O Diamante do Sertão vai desvendar segredos do Universo depositado sobre uma mina de ouro.
Não parece um começo adequado para um artigo sobre ciências, mas não há metáforas profundas nesta descrição do Bingo, um radiotelescópio que está sendo construído no Brasil por um consórcio que conta ainda com África do Sul, China, Estados Unidos, França, Portugal, Reino Unido e Uruguai.
O apelido de Diamante do Sertão foi dado porque o observatório será instalado na Serra do Urubu, na cidade de Aguiar, no sertão da Paraíba, longe das metrópoles e das fontes de poluição eletromagnética. E, para "limpar" ainda mais o ambiente, o radiotelescópio está sendo construído na cava deixada por uma mina abandonada de ouro.
Mais ou menos do tamanho de um campo de futebol, o Bingo será maior do que o Rádio Observatório do Itapetinga (ROI), atualmente o principal radiotelescópio do Brasil.
Além das parábolas refletoras, o Bingo contará com aproximadamente 50 cornetas, dando ao telescópio dimensões que poderão ser vistas de longe e o tornarão um dos maiores radiotelescópios da América Latina.
"Contamos com a contribuição de nossos parceiros internacionais, especialmente as dos pesquisadores do Reino Unido, mas a maior parte da tecnologia para a construção está sendo desenvolvida aqui no Brasil," conta Carlos Alexandre Wuensche, do Inpe e pesquisador chefe do projeto Bingo.
Bingo é um acrônimo para Baryon Acoustic Oscillations in Neutral Gas Observations, ou Oscilações Acústicas de Bárions em Observações de Gás Neutro.
As Oscilações Acústicas de Bárions (BAOs) são ondas geradas pela interação dos átomos com a radiação primordial do Universo. Sua detecção permitirá medir a distribuição do hidrogênio neutro em distâncias cosmológicas, usando uma técnica chamada de mapeamento de intensidade. O Bingo será o primeiro telescópio projetado para detectar BAOs por meio de ondas de rádio.
É possível "investigar a forma e a geometria do espaço, incluindo sua taxa de expansão, se soubermos a forma aparente das BAOs no espaço exterior e, assim, estudar a energia escura. Em termos um pouco mais técnicos, estaremos medindo os parâmetros cosmológicos que regem a geometria do Universo," explica o professor Élcio Abdalla, da USP.
"A proposta principal do Bingo é estudar a energia escura, mas também por meio do telescópio iremos estudar um fenômeno ainda pouco conhecido chamado Fast Radio Bursts [Rajadas Rápidas de Rádio]", complementa Abdalla.
As rajadas rápidas de rádio são pulsos eletromagnéticos de alta energia com duração de apenas alguns milissegundos. A origem desse fenômeno astrofísico ainda é desconhecida, mas existem pelo menos seis teorias tentando explicar esses pulsos de rádio.
Os dados do Bingo poderão ajudar a apontar qual teoria está mais próxima da realidade. Detectar essas RRRs (ou FRBs: fast radio bursts) é também um dos objetivos do radiotelescópio Chime (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment). O Telescópio Bingo contribuirá para o estudo das rajadas no Hemisfério Sul.
Não parece um começo adequado para um artigo sobre ciências, mas não há metáforas profundas nesta descrição do Bingo, um radiotelescópio que está sendo construído no Brasil por um consórcio que conta ainda com África do Sul, China, Estados Unidos, França, Portugal, Reino Unido e Uruguai.
O apelido de Diamante do Sertão foi dado porque o observatório será instalado na Serra do Urubu, na cidade de Aguiar, no sertão da Paraíba, longe das metrópoles e das fontes de poluição eletromagnética. E, para "limpar" ainda mais o ambiente, o radiotelescópio está sendo construído na cava deixada por uma mina abandonada de ouro.
Mais ou menos do tamanho de um campo de futebol, o Bingo será maior do que o Rádio Observatório do Itapetinga (ROI), atualmente o principal radiotelescópio do Brasil.
Além das parábolas refletoras, o Bingo contará com aproximadamente 50 cornetas, dando ao telescópio dimensões que poderão ser vistas de longe e o tornarão um dos maiores radiotelescópios da América Latina.
"Contamos com a contribuição de nossos parceiros internacionais, especialmente as dos pesquisadores do Reino Unido, mas a maior parte da tecnologia para a construção está sendo desenvolvida aqui no Brasil," conta Carlos Alexandre Wuensche, do Inpe e pesquisador chefe do projeto Bingo.
Bingo é um acrônimo para Baryon Acoustic Oscillations in Neutral Gas Observations, ou Oscilações Acústicas de Bárions em Observações de Gás Neutro.
As Oscilações Acústicas de Bárions (BAOs) são ondas geradas pela interação dos átomos com a radiação primordial do Universo. Sua detecção permitirá medir a distribuição do hidrogênio neutro em distâncias cosmológicas, usando uma técnica chamada de mapeamento de intensidade. O Bingo será o primeiro telescópio projetado para detectar BAOs por meio de ondas de rádio.
É possível "investigar a forma e a geometria do espaço, incluindo sua taxa de expansão, se soubermos a forma aparente das BAOs no espaço exterior e, assim, estudar a energia escura. Em termos um pouco mais técnicos, estaremos medindo os parâmetros cosmológicos que regem a geometria do Universo," explica o professor Élcio Abdalla, da USP.
"A proposta principal do Bingo é estudar a energia escura, mas também por meio do telescópio iremos estudar um fenômeno ainda pouco conhecido chamado Fast Radio Bursts [Rajadas Rápidas de Rádio]", complementa Abdalla.
As rajadas rápidas de rádio são pulsos eletromagnéticos de alta energia com duração de apenas alguns milissegundos. A origem desse fenômeno astrofísico ainda é desconhecida, mas existem pelo menos seis teorias tentando explicar esses pulsos de rádio.
Os dados do Bingo poderão ajudar a apontar qual teoria está mais próxima da realidade. Detectar essas RRRs (ou FRBs: fast radio bursts) é também um dos objetivos do radiotelescópio Chime (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment). O Telescópio Bingo contribuirá para o estudo das rajadas no Hemisfério Sul.
Créditos: Inovação Tecnológica
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