetado para "codificar" sua própria estabilidade, permitindo usar uma fonte de luz mais difusa a milhões de quilômetros de distância.
Segundo a equipe, o princípio irá funcionar para objetos de qualquer tamanho, de micrômetros a metros.
"Nós criamos um método que pode levitar objetos macroscópicos," disse Atwater. "Há uma aplicação audaciosamente interessante para usar essa técnica como meio de propulsão de uma nova geração de naves espaciais. Estamos longe de realmente [construir essas naves], mas estamos no processo de testar os princípios."
Ele também prevê que a tecnologia poderá ser usada aqui na Terra para permitir a fabricação rápida de objetos cada vez menores, como componentes eletrônicos, uma vez que o mecanismo é mais versátil do que as tradicionais pinças ópticas.
Infelizmente, a pressão de radiação da luz não é forte o suficiente para se contrapor à gravidade, o que significa que não seria possível levitar objetos macroscópicos com luz aqui na Terra - ao menos não com base na teoria agora desenvolvida.
    Créditos: Inovação Tecnológica

    domingo, 14 de abril de 2019

    A Terra é um Sol com menos gases, dizem astrofísicos

    Talvez não seja preciso gastar tantos neurônios tentando encontrar a fronteira entre estrelas e planetas - quando parece ser uma estrela muito fria ou um planeta muito quente.
    Três astrofísicos australianos estão propondo que a Terra é meramente um Sol com um pouco menos de hidrogênio, hélio, oxigênio e nitrogênio.
    Eles elaboraram a melhor estimativa já feita até hoje da composição da Terra e do Sol, com o objetivo de criar uma ferramenta para medir a composição elementar de outras estrelas e planetas rochosos que as orbitam.
    "A composição de um planeta rochoso é uma das peças mais importantes que faltam em nossos esforços para descobrir se um planeta é habitável ou não," disse Haiyang Wang.
    O trio comparou a composição das rochas da Terra com a composição de meteoritos e com a camada exterior do Sol.
    E o resultado deu muito parecido, com a Terra sendo composta basicamente dos mesmos elementos que o Sol, apenas com uma menor quantidade dos elementos mais voláteis.
    A comparação mostrou uma forte consistência entre a composição da Terra e do Sol, ambos centrados em 60 elementos, o que deverá ajudar a encontrar e estudar exoplanetas rochosos, que possam ter condições de abrigar vida.
    "Fundamentalmente, a Terra é uma peça desvolatilizada da nebulosa solar. Da mesma forma, exoplanetas rochosos são quase certamente pedaços desvolatilizados das nebulosas estelares a partir das quais eles e suas estrelas hospedeiras se formaram. Se isso estiver correto, podemos estimar a composição química dos exoplanetas rochosos medindo as abundâncias elementares de suas estrelas hospedeiras, e em seguida, aplicando um algoritmo de desvolatilização," escreveu a equipe.
    "Essa comparação gera uma riqueza de informações sobre o modo como a Terra se formou. Há uma tendência de volatilidade notavelmente linear que pode ser usada como base para entender as relações entre meteoritos, planetas e composições estelares," disse o professor Trevor Ireland.

    Créditos: Inovação Tecnológica

    Madeira transparente fará janelas que regulam temperatura interna

    Em 2016, uma equipe do Instituto Real de Tecnologia da Suécia apresentou uma madeira opticamente transparente.
    Os pesquisadores fizeram a madeira ficar transparente removendo das paredes celulares da madeira de balsa um componente chamado lignina, que absorve a luz. Para reduzir a dispersão da luz, eles incorporaram acrílico como suporte.
    Agora, a equipe adicionou à sua madeira sem lignina um polímero chamado polietilenoglicol (PEG), o que a tornou capaz de armazenar e liberar calor.
    "Escolhemos o PEG por causa de sua capacidade de armazenar calor, mas também por causa de sua alta afinidade com a madeira. Em Estocolmo há um navio muito antigo chamado Vasa, e os cientistas usaram o PEG para estabilizar a madeira. Então sabíamos que o PEG poderia ir realmente profundamente nas células da madeira," disse a pesquisadora Céline Montanari.
    Conhecido como um "material de mudança de fase", o PEG é um sólido que se funde a uma temperatura de 30º C, armazenando energia no processo. O material fica travado na estrutura da madeira, e a temperatura de fusão pode ser ajustada usando diferentes tipos de PEG.
    "Durante um dia ensolarado, o material absorverá o calor antes que ele chegue ao espaço interno, e o interior ficará mais frio do que do lado de fora," explicou Montanari. "E à noite ocorre o inverso - o PEG se torna sólido e libera o calor no ambiente interno para que você possa manter uma temperatura constante na casa".
    O acrílico foi novamente usado para proteger o material compósito da umidade. Como na versão anterior, a madeira modificada continua transparente, embora ligeiramente "enevoada", permitindo alguma privacidade - e com o bônus adicional de armazenar e liberar calor.
    Os pesquisadores apontam que a madeira transparente tem o potencial de ser mais ecologicamente correta do que outros materiais de construção, como plástico, concreto e vidro.
    Além de suas capacidades de armazenamento térmico, esse "vidro de madeira" poderia ser mais fácil de descartar depois de ter servido ao seu propósito. "O PEG e a madeira são de base biológica e biodegradáveis. A única parte que não é biodegradável é o acrílico, mas ele poderia ser substituído por outro polímero de base biológica," disse o professor Lars Berglund.
    Agora, o foco está em ampliar o processo de produção para torná-lo viável industrialmente. A equipe estima que a madeira transparente poderá estar disponível para aplicações de nicho em design de interiores em cerca de cinco anos.
    Eles também estão tentando aumentar a capacidade de armazenamento do material para torná-lo ainda mais eficiente em termos de energia.

    Créditos: Inovação Tecnológica