segunda-feira, 12 de agosto de 2019

A última inversão de polos magnéticos da Terra levou a 22 mil anos de esquisitices

Um estudo da Universidade de Wisconsin (EUA) fez uma “linha do tempo” da mais recente inversão de polo magnético da Terra, que ocorreu cerca de 770.000 anos atrás.
Usando técnicas avançadas, os pesquisadores analisaram registros de mudanças magnéticas em amostras de lava encontradas no Chile e nas ilhas do Taiti (Polinésia Francesa), Guadalupe (Caribe), La Palma (Espanha) e Maui (Havaí).
Isso porque a lava “prende” cristais de magnetita quando se solidifica, pequenos fragmentos minerais que tendem a se orientar com o campo magnético da Terra.
As lavas de todos esses locais já haviam sido estudadas anteriormente, mas as técnicas de análise melhoraram o suficiente para que os pesquisadores decidissem atualizar seus dados.
As novas medidas são mais precisas e contêm uma margem de erro de apenas 5.000 anos em 780.000 anos de registros de lava.
Além da lava, os cientistas levaram em consideração sedimentos no fundo do mar e em núcleos de gelo.
O gelo só pode nos dizer quão forte o campo magnético era em determinada época, enquanto os sedimentos registram a localização dos polos – com menos precisão que a lava, mas com a vantagem de serem contínuos, ao invés dos “vômitos” ocasionais dos vulcões.
Enquanto alguns desses registros sugerem inversões de polo magnético super-rápidas, a figura maior mostra um processo mais complexo, se desenrolando ao longo de cerca de 22.000 anos.
Por exemplo, os pesquisadores detectaram um grande enfraquecimento do campo magnético 795 mil anos atrás, que ocorreu antes do polo “virar” do sul para o norte e se fortalecer um pouco. No entanto, cerca de 784 mil anos atrás, o campo tornou-se instável novamente – fraco e com um polo variável favorecendo o sul. Essa fase durou até cerca de 773.000 anos atrás, quando o campo magnético recuperou sua força rapidamente e se mudou para o polo geográfico do norte de vez.
Esses resultados estão alinhados com um estudo de 2012 que propôs um padrão a todas as inversões de polo que inclui um movimento “intermediário” seguido por uma reversão completa.
Além disso, os pesquisadores apontam para uma simulação de 2011 que indicou um padrão de força de campo crescente e decrescente e de variabilidade de polo similares aos que foram vistos no novo estudo, embora aquele levasse cerca de 50.000 anos para fazer a transição.
Por conta dessa correspondência, o modelo “forneceria um excelente ponto de partida para projetar futuras simulações” capazes de explicar porque a reversão ocorre desta maneira.

Créditos: Hypescience

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