segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Cientistas descobrem vulcão que mudou a história da América Latina

Segundo o estudo publicado na revista Quaternary Science Reviews, até o gelo da Groenlândia e Antártida contêm vestígios da erupção. Atualmente o vulcão não está ativo, mas cientistas consideram que no século VI o vulcão expulsou cerca de 430 quilômetros cúbicos de rocha densa, o que fez dessa erupção a maior nos últimos 7.000 anos.
A erupção foi tão forte que mudou completamente os assentamentos dos maias e o futuro deste povo, causando até uma interrupção na criação de construções de pedra, inexplicável até aos nossos dias.
Além disso, o estudo revela outro mistério da história do mundo: a origem da neblina preta que tapou o Sol e causou múltiplas mortes até 536 d.C. Antes, os cientistas pensavam que aquela nuvem representava os restos de um asteroide ou de um cometa. Os dados obtidos recentemente revelam a origem vulcânica deste fenômeno.
Núcleos de gelo na Groenlândia e Antártida mostram que nos anos 536, 539 e 540 houve subprodutos de grandes erupções – picos de sulfato. Geólogos acreditavam que tenha havido duas erupções: primeiro em 536 de um vulcão no Alasca ou Islândia modernas, e o segundo em 539 ou 540 nos trópicos, mas não se tinha descoberto quais eram exatamente esses vulcões.
Para realizar a identificação, cientistas decidiram fazer uma análise da vegetação daquele tempo que devia conter os rastros de vulcões.
Eles descobriram a existência de um canteiro a 16 quilômetros de Ilopango. Trabalhadores que escavavam lá disseram que tinham encontrado árvores na formação rochosa que provocou a erupção cuja cinza cobriu as árvores.
Devido ao fato que as árvores estavam tão bem conservadas, os cientistas conseguiram ficar a saber quantos anos elas tinham quando foram mortas pela erupção de Ilopango. Os dados mostram que as árvores morreram provavelmente entre os anos de 530 e 540 d.C.
Entretanto, só uma erupção nos dados obtidos das análises do gelo da Groenlândia e Antártida coincide com este momento, com a dimensão e efeito no clima mundial, quer dizer, aquela que ocorreu em 539 ou 540 – a erupção de Ilopango.
'Erupção de pesadelo'
Além das consequências climáticas, a erupção de Ilopango foi considerada pelas pessoas da época como um evento apocalíptico. Pesquisadores estimam que entre 40.000 e 80.000 pessoas morreram da própria erupção, sufocadas por gás e pelas pedras que o Ilopango cuspiu.
Para as populações da periferia, a erupção do Ilopango também deve ter sido um pesadelo. As cinzas provavelmente apagaram o Sol do céu e transformaram o dia em noite. As casas provavelmente foram destruídas, as pessoas sofreram escassez de comida e água, com campos cobertos de cinzas. Segundo estimativas, entre 100.000 e 400.000 pessoas foram afetadas. Aqueles que não morreram de fome ou doenças foram obrigados a fugir para os lugares menos afetados, para o norte da atual Guatemala.
"Trata-se de uma erupção de pesadelo", diz Janine Krippner, vulcanologista citada por National Geographic, que não participou do estudo.
"Mesmo com a ciência e o conhecimento que temos hoje, isso seria um evento realmente assustador. Posso imaginar o que as pessoas daquele tempo pensavam que estava acontecendo."

Créditos: Sputnik

Anel de carbono puro é sintetizado pela primeira vez

Depois de inúmeras tentativas e igual número de desistências de várias equipes, Katharina Kaiser e colegas da IBM Research e da Universidade de Oxford conseguiram sintetizar a primeira molécula de carbono em formato de anel.
O ciclocarbono, ou carbono cíclico, é um anel composto de 18 átomos do elemento.
As análises iniciais do grupo indicam que as propriedades dessa molécula tornam-na um semicondutor, o que abriria várias possibilidades de uso no campo da eletrônica orgânica, a eletrônica feita com componentes à base de carbono.
A conexão desse C18 cíclico ao grafeno é outra possibilidade, o que exigirá novos testes e desenvolvimentos, mas com enorme potencial de uso.
O ciclocarbono é uma nova forma de carbono puro, vindo juntar-se ao diamante, grafite, grafeno, nanotubos e aos fulerenos.
Embora estes últimos sejam moléculas 3D, em formato de esfera, ninguém havia conseguido fazer um anel de carbono porque, nesse caso, cada átomo liga-se a apenas outros dois. No diamante, os átomos de carbono formam pirâmides, ligando-se a quatro companheiros; nos padrões hexagonais do grafeno, cada um liga-se a outros três, o mesmo acontecendo no grafite, nos nanotubos de carbono e nas moléculas globulares dos fulerenos.
As teorias indicavam que o carbono também poderia formar ligações com apenas dois companheiros, permitindo criar nanofios e anéis de carbono, mas ninguém havia conseguido fazer isso na prática. No anel, cada átomo de carbono pode formar uma ligação dupla em cada lado, compartilhando dois elétrons, ou uma ligação tripla em um lado e uma ligação simples no outro.
A síntese do ciclocarbono começou com triângulos, com átomos de carbono unidos dois a dois e intercalados com átomos de oxigênio nas arestas, formando uma molécula C24O6. Manipulando os átomos com cuidado e paciência, usando a ponta de um microscópio de força atômica, Katharina finalmente conseguiu remover todos os oxigênios, restando então o ciclo[18]carbono, com ligações duplas e triplas alternadas entre os átomos.
Como só é possível fazer uma molécula de cada vez, e mediante um trabalhão tedioso, a equipe afirma que irá trabalhar em técnicas que permitam a produção do ciclocarbono em maiores quantidades, o que facilitará a caracterização detalhada da molécula.

Créditos: Inovação Tecnológica

domingo, 25 de agosto de 2019

Trio de aminoácidos diminui capacidade de replicação do Zika vírus

Mesmo quatro anos após a maior epidemia de Zika no Brasil, dados divulgados pela Secretaria da Saúde do Governo de São Paulo reforçam que apenas no primeiro semestre desse ano, 2.710 casos foram notificados no estado. O Arbovírus (vírus transmitido através de picada de insetos) causado pelo mosquito Aedes Aegypti, teve uma nova página escrita rumo à sua solução. Uma fórmula com múltiplos aminoácidos foi apresentada por estudantes da Universidade da Georgia e promete inibir a replicação do Zika Vírus em até 90%.
A fórmula conta com três aminoácidos de forma livre (FFAAP) – cistina, glicina e glutamato, além de uma pequena quantidade de selênio. A pesquisa demonstrou que a solução é capaz de afetar adversamente certos vírus e segundo a professora de biologia, Julia Hilliard, uma das responsáveis pelo estudo, a solução pode controlar a replicação desse e de outros tipos de vírus.
O Zika Vírus é responsável por causar diversos males como problemas neurológicos, aborto e a microcefalia. O estudo chega ao mundo em um momento em que soluções certeiras são ainda mais necessárias para controlar epidemias. Hilliard e seus colegas planejam solicitar mais subsídios para estudar os mecanismos de ação desse conjunto de substâncias, mas em testes realizados nas células de um macaco infectado na África, resultados preliminares já atestaram a possibilidade de efetividade, inclusive, em vírus como o HIV.

Créditos: Megacurioso

Cientistas conseguem criar uma “internet” quântica real



    Pesquisadores da empresa QuTech realizaram um feito inédito: criaram uma tecnologia muito importante para tornar a internet quântica uma realidade, um protocolo de camada de ligação de dados que traz o fenômeno do entrelaçamento quântico para um cenário prático.
    Computadores clássicos utilizam diversos protocolos de comunicação, como o protocolo da internet ou o HTTP.
    Um protocolo essencial para uma rede é o protocolo de camada de ligação de dados, também chamado de camada de enlace ou camada de link, capaz de superar problemas causados por defeitos de hardware.
    “Todos nós usamos protocolos clássicos de camada de enlace na vida cotidiana. Um exemplo é o Wi-Fi, que permite que sinais de rádio – sofrendo interrupções e interferências – sejam usados para transmitir dados de forma confiável entre dispositivos compatíveis”, explica a principal autora do novo estudo, Stephanie Wehner.
    Um computador quântico também precisa de tal protocolo para uma transmissão de qubits (bits quânticos) confiável. O que os pesquisadores fizeram foi criar o primeiro protocolo de camada de ligação de dados quântico.
    “Atualmente, os qubits não podem ser mantidos na memória por muito tempo. Isso significa que as decisões de controle sobre o que fazer com eles precisam ser tomadas muito rapidamente. Ao criar este protocolo de camada de enlace, superamos obstáculos apresentados por uma física muito exigente”, afirma Wehner.
    Uma das dificuldades é que dois qubits podem ser entrelaçados. Esse entrelaçamento é uma conexão inquebrável entre os bits e é muito diferente da situação dos protocolos clássicos de camada de enlace, os quais normalmente apenas enviam sinais.
    O entrelaçamento não é uma mera diferença fundamental – é a base de toda a internet quântica e sua vantagem sobre a clássica, uma vez que permite uma nova gama de aplicações.
    “A segurança é uma aplicação importante. É fisicamente impossível hackear uma conexão de rede entrelaçada entre dois usuários. Para dar outro exemplo, a tecnologia também permite uma sincronização melhorada de relógio ou pode juntar telescópios astronômicos que estão muito distantes de forma que ajam como um único telescópio enorme”, conta outro pesquisador do estudo, Axel Dahlberg.
    Outro benefício do novo protocolo é que ele é compatível com muitas plataformas de hardware quântico. Neste estudo, seu desempenho foi testado no centro de vacância de nitrogênio de um diamante, que é essencialmente um computador quântico. Porém, o protocolo também pode ser implementado em armadilhas iônicas e em muitos outros tipos diferentes de hardware quântico.
    O próximo passo da pesquisa é demonstrar o novo protocolo em uma rede.
    “Nosso protocolo de camada de enlace nos permite gerar o entrelaçamento de forma confiável entre dois nós de rede conectados por um enlace físico direto, como uma fibra. O próximo passo é produzir entrelaçamento entre os nós de uma rede que não estão conectados diretamente por uma fibra, usando a ajuda de um nó intermediário. Para realizar redes quânticas em grande escala, é importante ir além de um experimento físico, e mover para a construção de um sistema de rede quântica”, conclui Wehner.

    Créditos: Hypescience

    Por que nenhum texto antigo menciona origem e propósito da Esfinge?

    Há uma enorme estátua monolítica ao lado das pirâmides mais famosas do Egito e ninguém sabe seu propósito, idade exata ou história. Nós sabemos que é antiga. De fato, algumas teorias têm avançado a idéia de que a Grande Esfinge de Gizé é anterior até mesmo à civilização egípcia antiga. A verdade é que nós não sabemos.
    O que sabemos é que já para os antigos egípcios, o monumento era antigo. A Grande Esfinge de Gizé é tão misteriosa que os estudiosos até se aventuraram e fizeram referência à Esfinge dizendo que ela é “a própria encarnação da antiguidade e do próprio mistério”.
    E isso é talvez o que melhor descreve esta estátua maciça. É realmente antiga e realmente misteriosa. Essas são duas palavras que melhor definem a Esfinge hoje.
    A citação acima vem de um dos mais famosos egiptólogos, Miroslav Verner, procurando explicações que ajudariam a entender a complexidade da antiga civilização egípcia. Aqui está o que Verner escreveu sobre a Esfinge:
    A Grande Esfinge de Gizé é mais do que simplesmente um símbolo do Egito antigo e moderno. É a própria encarnação da antiguidade e do próprio mistério. Ao longo dos séculos, ela tem alimentado a imaginação de poetas e cientistas, aventureiros e viajantes. Embora tenha sido frequentemente medida, descrita, investigada usando os meios científico-técnicos mais modernos e discutida em conferências científicas especiais, as questões fundamentais permanecem sem resposta: Quem a construiu, quando e porquê?A Esfinge é tão misteriosa que nem sequer sabemos o seu nome exato. Na verdade, o nome “Esfinge” é relativamente moderno. Foi dado à estátua de Gizé pelos gregos antigos fazendo referência a uma criatura mítica que tinha a cabeça de uma mulher, o corpo de um poderoso leão e as asas de um pássaro.
    A estátua maciça está localizada a nordeste de uma antiga estrutura identificada por arqueólogos como o Templo do Vale de Khafre. A Esfinge foi esculpida in-situ. Na verdade, os especialistas argumentam que quem esculpiu a Esfinge o fez em uma pedreira antiga. O monumento maciço é feito de calcário que se originou aproximadamente cinquenta milhões de anos atrás.
    Acredita-se que a pedreira onde a Esfinge foi esculpida tenha sido usada pelos construtores das pirâmides para obter pedra calcária. Acredita-se que outros monumentos circundantes foram feitos usando o próprio calcário de que a Esfinge é feita.
    A Grande Esfinge, que é considerada a mais antiga escultura monumental conhecida no Egito mede setenta e três metros de comprimento, da pata à cauda, e mede vinte metros de altura, desde a base até o topo da cabeça. A estátua inteira tem dezenove metros de largura.
    Sendo uma das maiores e mais antigas estátuas da superfície do planeta, não surpreende que a Esfinge esteja envolta em mistério desde tempos imemoriais.
    Apesar de séculos de estudo, nenhum estudioso foi capaz de definir, descrever e explicar com precisão a Grande Esfinge de Gizé. Sua origem, data, propósito e nome são um enigma histórico.
    A verdade é que não sabemos. No entanto, egiptólogos como Selim Hassan estão inclinados a acreditar que, dado o seu ambiente, a Esfinge foi muito provavelmente encomendada por Khafre. Hassan deixa claro, no entanto, que devemos entender que esta é uma hipótese e que não existe um único princípio ligando a Esfinge a Khafre.
    A evidência que Hassan menciona baseia-se na sua localização e proximidade do complexo funerário perto da segunda maior pirâmide de Giza, a de Khafre.
    A evidência, assim como com as pirâmides e seu propósito, é circunstancial quando analisamos a história e o propósito da Esfinge.
    Outra suposta indicação que sugere que Khafre comissionou o enorme monumento é uma estátua de Khafre que foi descoberta enterrada de cabeça para baixo junto com outros fragmentos dentro do templo do Vale. A evidência escrita é inexistente.
    Mais de mil anos depois de Khafre, Thutmose IV erigiu a Estela dos Sonhos e associou a Esfinge com Khafre. Quando a estela gravada foi encontrada, a escrita nela estava muito danificada e incompleta. Vale ressaltar que apenas fez referência a Khaf, não a Khafre. O extrato que menciona Khaf está traduzido abaixo:
    que trazemos para ele: bois … e todos os vegetais jovens; e vamos dar louvor a Wenofer … Khaf … a estátua feita para Atum-Hor-em-Akhet.Assim como seu nome, sua origem permanece um enigma arqueológico.
    A Esfinge é um mistério para os modernos egiptólogos, mas volte cem anos ou mais, e você vai descobrir que os egiptólogos no século XIX estavam tão desconcertados com o monumento quanto nós estamos hoje.
    No entanto, existem alguns estudiosos que escavaram e estudaram a Esfinge e foram levados a acreditar que as estátuas e seus templos associados são anteriores ao governo não só de Khafre, mas também de Menkaure e Khufu.
    Um dos mais famosos egiptólogos a explorar o planalto de Gizé, Flinders Petrie escreveu em 1883 que: “A data do Templo de Granito [Templo do Vale] tem sido tão positivamente afirmada como sendo anterior à quarta dinastia, que pode parecer precipitado disputar o ponto”.
    Outro egiptólogo famoso que discutiu a esfinge e sua origem misteriosa é Augusto Mariette, fundador do Museu Egípcio do Cairo. Mariette desenterrou o Inventário Stella, que se acredita remontar a cerca de 670 AC. Ele menciona como o Faraó Khafre encontrou a Esfinge, enterrada na areia. Isto significa que ele não a comissionou e que possivelmente é anterior à quarta dinastia do antigo Egito.
    No entanto, os principais estudiosos rejeitam o conteúdo da Estela do Inventário como uma falsificação intencional, criada por sacerdotes locais que tentam distorcer a história ao incutir no templo muito mais contemporâneo de Ísis uma história que não possuía antes. Mas como tudo o resto com a Esfinge, isso também é apenas uma teoria.
    Um terceiro egiptólogo igualmente famoso, Gaston Maspero, que meticulosamente escavou e pesquisou a Esfinge em 1886, concluiu que desde que a Estela de Sonho mencionou Khafre, foi ele quem foi o Faraó responsável por sua escavação, o que sugere que a Esfinge já deve ter estado lá no momento em que Khafre foi coroado Faraó. Maspero sugeriu que a Esfinge é anterior não só a Khafre, mas também a seus antecessores, talvez até a Quarta Dinastia inteira do Egito antigo.
    Este objeto maravilhoso estava em existência nos dias de Khafre, ou Khephren, e é provável que seja muito mais antiga que seu reinado e que data do final do período arcaico de aproximadamente 2686 AEC.
    Para entender o quão velha é a Esfinge (pelo menos), devemos viajar para um tempo e imaginar a Necrópole de Gizé quase completamente abandonada. Foi então que a Grande Esfinge ficou quase completamente enterrada na areia.
    O primeiro caso documentado de restaurações da Esfinge data de mais de 3.400 anos atrás, quando o Faraó Tutmés IV organizou uma equipe de trabalhadores que, após muito esforço, conseguiu escavar as patas dianteiras dos monumentos, onde mais tarde colocaria sua famosa estrela de granito, a Estrela dos Sonhos.
    Acredita-se que Ramissés, o Grande, cerca de 200 anos depois iniciou uma segunda escavação e restauração da Grande Esfinge.
    O egiptólogo Mark Lehner, um pioneiro no estudo das Pirâmides e do planalto de Gizé, afirmou que havia muito provavelmente uma escavação e renovação muito anterior da Esfinge, datando do Velho Reino, entre 2.686 e 2.184 AC.

    Créditos: Socientífica

    Por que os astronautas flutuam?

    Faça uma experiência: saia na rua e pergunte para as primeiras pessoas que você encontrar “por que é que os astronautas flutuam”? A resposta, quase de certeza será “pela falta de gravidade”. Então, aqui vai um pequeno probleminha: se no espaço não há gravidade, como que os planetas e luas mantêm suas órbitas? Apesar do pequeno lag cerebral que essa pergunta pode causar, a resposta é bem simples!
    A gravidade é uma das 4 forças fundamentais, assim como é a mais fraca. Fraca? Sim! Basta lembrar que pra fazer com que você caia no chão, foi necessária a massa de uma Terra inteira. É comum associarmos o espaço à falta de gravidade, embora, teoricamente, a gravidade zero não exista.
    Observando a equação gravitacional de Newton, percebemos que por maior que seja a distância, ela nunca resultará em uma força de atração nula. Na Estação Espacial Internacional, a aceleração da gravidade é aproximadamente 96% da aceleração que temos na Terra.
    Ok, mas então por que os astronautas flutuam? Eles flutuam por se encontrarem em um estado chamado de imponderabilidade. Na imponderabilidade, não se pode discernir entre estar em gravidade zero ou em queda livre. Como já demonstramos que a gravidade zero não existe, só sobra uma alternativa: os astronautas estão em queda livre.
    Queda livre, na física, é o movimento resultante unicamente da aceleração da gravidade. Paraquedistas, por exemplo, estão em queda livre até que abram seus paraquedas e iniciem sua desaceleração. Ok, última situação problema antes de esse post acabar: se os astronautas estão em queda livre, como é que eles não caem?
    Os astronautas estão em queda livre, a diferença é que à medida que eles caem, a velocidade tangencial (velocidade de órbita de aproximadamente 28.800 km/h) faz com que eles nunca encontrem o chão!
    Nessa animação, podemos perceber que a bola está sendo atraída para a Terra, mas possui uma velocidade menor do que a tangencial. Consequentemente, ela irá cair de volta à Terra.

    Créditos: Universo Racionalista

    terça-feira, 20 de agosto de 2019

    Civilização que deu origem ao antigo Egito encontrada por arqueólogos

    Antes do antigo Egito se formar no grande reinado que se prolongou durante milhares de anos e de ter nos deixado grandes feitos artísticos, sociais e científicos, havia o povo que foi responsável pelos seus primórdios. E a descoberta de seis sítios pré-faraônicos ao entorno do Nilo promete aprofundar nossos conhecimentos acerca dessa grande civilização, bem como do povo que a precedeu.
    Esse enigmático povo do neolítico vivia na planície do Nilo antes dos antigos egípcios. As aldeias não haviam sido muito bem estudadas principalmente porque os sítios arqueológicos são pouco acessíveis, localizados sob a antiga planície de inundação do Nilo ou em desertos periféricos, tornando seu estudo uma coisa complicada.
    No entanto, membros da Combined Prehistoric Expedition, com permissão do Supremo Conselho de Antiguidades do Egito (SCA), estão estudando os sítios neolíticos do deserto ocidental do Egito. Embora não exuberante, o Neolítico foi mais úmido do que hoje, o que permitiu que os antigos pastores povoassem o que hoje é um local desértico.
    Os estudos estão sendo voltados ao longo das antigas costas de um lago sazonal extinto perto de um lugar chamado Gebel Ramlah. De acordo com especialistas, esta civilização pré-faraônica foi capaz de construir estruturas bastante robustas, bem como calendários semelhantes à famosa Stonehenge, na Inglaterra.
    Os arqueólogos estão, principalmente, podendo entender mais sobre essa cultura porque eles enterravam seus mortos em locais reservados, como cemitérios. É a partir da informação desses esqueletos, mas não somente, que eles podem entender o estilo de vida dessa cultura ‘perdida’.
    Entre 2001 e 2003, membros de uma expedição escavaram três cemitérios com 68 esqueletos. Os túmulos estavam cheios de objetos e cerâmicas ornamentais, conchas, jóias de pedra e cascas de ovos de avestruz. Havia, também, jóias ornamentais e armas de pedra.
    Os arqueólogos puderam, também, pesquisar os restos mortais, que indicavam que essas pessoas desfrutavam de uma vida longa e apresentavam baixas taxas de mortalidade infantil. Os homens mediam cerca de 1,70 cm, enquanto as mulheres, cerca de 1,60 cm. A maioria dos homens e mulheres viveu mais de 40 anos, alguns até 50 anos, uma idade avançada para aquele tempo.
    Outros estudos revelaram pistas importantes sobre as estruturas familiares da época. Como observado pelo The Conversation, “A proporção global de sexo em todos os cemitérios é de três mulheres para cada homem, o que pode indicar poligamia. O número total de enterros e a falta de referência a casas individuais sugere que estes foram cemitérios de grandes famílias.”
    Esses indicadores comportamentais, combinados com a arquitetura tecnológica e cerimonial, como círculos de calendário e santuários, implicam um nível de sofisticação que vai muito além do mostrado pelos grupos de pastores.
    Esses resultados fornecem um vislumbre do que ainda está por ser descoberto no antigo Egito.

    Créditos: Socientífica

    Telescópios espaciais vão usar lentes para achar vida alienígena

    Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, projetaram um novo tipo de telescópio que eles acreditam ser uma opção mais barata, mais leve e mais poderosa do que a criação de telescópios usando espelhos cada vez maiores.
    Com uma frota de telescópios espaciais menores, eles acreditam poder vasculhar a atmosfera de até 1.000 exoplanetas em busca de assinaturas químicas indicativas de vida - mesmo os projetos mais ambiciosos da NASA falam em observar algumas dezenas de exoplanetas mais próximos.
    A equipe sabe do que está falando: Eles são líderes na produção dos espelhos para os maiores telescópios do mundo. Atualmente eles estão fabricando espelhos para o maior e mais avançado telescópio terrestre: o Telescópio Gigante de Magalhães.
    O problema é que há várias restrições em aumentar cada vez mais o tamanho dos espelhos que captam a luz nos telescópios, que vão desde o próprio peso do espelho, que pode distorcer as imagens, até o tamanho das rodovias e viadutos por onde eles devem ser transportados e, no caso dos telescópios espaciais, dos foguetes capazes de levá-los ao espaço.
    "Nós estamos desenvolvendo uma nova tecnologia para substituir os espelhos dos telescópios espaciais. Se conseguirmos, poderemos aumentar muito o poder de coleta de luz dos telescópios e, entre outras ciências, estudar as atmosferas de 1.000 planetas potencialmente semelhantes à Terra em busca de sinais de vida," disse o professor Daniel Apai, um dos idealizadores do projeto, batizado de Nautilus.
    Os espelhos dos telescópios capturam a luz do objeto a ser observado - quanto maior a superfície, mais luz eles conseguem captar.
    "Mas ninguém pode construir um espelho de 50 metros. Então inventamos o Nautilus, que usa lentes e, em vez de construir um espelho incrivelmente grande de 50 metros, planejamos construir um monte de lentes menores e idênticas para coletar a mesma quantidade de luz," detalhou Apai.
    As lentes foram inspiradas nas lentes dos faróis de carro - grandes, mas leves - mas incluindo ajustes adicionais, como detalhes de precisão feitos com ferramentas com ponta de diamante. O design, que é um híbrido entre as lentes refrativas e as lentes difrativas, torna o conjunto mais poderoso e mais adequado para observar exoplanetas e sua fraca luz.
    Como as lentes são mais leves do que os espelhos, é mais barato lançá-las ao espaço e elas podem ser feitas de forma rápida e barata usando um molde. Elas também são menos sensíveis a desalinhamentos, tornando os telescópios construídos com essa tecnologia muito mais simples e, portanto, de menor custo. E vários acessórios dos telescópios espaciais atuais também podem ser dispensados.
    "Nós não precisamos de imagens de alto contraste. Não precisamos de uma espaçonave separada com uma gigantesco anteparo para ocultar a estrela hospedeira do planeta. Não precisamos entrar no infravermelho. O que precisamos é coletar muita luz de maneira eficiente e barata," disse Apai.
    O projeto defende o lançamento de uma frota de 35 telescópios esféricos de 14 metros de largura, cada um individualmente mais potente do que o Telescópio Espacial Hubble.
    Para referência, o espelho do Hubble tem 2,4 metros de diâmetro e o espelho do Telescópio Espacial James Webb, ainda por ser lançado, tem 6,5 metros de diâmetro. Ambos foram projetados para diferentes propósitos e antes que os exoplanetas fossem descobertos.
    Já o conjunto de telescópios Nautilus será poderoso o suficiente para caracterizar 1.000 planetas extrassolares a até 1.000 anos-luz de distância.

    Créditos: Inovação Tecnológica

    Robô humanóide será lançado ao espaço nesta semana

    A agência espacial russa Roscosmos vai enviar um robô humanóide até a Estação Espacial Internacional (ISS) na próxima quinta-feira, (22). Chamado de Skybot F-850, o andróide irá voar junto da nave Soyuz MS-14 e passará mais de duas semanas no espaço, com retorno marcado para o dia 7 de setembro.
    Segundo a Roscosmos, o robô será transferido para a parte russa da ISS, onde será conduzido pelo astronauta Alexander Skvortsov. “Será um vôo único pois, pela primeira vez, um robô irá sentar no assento do comandante, e não no compartimento de carga”, escreveu a agência espacial russa, em comunicado.
    O humanóide eletrônico é uma versão aprimorada de outro equipamento criado em 2016, no projeto Final Experimental Demonstration Object Research (FEDOR). Em 2017, foi divulgado um vídeo do robô praticando tiro ao alvo e até mesmo dirigindo um carro.
    O diretor geral na Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse na época que eles não estavam “criando um exterminador, mas uma inteligência artificial que será de grande significado em vários campos”. Um dos objetivos do robô será fazer testes antes de novas missões tripuladas à Lua.
    O equipamento poderá ainda gravar o lançamento e sua estada na ISS. Além de ter equilíbrio e conseguir fazer tarefas motoras, movendo objetos, o robô pode funcionar em “modo avatar”, o que permite que ele seja comandado por um operador para fins científicos. “Esse lançamento será a primeira fase do trabalho com sistemas antropomórficos, permitindo-nos investigar mais longe no espaço”, disse Skvortsov.

    Créditos: Galileu

    domingo, 18 de agosto de 2019

    A radical teoria da gravidade que elimina a necessidade de matéria-escura

    Preste atenção neste nome: Erik Verlinde. Sua hipótese sobre gravidade publicada em 2009 lhe rendeu comparações com Einstein. Verlinde propôs que a gravidade não seria uma força fundamental da natureza, mas sim uma consequência das interações entre as informações que preenchem o universo.
    O pesquisador acaba de anunciar que está se encaminhando para transformar suas hipóteses em uma nova teoria, segundo a Organização Neerlandesa para Pesquisa Científica (NWO, na sigla em inglês).
    Verlinde vai contra os pensamentos de Newton e Einstein e baseia suas hipóteses na teoria das cordas, teoria da informação quântica e na física dos buracos negros. Assim, a gravidade, segundo ele, seria uma força entrópica que surge como resultado de uma “informação associada com as posições de corpos materiais”, segundo um artigo publicado em 2011. O que direciona a gravidade seria o emaranhamento quântico de pequenos pedaços de informação de tempo-espaço.
    “Nos últimos dez anos, nós temos aprendido gradualmente muito mais sobre como falar sobre informações do tempo-espaço. Estou considerando seriamente reescrever meu material de 2009, mas agora formulado com muito mais precisão. Eu acho que eu poderia retirar um pouco da descrença que ainda existe”, diz ele ao NWO.
    As idéias de Verlinde foram testadas por um grupo de cientistas do Observatório Leiden (Holanda), que concluiu que uma previsão-chave do físico estava consistente. Eles estudaram o efeito de lente de campos gravitacionais que são distantes do centro de mais de 33 mil galáxias e descobriram que o número está batendo com a previsão de Verlinde.
    Mas um estudo de 2017 realizado na Universidade de Princeton (EUA) se posicionou contra as idéias de Verlinde, mostrando que elas não eram consistentes com dados observados sobre a velocidade de rotação de galáxias anãs.
    Mesmo assim, outros físicos têm defendido o trabalho do pesquisador holandês, e ele recebeu o prêmio Spinoza, a mais alta condecoração dos Países Baixos. Verlinde sente que sua tese de que a informação é o bloco principal do universo está se tornando mais aceita.

    Créditos: Hypescience

    Esse monstruoso pinguim realmente existiu

    Pesquisadores descreveram um monstruoso pinguim da altura de uma mulher adulta média que viveu no Paleoceno, cerca de 66 a 56 milhões de anos atrás, na Nova Zelândia.
    O predador aquático, nomeado Crossvallia waiparensis, era maior do que o mais alto pinguim de hoje, o pinguim-imperador: 1,60 metro de altura versus 1,22 metro. Podia pesar até 80 quilos, versus 37 do pinguim-imperador.
    Por incrível que pareça, este ainda não é o maior pinguim já descoberto no mundo: a honra vai para o Palaeeudyptes klekowskii, que viveu 37 milhões de anos atrás e chegava a 2 metros de altura e 115 quilos.
    Os ossos do pinguim recém-descoberto foram encontrados em Waipara, Canterbury, na Nova Zelândia. A área é ideal para a descoberta de animais antigos gigantes. Outros encontrados na região incluem o maior papagaio do mundo, uma águia e um morcego enormes, o moa (uma ave não voadora) e cinco outras espécies de pinguins.
    O pinguim-imperador é apenas um parente distante do Crossvallia waiparensis. A espécie mais próxima do animal seria na verdade o Crossvallia unienwillia, que também viveu durante a era geológica do Paleoceno em Cross Valley, na Antártica.
    Embora sejam separadas hoje, a Nova Zelândia e a Antártica eram massas conectadas durante o Paleoceno. “Quando as espécies Crossvallia estavam vivas, a Nova Zelândia e a Antártica eram muito diferentes de hoje – a Antártica estava coberta de florestas e ambas tinham climas muito mais quentes”, disse o pesquisador Paul Scofield, curador sênior do Museu História Natural de Canterbury, na Nova Zelândia, em um comunicado.
    Os ossos da perna dos pinguins Crossvallia são muito diferentes dos animais modernos. Estudos anatômicos sugerem que ou eles usavam mais os pés para nadar ou não estavam ainda adaptados para andar de pé.
    O surgimento destes pinguins gigantes casa com a extinção dos dinossauros nonavianos cerca de 66 milhões de anos atrás.
    Seu tamanho não é de se estranhar – ser grande, para uma ave marinha, ofereceria muitas vantagens. “Em geral, quanto maior o animal é, mais eficiente se torna em conservar o calor do corpo (muito importante nos pinguins) e mergulhar mais fundo e por períodos mais longos”, explicou Daniel Ksepka, curador do Museu Bruce em Connecticut (EUA), que não esteve envolvido na pesquisa, ao Live Science. “O tamanho grande também abre novas opções de presas e os protege de predadores menores”.
    Os pinguins de hoje, por sua vez, podem não ser tão gigantes quanto os do passado por conta da competição por presas e territórios com outras espécies.
    “Os paleontólogos ainda estão trabalhando nesta questão, mas um grande fator poderia ser o surgimento de pinípedes (focas e seus parentes), que começaram a se espalhar pelos oceanos na mesma época em que pinguins gigantes começam a desaparecer. Eles podem ter entrado em confronto com pinguins não apenas como predadores e competidores por presas similares, mas também por terrenos de reprodução monopolizados, necessários para o assentamento de colônias”, sugeriu Ksepka.
    Exibição
    Os fósseis do Crossvallia waiparensis e outras aves antigas serão exibidos no Museu Canterbury ainda este ano.

    Créditos: Hypescience

    Vulcões do Mundo Jurássico foram descobertos na Austrália

    Uma equipe internacional de exploradores subterrâneos da Universidade de Adelaide, na Austrália, e da Universidade de Aberdeen, na Escócia, descobriu um “Mundo Jurássico”, anteriormente não descrito, de cerca de 100 antigos vulcões enterrados nas profundezas da Bacia de Cooper-Eromanga, no centro da Austrália.
    A Bacia de Cooper-Eromanga no nordeste da Austrália do Sul e no sudoeste de Queensland é a maior região produtora de petróleo e gás em terra da Austrália. Mas, apesar de cerca de 60 anos de exploração e produção de petróleo, esta antiga paisagem vulcânica subterrânea jurássica passou despercebida.
    Publicado na revista Gondwana Research, os pesquisadores usaram técnicas avançadas de imagens de subsuperfície, análogas à tomografia computadorizada médica, para identificar a pletora de crateras vulcânicas e fluxos de lava, e as câmaras de magma mais profundas que as alimentavam. Eles chamaram a região vulcânica de Província Vulcânica Warnie, com um aceno à lenda australiana do críquete Shane Warne.
    Os vulcões se desenvolveram no período Jurássico, entre 180 e 160 milhões de anos atrás, e foram posteriormente enterrados sob centenas de metros sedimentos de rochas.
    A Bacia de Cooper-Eromanga é, agora, uma paisagem seca e estéril, mas em tempos Jurássicos, dizem os pesquisadores, teria sido uma paisagem de crateras e fissuras, lançando cinzas quentes e lava no ar, e cercado por redes de canais de rios, evoluindo para grandes lagos e pântanos de carvão.
    “Enquanto a maior parte da atividade vulcânica da Terra ocorre nos limites das placas tectônicas, ou sob os oceanos da Terra, este antigo mundo jurássico se desenvolveu no interior do continente australiano”, diz o co-autor e professor associado Simon Holford, da Escola Australiana de Petróleo da Universidade de Adelaide.
    “Sua descoberta levanta a perspectiva de que mais mundos vulcânicos desconhecidos residem sob a superfície pouco explorada da Austrália.”
    A pesquisa foi realizada por Jonathon Hardman, então estudante de doutorado na Universidade de Aberdeen, como parte do Natural Environment Research Council Centre for Doctoral Training in Oil and Gas.
    Os pesquisadores dizem que as rochas sedimentares de idade jurássica com petróleo, gás e água têm sido economicamente importantes para a Austrália, mas esta última descoberta sugere muito mais atividade vulcânica no período jurássico do que se supunha anteriormente.
    “A Bacia de Cooper-Eromanga foi substancialmente explorada desde a primeira descoberta de gás em 1963”, diz o co-autor e professor associado Nick Schofield, do Departamento de Geologia e Geologia do Petróleo da Universidade de Aberdeen.
    “Isto levou a uma enorme quantidade de dados disponíveis debaixo da terra, mas, apesar disso, os vulcões nunca foram devidamente compreendidos nesta região até agora. Isso muda a forma como entendemos os processos que operaram no passado da Terra.”
    Os pesquisadores nomearam sua descoberta a Província Vulcânica Warnie em homenagem a um dos buracos de perfuração que penetrou nas rochas vulcânicas Jurássicas (Warnie East-1), que recebeu o nome de um charco próximo), mas também em reconhecimento ao talento explosivo do ex-craque de críquete australiano Shane Warne.
    “Escrevemos grande parte do artigo durante uma visita a Adelaide pelos pesquisadores de Aberdeen, quando um trecho justo foi discutido e escrito em Adelaide Oval durante uma partida entre Inglaterra e Cricket Austrália XI em novembro de 2017. Inspirados pelo cricket, achamos que Warnie era um bom nome para essa região que já foi de fogo”, disse o professor associado Holford.

    Créditos: Socientífica

    sexta-feira, 16 de agosto de 2019

    Oito braços, nove cérebros e três corações: esse é o polvo gigante do Pacífico


    Com a capacidade de aprender a resolver problemas assim como os humanos, os polvos são uma das espécies mais inteligentes do oceano.
    Esses animais curiosos têm o cérebro mais complexo dos invertebrados. Assim como os vertebrados, eles também têm memórias de longo e curto prazo.
    Os polvos aprendem a resolver problemas por tentativa, erro e experiência. Uma vez que um problema é resolvido, os polvos são capazes de lembrar e ainda resolver outros problemas semelhantes.
    O sentido de toque do polvo é agudo em suas ventosas. Um polvo vendado poderia diferenciar entre objetos de várias formas e tamanhos sem nenhum problema.
    Polvos têm olhos altamente complexos que se comparam à acuidade visual humana. O foco é feito movendo a lente para dentro e para fora ao invés de mudar sua forma como o olho humano faz.
    Os cefalópodes em geral, e os polvos em particular, são conhecidos pela sua inteligência extremamente avançada, provavelmente o mais avançado dos invertebrados. Mas há uma espécie de polvo em particular, que chama a atenção pelos seus nove cérebros e três corações que impulsionam o seu sangue azul através deste grande corpo mole. Esse é o polvo gigante do Pacífico (Enteroctopus doflein).
    No lugar da hemoglobina – como nós humanos – os polvos possuem a hemocianina, ou seja, em vez de ferro a proteína do sangue desses animais contém cobre, que dá ao sangue uma cor azul. A hemocianina é mais eficiente do que a hemoglobina em transportar o oxigênio pelo corpo do animal.

    Créditos: Socientífica

    Nós não evoluímos para ver a realidade, afirma cientista

    O que é a realidade e o que nós usamos para definir isso? A resposta pode parecer simples: a realidade é o que conseguimos sentir, ver, tocar, ouvir, cheirar, degustar. Isso porque nós usamos os nossos sentidos para compreender o mundo que nos cerca.
    A pessoa de quem a mão eu acabei de apertar deve existir, já que eu senti a textura e o calor da sua pele, consigo vê-la na minha frente e ouvi-la me comprimentando. Da mesma maneira, ao comer um pedaço de melancia entendemos que ele existe porque conseguimos sentir o gosto doce na boca e o suco escorrendo pelos dedos.
    Quando nossos sentidos não dão conta de absorver o que nos cerca, preenchemos as lacunas da realidade com o raciocínio e o conhecimento. À noite, sabemos que o sol não deixou de existir simplesmente porque não está aparecendo. Assim como entendemos que alguém não desaparece simplesmente porque desligamos o telefone e deixamos de ouvir a sua voz.
    No entanto, o psicólogo comportamental e escritor Donald Hoffman acredita que não compreendemos direito a nossa relação com a realidade objetiva. Ele defende que, para nos proteger, a evolução nos envolveu em uma realidade virtual perceptiva.
    Realidades objetiva e subjetiva
    Em um edição recente da revista “New Scientist”, Hoffman discute esse tema no arigo “A realidade é real? Como a evolução nos cega para a verdade sobre o mundo”. Professor do departamento de Ciências Cognitivas da Universidade da Califórnia, Irvine, ele estuda consciência, percepção visual e psicologia evolucionária usando modelos matemáticos e experimentos psicossociais.
    “Enquanto estamos vivos […], nossas experiências conscientes constituem um tipo diferente de realidade, uma realidade subjetiva. Minha experiência de uma enxaqueca pesada é certamente real para mim, mas ela não existiria se eu não existisse”, escreve.
    O pesquisador explica que a relação entre o mundo dentro e fora da nossa mente – a realidade objetiva e subjetiva – se baseia em acreditarmos que a primeira não muda em função da segunda. “Minha experiência visual de uma cereja vermelha se desvanece para uma experiência de cinza quando fecho meus olhos. A realidade objetiva, presumo, também não se desvanece em cinza”. Nós asumimos que, já que estamos vendo uma cereja, ela é real, sua cor coincide com a experiência que estamos tendo e ela continua a existir quando deixamos de olhar para ela.
    No entanto, segundo o pesquisador, ainda que essa suposição seja fundamental para a maneira como pensamos sobre nós mesmos e o mundo, experimentos feitos por ele e seus colegas mostram que ela não é válida. Ou seja, a nossa percepção sensorial, desenvolvida pela evolução, pode estar fazendo com que entendamos a realidade de maneira errada. “Isso leva a uma conclusão louca, de que todos nós podemos ser tomados por uma ilusão coletiva sobre a natureza do mundo material”, afirma o especialista.
    A ideia de que nós não conseguimos perceber a realidade objetiva em sua totalidade não é nova. Ao mesmo tempo que todos têm seus próprios vieses cognitivos e mecanismos de defesa do ego, nossos sentidos podem ser enganados – seja por ilusionistas ou por miragens. Além disso, para cada pessoa que enxerga o vestido azul, outra o enxerga dourado.
    A hipótese de Hoffman, no entanto, leva isso mais longe, afirmando que nossas percepções não se aproximam nem um pouco da realidade. Na verdade, a evolução teria nos dado uma ilusão coletiva para melhorar nossas adequações.
    Usando a teoria dos jogos evolutiva, o grupo de pesquisadores criou simulações de computador para observar como as “estratégias da verdade” (que vêem a realidade objetiva como ela é) em comparação com as “estratégias de recompensa” (que se concentram no valor da sobrevivência).
    Nas simulações, os organismos estão em um ambiente com um recurso necessário à sobrevivência, mas seguindo o princípio de Cachinhos Dourados. Na história infantil, uma garotinha chamada Cachinhos Dourados prova três pratos diferentes de mingau: um quente demais, um frio demais e um nem frio, nem quente demais, mas na temperatura ideal.
    Podemos pensar, por exemplo, na água seguindo esse mesmo princípio. Com água demais, o organismo se afoga. Com pouca água, morre de sede. Entre esses extremos, o organismo sacia sua sede e vive.
    Os organismos da estratégia da verdade, que enxergam o nível da água em uma escala de cores – de vermelho, para um nível baixo, até o verde, para um nível alto alto – vêem a realidade do nível da água. No entanto, eles não sabem se o nível da água é alto o suficiente para matá-los. Os organismos da estratégias de recompensa, por outro lado, simplesmente vêem vermelho quando nível de água os mataria e verde para níveis que não os matam. Eles estão, portanto, melhor equipados para sobreviver.
    “A evolução seleciona impiedosamente contra a estratégia da verdade e em favor da estratégia da recompensa”, escreve Hoffman. “Um organismo que vê a realidade objetiva é sempre menos adequado do que um organismo de igual complexidade que vê recompensas de adequação. Ver a realidade objetiva o levará a extinção”.
    Já que os humanos não estão extintos, a simulação sugere que vemos uma aproximação da realidade que nos mostra o que precisamos ver, e não as coisas como realmente são.
    Facilitando a sobrevivência
    Para explicar melhor como isso funciona, Hoffman usa o exemplo de um escritor que, olhando para o seu computador, vê o ícone do arquivo do seu livro. Apesar de estar ali, na tela, verde e retangular, o documento não tem nenhuma destas características intrinsecamente. O arquivo é, na realidade, uma série complexa de 1s e 0s que se manifesta como um software funcionando a partir de uma corrente elétrica que passa por um circuito.
    Assim, o argumento é de que se escritores tivessem que manipular sistemas binários para escrever um livro – ou caçadores-coletores tivessem que perceber a física para arremessar uma lança – há chances de que eles tivessem sido extintos há muito tempo.
    “Da mesma maneira, nós criamos uma maçã quando olhamos, e a destruímos quando olhamos para outro lado. Algo existe quando não olhamos, mas não é uma maçã, e provavelmente não é nada parecido com uma maçã”, escreve Hoffman. Isso porque humanos percebem uma maçã a partir de uma estrutura de dados que indica algo comestível (estratégia de recompensa) e como comê-lo. “Nós criamos essas estruturas de dados com uma olhada e as apagamos com um piscar de olhos. Objetos físicos e de fato espaço e tempo em que eles existem, são a forma da evolução de apresentar estratégias de recompensa de uma forma compacta e utilizável”.
    Se você – inevitavelmente – entrou em um fluxo de pensamento parecido com “Mas, então, o que é a realidade? Esse prato de macarrão é nada mais do que uma estrutura de dados que me dá energia para continuar viva? Meu cachorro existe além de algo que me dá segurança e me faz sentir menos sozinha?” talvez esteja se perguntando, também, o que está debaixo disso tudo. Para Hoffman, a resposta é a nossa consciência.
    Se Hoffman estiver correto, a forma pela qual neurocientistas e filósofos desenvolvem teorias sobre consciência – analisando o cérebro – pode ser falha. Isso porque, olhando apenas para as atividades cerebrais, eles estariam vendo apenas um ícone de um órgão material que existe no espaço e no tempo. Não a realidade.
    O psicólogo propõe partir de uma teoria matemática da consciência, observando-a fora da matéria e do espaço-tempo que ela pode não habitar. Seguindo a sua lógica, poderia haver uma interação potencialmente infinita de agentes conscientes, dos simples aos complexos, podendo existir até mesmo além do mundo orgânico.
    “Estou negando que exista tal coisa na realidade objetiva como um elétron com uma posição. Estou dizendo que a própria estrutura de espaço e tempo e matéria e spin é a estrutura errada, é a linguagem errada para descrever a realidade”, explicou Hoffman, em entrevista ao jornalista Robert Wright. “Eu estou dizendo vamos até o fim: é consciência, e apenas consciência, [em todos os estágios]”.
    O pesquisador batizou essa visão de “realismo consciente”. Ele acredita que, se isso se provar correto, poderia haver avanços em dilemas como o problema mente-corpo, a natureza do mundo quântico e a tão procurada “teoria de tudo”. “A realidade pode nunca mais ser a mesma”, escreve.
    Apenas uma hipótese
    Ainda que seja fascinante, possa provocar todo tipo de questionamentos e pareça um ótimo tema para uma conversa de bar, é importante lembrar que essa proposta é somente uma hipótese. Ela ainda precisa se desenvolver até conseguir superar a hipótese de que o cérebro manifesta a consciência e Hoffman já recebeu críticas – como é natural no processo científico.
    Já em 2015, o escritor e historiador de ciência Michael Shermer, fundador da Sociedade dos Céticos (em inglês, The Skeptics Society), mostrava buracos nessa lógica, em um artigo na revista “Scientific American”. Ele argumenta que, ainda que nós não vejamos a realidade como ela é, isso não quer dizer que a nossa percepção não é razoavelmente precisa.
    Ainda que, segundo a hipótese de Hoffman, uma cobra não seja realmente uma cobra, mas sim um ícone que a representa, cobras não venenosas evoluíram colorações que imitam as colorações de serpentes venenosas. E por que isso aconteceu? Porque predadores evitam as cobras venenosas reais. “O mimetismo só funciona se houver uma realidade objetiva para imitar”, aponta Shermer.
    Além disso, Wright pondera, durante a sua conversa com o psicólogo, que existe um problema semelhante ao do ovo e da galinha (“quem veio primeiro?”). Já que, atualmente, as evidências apontam que o Universo existiu por bilhões de anos antes do surgimento da vida, isso quer dizer que os primeiros organismos vivos se desenvolveram em resposta ao um ambiente inorgânico e inconsciente.
    No entanto, se Hoffman estiver correto e a consciência não depender da vida, por que desenvolver a vida e a ilusão da realidade? Pode-se presumir que a rede de consciência estaria funcionando bem por todos esses bilhões de anos antes do surgimento da vida.
    “A hipótese de que o cérebro cria consciência, no entanto, tem muito mais evidências do que a hipótese de que a consciência cria o cérebro”, afirma Shermer em outro artigo. “Até onde eu sei, todas as evidências apontam na direção de que cérebros causam a mente, mas nenhuma evidência indica causalidade reversa”.
    Para o escritor, como a consciência é um problema científico difícil, é preciso dar mais tempo à hipótese de que os cérebros criam a mente antes de elevarmos a consciência ao nível de um agente independente, capaz de criar sua própria realidade. “Como sabemos com certeza que a consciência mensurável morre quando o cérebro morre, até que se prove o contrário, a hipótese padrão deve ser que o cérebro causa a consciência. Eu existo, portanto penso”.
    Há, ainda, a questão de saber se a hipótese de Hoffman é autodestrutiva. Se as nossas percepções de realidade são apenas interfaces específicas a cada espécie sobrepostas à realidade, como sabemos que a consciência não é apenas um ícone? O “eu” da experiência cotidiana poderia ser apenas uma fantasia útil, adaptada apenas para se beneficiar da sobrevivência e reprodução dos genes, não uma parte do sistema operacional da realidade.
    Tais desafios à hipótese de Hoffman podem ser testados, por ele e por outros, por meio de mais pesquisas.

    quinta-feira, 15 de agosto de 2019

    Cientistas declaram Ebola oficialmente curável

    Após testes sistemáticos de dois medicamentos experimentais no surto do Ebola na República Democrática do Congo, cientistas declararam que a doença não é mais considerada incurável.
    Foi a partir do surto na República Democrática do Congo que os testes com dois anticorpos monoclonais demonstraram eficazes para os pacientes. Esses anticorpos foram capazes de bloquear o vírus e aumentar drasticamente as chances de sobrevivência do paciente infectado, além de eliminar completamente o vírus.
    “A partir de agora, já não vamos dizer que o Ebola é incurável. Estes avanços ajudarão a salvar milhares de vidas”, disse Jean-Jacques Muyembe, diretor-geral do Institut National de Recherche Biomédicale da República Democrática do Congo.
    Muitas das causas da morte pelo Ebola se devem à falta de informação e ao medo do tratamento, fazendo com que os infectados não busquem os tratamentos devidos, e quando buscam já é tarde. Em perspectiva, somente no Congo, cerca de 70% dos que buscavam tratamento não resistiam ao Ebola. Essa estatística fazia a população duvidar.
    Com os novos anticorpos monoclonais, 90% dos pacientes possuem chances de serem curados e ter o vírus completamente eliminado do organismo. Os cientistas esperam que esses índices ajudem a população dos países afetados a confiarem mais nos tratamentos e evitar novas epidemias.
    A partir de agora, todas as unidades de tratamento do Ebola no Congo já irão utilizar os dois medicamentos de anticorpos monoclonais, segundo informou o The Guardian, já que os testes se demonstraram eficazes.
    “Quanto mais aprendermos sobre esses dois tratamentos, e como eles podem complementar a resposta de saúde pública, incluindo rastreamento de contatos e vacinação, mais perto estaremos de transformar o Ebola de uma doença terrível em uma doença que pode ser prevenida e tratada. Nunca nos livraremos do Ebola, mas devemos ser capazes de impedir que esses surtos se transformem em grandes epidemias nacionais e regionais”, disse o Dr. Jeremy Farrar, co-presidente do grupo terapêutico da Organização Mundial da Saúde para o Ebola.

    Créditos: Socientífica

    EUA detectam explosão do foguete europeu no espaço

    O Serviço de Monitorização do Espaço da Força Aérea dos Estados Unidos detectou uma explosão do terceiro estágio do foguete Ariane 4 europeu, em órbita, informa o 18º esquadrão de controle do espaço (18 SPCS) da Força Aérea dos EUA.
    O Ariane 4 é um foguete da classe média, que foi usado de 1988 a 2003. O foguete é um sistema de lançamento projetado pela Agência Espacial Européia e fabricado pela Arianespace.
    Segundo o comunicado do 18 SPCS, o terceiro estágio do foguete Ariane 4 explodiu em órbita em 22 de julho, tendo sido descobertos 7 fragmentos. Provavelmente, o estágio explodiu por si mesmo e não por causa de colisão com outro objeto.
    ​O 18 SPCS confirmou que a desintegração do 42P R/B (SCC#22079) ocorreu em 22 de julho de 2019. Foram rastreadas 7 fragmentos – não há indicação que tenha sido causada por colisão.
    O foguete lançou três satélites para a órbita em agosto de 1992: o Topex / Poseidon dos EUA/França, o Kitsat-1 da Coréia do Sul e o S80/T, da França.
    O esquadrão de controle do espaço, localizado na base aérea de Vandenberg, na Califórnia, detecta e identifica todos os objetos artificiais na órbita da Terra.
    Segundo o site da Força Aérea dos EUA, antes da destruição, o estágio do foguete orbitou a Terra durante 27 anos em uma altitude entre 1.404 a 1.296 quilômetros.

    Créditos: Sputnik

    Novas imagens revelam detalhes da pitura oculta sob obra-prima de Leonardo Da Vinci

    Pesquisadores acabaram de descobrir novos detalhes da imagem oculta sob a pintura “A Virgem das Rochas” de Leonardo Da Vinci.
    A pintura foi revelada em 2005 pela The National Gallery, em Londres, onde está a obra de arte atualmente.
    Os pesquisadores detectaram traçados de uma subpintura coberta, que mostrava que Maria havia sido pintada primeiramente em outra posição.
    Agora, imagens de alta qualidade revelaram que a pintura subjacente em mais detalhes. Pinceladas inéditas mostram que a artista originalmente posicionou Maria no lado esquerdo da imagem, de frente para o menino Jesus e um anjo à direita.
    Não se sabe porque exatamente Da Vinci decidiu encobrir e refazer sua composição original, mas esta foi a sua segunda versão desta cena, pintada depois de vender a primeira (agora no Louvre de Paris) a um cliente particular durante uma disputa com a igreja a que se destinava. A sua composição encoberta representou um afastamento significativo da primeira pintura, enquanto a versão final (que ele vendeu à igreja) está muito mais próxima.
    “Esta segunda versão não é mera reprodução, no entanto”, disse a galeria em um comunicado. “Junto com ajustes significativos nas figuras, ele também usa esta versão para explorar novos tipos de efeitos de iluminação baseados em sua própria pesquisa sobre a óptica e a fisiologia da visão humana.”
    Para revelar a pintura, os pesquisadores combinaram três técnicas: A primeira foi a reflexão infravermelha, que revelou a presença de uma subpintura em 2005. Essa técnica usa luz infravermelha para ver pinceladas cobertas por muitas de tinta que são invisíveis no espectro visual, mas não no infravermelho.
    O segundo foi a fluorescência de raios X (XRF), uma técnica que, de acordo com a Universidade do Missouri, os pesquisadores usam para identificar elementos individuais que brilham quando bombardeados com luz de raios X. Os primeiros desenhos, de acordo com a galeria, foram feitos com uma substância contendo zinco que era visível ao XRF.
    A terceira técnica foi a imagem hiperespectral, que, de acordo com o The Journal of Biomedical Optics, detecta a energia eletromagnética que sai de seu objeto através dos espectros, a fim de revelar detalhes não detectáveis em qualquer espectro único.
    Ainda há muito para se descobrir
    A galeria disse que mais detalhes ainda podem ser revelados, já que o processamento de dados das imagens ainda está em andamento. As imagens do underpainting, juntamente com a pintura em si, serão expostos na galeria de 9 de Novembro a 12 de janeiro de 2020, de acordo com o museu.

    Créditos: Socientífica

    Avião espacial reutilizável agenda primeiro voo

    Com a aposentadoria dos ônibus espaciais, pode estar começando a era dos aviões espaciais.
    O Dream Chaser (Caçador de Sonhos), construído pela empresa Sierra Nevada Corporation, finalmente encontrou um foguete para impulsioná-lo ao espaço.
    O foguete, que deverá levar a pequena nave até a Estação Espacial Internacional será o Vulcan, um veículo de lançamento atualmente em desenvolvimento pela ULA (United Launch Alliance), uma associação entre a Lockheed Martin e a Boeing.
    Embora nem o Dream Chaser e nem o foguete Vulcan jamais tenham ido ao espaço, a Sierra Nevada recentemente foi contratada pela NASA para uma série de voos de reabastecimento da ISS - pelo menos seis -, juntando-se a duas outras empresas privadas que já enviam carga e experimentos para a Estação Espacial, a SpaceX e a Orbital ATK.
    "[O Dream Chaser] é o único avião espacial de propriedade privada no mundo que existe e que é capaz de decolar e aterrissar em uma pista e é reutilizável. Nosso primeiro lançamento será em 2021, então mal podemos esperar para ter a primeira missão bem-sucedida," disse Fatih Ozmen, presidente da empresa durante uma cerimônia para apresentação dos planos de voo.
    O avião espacial é bastante parecido com o projeto HL-20 (Horizontal Lander) da NASA, que nunca passou de um protótipo.
    Com 9 metros de comprimento, 7 metros de envergadura e 16 metros cúbicos de área útil, a nave foi projetada para levar até seis passageiros ao espaço, mas a versão que está pronta e prepara-se para voar em 2021 é voltada apenas para cargas, e sua capacidade para transportar astronautas ainda deverá ser aferida pela NASA.
    No final das missões de carga, o Dream Chaser fará uma reentrada na atmosfera, do mesmo modo como faziam os ônibus espaciais, devendo pousar no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
    Depois de uma inspeção e reabastecimento, ele estará pronto para voar de novo. Um dos planos da empresa para a versão tripulada é utilizá-lo para o turismo espacial.
    O foguete Vulcan, com 58 metros de altura, poderá lançar cargas de até 35 toneladas para a órbita baixa da Terra - o Dream Chaser vazio pesa apenas 9 toneladas. O foguete usa motores desenvolvidos pela empresa espacial Blue Origin, pertencente ao fundador da Amazon, Jeff Bezos.
    A ULA, fabricante do foguete, fez uma ressalva de que pode haver atrasos no desenvolvimento do Vulcan, mas que isso não atrapalhará os planos para lançamento do avião espacial porque a empresa possui outro foguete bem testado, o Atlas V, que consegue dar conta do recado.

    Créditos: Inovação Tecnológica

    Mais de 70 milhões de brasileiros podem ficar sem água até 2035

    O Brasil possui a maior reserva terrestre de águas superficiais, além de duas das maiores áreas úmidas do mundo – o Pantanal Mato-Grossense e a Bacia Amazônica – e vastos reservatórios de água subterrânea. Essa abundância de água, porém, não garante a segurança hídrica do país.
    O recurso natural está distribuído de forma bastante desigual pelo território nacional e, sem investimentos em infraestrutura para garantir o abastecimento, 74 milhões de brasileiros podem sofrer com a falta d’água até 2035.
    As conclusões são do relatório temático “Água: biodiversidade, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano no Brasil” e de seu respectivo sumário para tomadores de decisão, lançados nesta quinta-feira (08/8), durante o 15º Congresso Brasileiro de Limnologia, em Florianópolis (SC).
    Resultado de uma parceria entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em inglês) – apoiada pelo programa BIOTA-FAPESP – e as universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o relatório foi elaborado por um grupo de 17 pesquisadores, de diversas instituições do país.
    “A água é um recurso de suma importância para o Brasil, onde já vemos regiões, como o Sudeste, que têm enfrentado crises hídricas bastante sérias nos últimos anos”, disse à Agência FAPESP Carlos Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da coordenação da BPBES.
    “A redução da disponibilidade de água poderá acirrar os conflitos pelo uso desse recurso no país”, avaliou o pesquisador, que também é coordenador do programa BIOTA-FAPESP.
    O relatório destaca que, além da população e da biodiversidade, praticamente todas as atividades econômicas no Brasil dependem de água. A agricultura irrigada e a pecuária são os principais usuários dos recursos hídricos do país, consumindo, respectivamente, por volta de 750 mil e 125 mil litros de água por segundo.
    Além disso, 85% da produção agropecuária nacional – localizada nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul – depende da água proveniente das chuvas, que tem, aproximadamente, 40% de sua origem na evapotranspiração da Amazônia.
    Já a indústria usa mais de 180 mil litros de água por segundo e, pelo menos, 80% dos reservatórios hidrelétricos recebem água proveniente de unidades de conservação, que asseguram o fornecimento do recurso em quantidade e qualidade necessárias para suas operações, apontam os autores.
    Esses setores econômicos altamente dependentes de água já têm sofrido os impactos da diminuição da disponibilidade do recurso em função de fatores como as mudanças climáticas, de uso do solo, fragmentação de ecossistemas e poluição, apontam o relatório.
    Anos de seca prolongada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste resultaram em uma perda estimada de R$ 20 bilhões no faturamento do setor agrícola em 2015 – um recuo de quase 7% em relação ao ano anterior.
    Por outro lado, mudanças no uso do solo em função da expansão agrícola e do represamento de rios podem comprometer a disponibilidade e a qualidade da água em todo o país, afetando os usos pela biodiversidade aquática e pela população humana.
    Essas mudanças, bem como a transposição de rios, promovem modificações na dinâmica e na estrutura dos ambientes aquáticos, causando perda na conectividade e alteração no regime hidrológico, o que favorece o estabelecimento de espécies exóticas.
    Da mesma forma, o aumento no aporte de poluentes em rios, lagos e riachos acarreta prejuízos à biodiversidade e aos serviços providos por ecossistemas aquáticos, como o fornecimento de água limpa e de peixes para o consumo, ressaltam os autores.
    “A água não é só um recurso hídrico, mas também um componente-chave da biodiversidade, patrimônio cultural do país e um elemento essencial para o bem-estar da população brasileira”, disse Aliny Pires, professora da UERJ e coordenadora do relatório.
    De acordo com o relatório, cerca de 10% das espécies de peixe continentais do país estão sob risco de extinção e 30% do total de espécies da fauna ameaçada no Brasil compreendem peixes e invertebrados de água doce.
    Quase 65% das áreas úmidas brasileiras – fundamentais na prevenção de enchentes e de outros desastres naturais – foram perdidas e a taxa atual de alteração desses ambientes observada é três vezes mais rápida que a de perda de floresta.
    “Em biomas como a Amazônia e o Pantanal, a alternância entre as cheias e as vazantes determina a estrutura e a dinâmica dos diversos ecossistemas da região”, afirmou Joly.
    “Nesses casos, a interrupção do pulso de inundações periódicas leva a um colapso no funcionamento dos ecossistemas”, disse.
    O enfrentamento das ameaças e a conservação dos ambientes aquáticos e das áreas úmidas nas diferentes regiões do Brasil serão fundamentais para garantir a segurança hídrica no país, indica o relatório.
    A restauração florestal e a conservação dos mananciais e da vege¬tação ribeirinha podem trazer benefícios consistentes para a qualidade da água e reduzir, consideravelmente, os gastos com tratamento.
    No sistema Cantareira, que está situado na Região Metropolitana de São Paulo e abastece a capital, a recomposição da vegetação nativa, por exemplo, pode reduzir em cerca de três vezes os custos com o tratamento da água, considerando-se os valores da restauração, apontam os autores.
    “Um dos fatores que causaram as crises hídricas pelas quais São Paulo tem passado nos últimos anos é a remoção de cobertura vegetal nativa”, afirmou Joly.
    Segundo o relatório, estima-se que a cada R$ 1 investido em infraestrutura para a segurança hídrica, mais de R$ 15 são obtidos em benefícios asso¬ciados à manutenção das distintas atividades produtivas no país.
    Já a falta de investimento para essa finalidade pode causar perdas econômicas principalmente para o setor industrial, seguido pela pecuária e a agricultura de irrigação, além de comprometer a saúde da população e a manutenção da biodiversidade aquática.
    “A questão da segurança hídrica não está atrelada apenas à garantia da disponibilidade de água, mas também à gestão desse recurso, de modo a assegurar que exista e seja disponível para todos os setores usuários”, afirmou Pires.
    A vazão média anual dos rios brasileiros é de, aproximadamente, 180 milhões de litros por segundo. A distribuição desse recurso, contudo, se dá de maneira extremamente desigual no território brasileiro e o país apresenta grandes perdas na distribuição.
    Uma redução média da perda de água na distribuição para valores próximos a 15% promoveria um ganho líquido em torno de R$ 37 bilhões até 2033, estima o relatório.
    “A região Norte do Brasil, por exemplo, tem a maior disponibilidade hídrica do país, em função da Amazônia, mas perde muita água na distribuição”, exemplificou Pires.

    Créditos: Socientífica

    terça-feira, 13 de agosto de 2019

    Micróbio gigante fossilizado de 2 bilhões de anos revela pistas sobre o mundo antigo

    Talvez ao ouvir falar na palavra fóssil, você possa imaginar enormes feras da antiguidade como dinossauros ou mamutes, mas não é bem assim.
    Fósseis são restos de seres vivos ou evidências de suas atividades biológicas preservadas em diversos materiais. Como é o caso de algumas dessas manchas na forma de fósseis de bactérias primitivas de 2,5 bilhões de anos descobertas recentemente.
    Esses arcaicos micróbios são provavelmente cianobactérias, mas são extremamente grandes e com estranhas formas que saem de dentro deles.
    O professor associado da Universidade de Cincinnati, Andrew Czaja apresentou esse ano suas descobertas na Astrobiology Science Conference.
    Segundo o pesquisador, se esses fósseis realmente são cianobactérias, eles poderiam ser alguns dos organismos primitivos que ajudaram a transformar nossa atmosfera bombeando-a com oxigênio.
    Os fósseis recém-descobertos vêm de um período de 100 milhões a 200 milhões de anos antes do Grande Evento de Oxidação – quando a nossa atmosfera passou a ter oxigênio.
    Esses fósseis são muito raros, são uma grande descoberta. Segundo czaja, há apenas quatro casos na literatura de microfósseis que datam entre 2,5 bilhões e 2,7 bilhões de anos atrás.
    As Cianobactérias
    O filo Cyanobacteria é um grupo de bactérias que obtêm energia por meio da fotossíntese. As cianobactérias recebem esse nome devido a sua coloração azulada.
    Cianobactérias foram os principais produtores primários da biosfera durante mais de 1 bilhão de anos, e continuam sendo nos oceanos. A Terra continha pouco ou nenhum oxigênio naquela época, e foi através da fotossíntese que essa bactérias encheram a atmosfera de oxigênio.
    Czaja explorava a África do Sul quando se deparou com uma rocha de aparência fria, chamada estromatólito, que é composta de camadas de calcário e sedimentos deixados por cianobactérias.
    Ele levou a rocha para casa para mostrar durante suas aulas, porém, acabou descobrindo que ela estava repleta de microfósseis.
    Andrea Corpolongo, estudante de doutorado também na Universidade de Cincinnati, começou a analisar a rocha sob um microscópio. Os fósseis eram esferas ocas feitas de um composto orgânico chamado de querogênio. Algumas dessas esferas eram oblongas e algumas tinham saliências estranhas saindo delas.
    A maioria das cianobactérias varia de 5 a 10 mícrons, com a maior dessas criaturas medindo 60 mícrons, disse Czaja. Esses antigos fósseis de micróbios têm uma ampla variedade de tamanhos, mas a maioria está acima do tamanho médio das cianobactérias de hoje e alguns têm até 100 mícrons de diâmetro.
    Os pesquisadores não sabem também por que alguns deles têm estranhas protuberâncias, que à primeira vista parecem ser um tipo de reprodução “brotada”, ou assexual, na qual uma parte de um organismo se divide para se tornar um novo organismo. Hoje em dia, cianobactérias não brotam e então “eu não estou realmente dizendo que elas se reproduziam dessa forma, mas parece que sim”, disse ele.
    Emily Kraus, aluna de doutorado na Escola de Minas do Colorado, que não estava envolvida com a nova pesquisa, discorda que os fósseis possam ser cianobactérias.
    “O que ele diz que são microfósseis são muito grandes”, disse Kraus “Eles são maiores que as células e cianobactérias, então eu não estava muito convencida de que aquilo era uma célula.” Os chamados fósseis podem até ser fluidos que ficaram presos lá e depois evaporaram lentamente, disse ela.
    Mas Andrea Corpolongo não acha que seja provável. “Embora sua morfologia faça com que pareçam um pouco semelhantes a gotículas, não consigo imaginar um cenário durante a formação do estromatólito em que isso possa ter ocorrido”, disse ela.
    É possível, mas improvável, que as estranhas formas sejam um pseudo-fóssil, ou algo que se pareça com um fóssil, mas não é, disse ela. Mas o fato de que eles são feitos de material orgânico e vários deles foram encontrados preservados em estromatólitos, que são conhecidos por serem formados por micróbios, “indicam que eles são verdadeiros fósseis”, completou.
    Nora Noffke, uma sedimentologista da Universidade Old Dominion, na Virgínia, que não fazia parte do estudo, acha possível que esses fósseis sejam cianobactérias.
    “Estou intrigada com esses microfósseis”, disse Noffke à Live Science. Eles parecem um pouco “como se surgissem, nunca vi nada parecido”, acrescentou Noffke.
    Ainda assim, existem “muitas maneiras de interpretar” essas descobertas, ela disse.
    Czaja, por sua vez, espera voltar à África do Sul para ver se consegue encontrar microfósseis semelhantes em áreas próximas. “Isso nos diria mais sobre as comunidades microbianas que existiam neste momento”, disse ele.

    Créditos: Socientífica

    Físicos descobrem membros da família do gato de Schrodinger

    Tem sido dito que a internet existe principalmente para mostrar vídeos de gatos interagindo com caixas, e a quantidade desses vídeos e sua audiência parecem corroborar fortemente essa teoria.
    E esse domínio agora deve se estender porque uma equipe internacional de físicos ampliou o universo dos gatos e das caixas para o reino quântico.
    Usando caixas multidimensionais, chamadas hipercubos, eles descobriram que o famoso gato morto-vivo de Schrodinger é apenas um de uma família infinita de estados quânticos.
    Um hipercubo é uma figura geométrica n-dimensional análoga do quadrado, que tem duas dimensões (n=2), e do cubo, que tem três dimensões (n=3).
    "Nós descobrimos que, conforme os hipercubos se tornam maiores, eles geram estados semelhantes ao gato de Schrodinger com características cada vez mais refinadas no espaço de fase, tornando-os mais poderosos para aplicações quânticas," contou Lewis Howard, da Universidade de Queensland, na Austrália.
    Criar esses estados de hipercubo - neste caso, usando partículas únicas de luz e um minúsculo cilindro mecânico - é um ingrediente importante nas tecnologias quânticas.
    "O estado Gato de Schrodinger, descoberto em 1935, é uma superposição quântica de dois estados, normalmente chamados de 'morto' e 'vivo'. Em 2001, descobriu-se um parente do gato, o estado da bússola, que é composto de uma superposição de quatro diferentes estados quânticos dispostos em forma de bússola," detalhou Howard.
    A equipe descobriu agora que o gato e o estado da bússola são apenas os dois membros menores de uma família infinitamente grande de estados hipercubo. Na verdade, os estados de hipercubo consistem em múltiplas superposições quânticas que mapeiam os cantos dos cubos multidimensionais.
    "Nós descobrimos esses estados quânticos de hipercubo por acidente enquanto experimentávamos métodos para criar estados quânticos que poderiam ser úteis em sensores quânticos," conta o professor Martin Ringbauer, da Universidade de Innsbruck, na Áustria.
    Não por acaso, esses estados quânticos recém-descobertos poderão ser usados em futuras tecnologias, elevando ainda mais a precisão dos sensores quânticos, os mais sensíveis que se conhece.
    "Quando usamos uma régua para medir uma distância, a menor distância que pode ser medida depende da graduação da régua," explica o pesquisador Till Weinhold, membro da equipe. "Normalmente, a mecânica quântica nos diz que não é possível melhorar mais e mais a graduação da régua. Os estados hipercubo contornam esse limite usando interferência quântica para criar características muito menores do que seriam possíveis. Esses estados nos permitem explorar propriedades quânticas para medir em escalas muito abaixo do que é classicamente possível."

    Créditos: Inovação Tecnológica

    segunda-feira, 12 de agosto de 2019

    Poeira radioativa de uma supernova muito antiga está enterrada na Antártica



      Um estudo internacional da Universidade Nacional da Austrália em colaboração com cientistas da Alemanha e da Áustria descobriu que há poeira radioativa de uma supernova que explodiu milhões de anos atrás enterrada na neve da Antártica.
      A equipe, liderada por Dominik Koll, coletou 500 quilos de neve da Antártica com menos de 20 anos para analisá-la em laboratório. Essa neve foi derretida, passou por um filtro e depois foi evaporada para que os pesquisadores examinassem a poeira e os micrometeoritos em busca de isótopos radioativos.
      Eles encontraram mais isótopos do que seria de se esperar se a neve tivesse acumulado simplesmente a poeira cósmica que já atinge o planeta normalmente. Em vez disso, a equipe suspeitou que os isótopos provinham de uma supernova.
      Um estudo anterior relatou que a morte e consequente explosão de uma estrela havia depositado ferro no nosso sistema solar cerca de 1,5 a 3 milhões de anos atrás. Talvez o planeta esteja transitando por essa explosão, o que poderia ajudar os cientistas a entender a composição da Via Láctea.
      Ao pesquisar os restos dessa explosão cósmica, podemos compreender melhor a história de nossa vizinhança galáctica.
      “Estou animado com a possibilidade de aprender algo sobre as explosões estelares extremas e grandes estruturas ao redor do nosso planeta que são inimaginavelmente grandes e distantes”, disse Koll, principal autor do estudo e doutorando da Universidade Nacional da Austrália ao Gizmodo.

      Créditos: Hypescience

      Calor pode ser travado no lugar, sem se espalhar

      O calor pode ser "travado" em uma posição fixa, de onde ele não escapa nem mesmo se você o deixar lá por muito tempo.
      Normalmente, uma fonte de calor se difunde através de um material condutor até se dissipar por convecção, por condução ou por radiação, como onda.
      Agora, Ying Li e seus colegas da Universidade Nacional de Cingapura usaram o princípio da "simetria anti-paridade-tempo (APT)" para mostrar que é possível confinar o calor em uma pequena região de um anel de metal, sem que ele se espalhe ao longo do tempo.
      Esse novo fenômeno poderá ser usado para controlar a difusão de calor de maneiras sofisticadas e otimizar a eficácia em máquinas e equipamentos que precisam de refrigeração.
      "Imagine uma gota de tinta fluindo em uma corrente. Após um curto período de tempo você veria a tinta se espalhar e fluir na direção da corrente. Agora imagine se essa gota de tinta permanecesse do mesmo tamanho e na mesma posição conforme a água fluisse em torno dela. Efetivamente isso é o que nós conseguimos com a propagação do calor em nosso experimento," explicou o professor Cheng-Wei Qiu.
      O experimento consiste em dois anéis de metal postos para girar em sentidos opostos, intercalados com uma fina camada de graxa. O movimento de rotação dos anéis age como o fluxo da corrente no exemplo da gota de tinta. Quando o calor é injetado em um ponto do sistema, a energia térmica é capaz de permanecer na posição porque um anel rotativo é "acoplado" ao anel que gira no sentido oposto pelos princípios da simetria APT.
      "Pela teoria da mecânica quântica, você pode calcular a velocidade necessária para os anéis. Muito lento ou muito rápido, e você vai quebrar a condição," detalhou Qiu. Quando as condições são quebradas, o sistema age de forma convencional, e o calor é levado adiante enquanto o anel gira.
      Dos motores dos automóveis aos computadores, a remoção eficiente de calor é uma exigência de inúmeros sistemas. Atualmente, a maioria das tecnologias é resfriada com um fluxo constante de líquido, que remove o calor por convecção.
      Embora a configuração experimental use anéis metálicos de contra-rotação, o mesmo princípio poderia ser aplicado a outras configurações de fluxos. "A percepção é que a circulação vai simplesmente tirar o calor, mas nem sempre é necessariamente tão simples," comentou o pesquisador.
      A equipe está agora tentando aumentar o tamanho do experimento. "No momento, nossa configuração está na faixa de centímetros, queremos ampliá-la até o tamanho de motores reais ou sistemas de engrenagens. Os sistemas de engrenagens frequentemente têm mecanismos de contra-rotação similares que geram calor, então desejamos aplicar a teoria para dissipar este calor de forma mais eficiente," disse Qiu.

      Créditos: Inovação Tecnológica

      Descoberto tubarão incomum que come plantas

      Tubarão omnívoro? Sim, segundo uma interessante pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade da Califórnia.
      O paladar dos tubarões já é conhecimento de todo mundo. Mas para a cientista Samantha C. Leigh, da Universidade da Califórnia, era necessário aprofundar esse assunto um pouco mais com seus colegas Yannis Papastamatiou e Donovan P. German. O tubarão estudado foi o Sphyrna tiburo, também conhecido por tubarão-de-pala.
      Este pequeno peixe de pouco mais de um metro, nadador de águas rasas ao longo das costas americanas, norte e sul, Atlântico e Pacífico, aprecia crustáceos e peixes, mas também come… ervas. Foi encontrado traços de até 62% no trato digestivo de tubarões mais jovens.
      As plantas consumidas não são algas, mas sim plantas floríferas que formam herbários, como posidônias e a enguia. No entanto, o sistema digestivo destes tubarões é idêntico ao dos seus primos totalmente carnívoros.
      Para entender melhor a dieta do tubarão-de-pala, zoólogos colocaram eles em um tanque e os alimentaram por três semanas em uma dieta que consistia em 90% de “grama de tartaruga” (Thalassia testudinum, um primo da Posidonia) e cefalópodes. As plantas tinham sido previamente cultivadas num meio enriquecido em 13CO2, ou seja, com o isótopo 13 de carbono (12 sendo o mais comum).
      Amostras semanais de sangue foram tiradas para rastrear o carbono 13 nas moléculas do pequeno tubarão.
      Cerca de 59% da matéria orgânica das plantas foi metabolizada. Melhor ainda, pesquisadores identificaram na parte posterior do intestino a atividade de uma enzima, a beta-glucosidase, sintetizada por microorganismos e que degrada muitas moléculas orgânicas, como a celulose.
      O tubarão-de-pala é um autêntico omnívoro. O zoólogo deve olhar para ele de forma diferente. O ecologista também, que terá que incluí-lo de forma diferente no ecossistema do herbário tropical.

      Créditos: Socientífica