terça-feira, 20 de agosto de 2019

Telescópios espaciais vão usar lentes para achar vida alienígena

Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, projetaram um novo tipo de telescópio que eles acreditam ser uma opção mais barata, mais leve e mais poderosa do que a criação de telescópios usando espelhos cada vez maiores.
Com uma frota de telescópios espaciais menores, eles acreditam poder vasculhar a atmosfera de até 1.000 exoplanetas em busca de assinaturas químicas indicativas de vida - mesmo os projetos mais ambiciosos da NASA falam em observar algumas dezenas de exoplanetas mais próximos.
A equipe sabe do que está falando: Eles são líderes na produção dos espelhos para os maiores telescópios do mundo. Atualmente eles estão fabricando espelhos para o maior e mais avançado telescópio terrestre: o Telescópio Gigante de Magalhães.
O problema é que há várias restrições em aumentar cada vez mais o tamanho dos espelhos que captam a luz nos telescópios, que vão desde o próprio peso do espelho, que pode distorcer as imagens, até o tamanho das rodovias e viadutos por onde eles devem ser transportados e, no caso dos telescópios espaciais, dos foguetes capazes de levá-los ao espaço.
"Nós estamos desenvolvendo uma nova tecnologia para substituir os espelhos dos telescópios espaciais. Se conseguirmos, poderemos aumentar muito o poder de coleta de luz dos telescópios e, entre outras ciências, estudar as atmosferas de 1.000 planetas potencialmente semelhantes à Terra em busca de sinais de vida," disse o professor Daniel Apai, um dos idealizadores do projeto, batizado de Nautilus.
Os espelhos dos telescópios capturam a luz do objeto a ser observado - quanto maior a superfície, mais luz eles conseguem captar.
"Mas ninguém pode construir um espelho de 50 metros. Então inventamos o Nautilus, que usa lentes e, em vez de construir um espelho incrivelmente grande de 50 metros, planejamos construir um monte de lentes menores e idênticas para coletar a mesma quantidade de luz," detalhou Apai.
As lentes foram inspiradas nas lentes dos faróis de carro - grandes, mas leves - mas incluindo ajustes adicionais, como detalhes de precisão feitos com ferramentas com ponta de diamante. O design, que é um híbrido entre as lentes refrativas e as lentes difrativas, torna o conjunto mais poderoso e mais adequado para observar exoplanetas e sua fraca luz.
Como as lentes são mais leves do que os espelhos, é mais barato lançá-las ao espaço e elas podem ser feitas de forma rápida e barata usando um molde. Elas também são menos sensíveis a desalinhamentos, tornando os telescópios construídos com essa tecnologia muito mais simples e, portanto, de menor custo. E vários acessórios dos telescópios espaciais atuais também podem ser dispensados.
"Nós não precisamos de imagens de alto contraste. Não precisamos de uma espaçonave separada com uma gigantesco anteparo para ocultar a estrela hospedeira do planeta. Não precisamos entrar no infravermelho. O que precisamos é coletar muita luz de maneira eficiente e barata," disse Apai.
O projeto defende o lançamento de uma frota de 35 telescópios esféricos de 14 metros de largura, cada um individualmente mais potente do que o Telescópio Espacial Hubble.
Para referência, o espelho do Hubble tem 2,4 metros de diâmetro e o espelho do Telescópio Espacial James Webb, ainda por ser lançado, tem 6,5 metros de diâmetro. Ambos foram projetados para diferentes propósitos e antes que os exoplanetas fossem descobertos.
Já o conjunto de telescópios Nautilus será poderoso o suficiente para caracterizar 1.000 planetas extrassolares a até 1.000 anos-luz de distância.

Créditos: Inovação Tecnológica

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