domingo, 18 de agosto de 2019

Esse monstruoso pinguim realmente existiu

Pesquisadores descreveram um monstruoso pinguim da altura de uma mulher adulta média que viveu no Paleoceno, cerca de 66 a 56 milhões de anos atrás, na Nova Zelândia.
O predador aquático, nomeado Crossvallia waiparensis, era maior do que o mais alto pinguim de hoje, o pinguim-imperador: 1,60 metro de altura versus 1,22 metro. Podia pesar até 80 quilos, versus 37 do pinguim-imperador.
Por incrível que pareça, este ainda não é o maior pinguim já descoberto no mundo: a honra vai para o Palaeeudyptes klekowskii, que viveu 37 milhões de anos atrás e chegava a 2 metros de altura e 115 quilos.
Os ossos do pinguim recém-descoberto foram encontrados em Waipara, Canterbury, na Nova Zelândia. A área é ideal para a descoberta de animais antigos gigantes. Outros encontrados na região incluem o maior papagaio do mundo, uma águia e um morcego enormes, o moa (uma ave não voadora) e cinco outras espécies de pinguins.
O pinguim-imperador é apenas um parente distante do Crossvallia waiparensis. A espécie mais próxima do animal seria na verdade o Crossvallia unienwillia, que também viveu durante a era geológica do Paleoceno em Cross Valley, na Antártica.
Embora sejam separadas hoje, a Nova Zelândia e a Antártica eram massas conectadas durante o Paleoceno. “Quando as espécies Crossvallia estavam vivas, a Nova Zelândia e a Antártica eram muito diferentes de hoje – a Antártica estava coberta de florestas e ambas tinham climas muito mais quentes”, disse o pesquisador Paul Scofield, curador sênior do Museu História Natural de Canterbury, na Nova Zelândia, em um comunicado.
Os ossos da perna dos pinguins Crossvallia são muito diferentes dos animais modernos. Estudos anatômicos sugerem que ou eles usavam mais os pés para nadar ou não estavam ainda adaptados para andar de pé.
O surgimento destes pinguins gigantes casa com a extinção dos dinossauros nonavianos cerca de 66 milhões de anos atrás.
Seu tamanho não é de se estranhar – ser grande, para uma ave marinha, ofereceria muitas vantagens. “Em geral, quanto maior o animal é, mais eficiente se torna em conservar o calor do corpo (muito importante nos pinguins) e mergulhar mais fundo e por períodos mais longos”, explicou Daniel Ksepka, curador do Museu Bruce em Connecticut (EUA), que não esteve envolvido na pesquisa, ao Live Science. “O tamanho grande também abre novas opções de presas e os protege de predadores menores”.
Os pinguins de hoje, por sua vez, podem não ser tão gigantes quanto os do passado por conta da competição por presas e territórios com outras espécies.
“Os paleontólogos ainda estão trabalhando nesta questão, mas um grande fator poderia ser o surgimento de pinípedes (focas e seus parentes), que começaram a se espalhar pelos oceanos na mesma época em que pinguins gigantes começam a desaparecer. Eles podem ter entrado em confronto com pinguins não apenas como predadores e competidores por presas similares, mas também por terrenos de reprodução monopolizados, necessários para o assentamento de colônias”, sugeriu Ksepka.
Exibição
Os fósseis do Crossvallia waiparensis e outras aves antigas serão exibidos no Museu Canterbury ainda este ano.

Créditos: Hypescience

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