domingo, 1 de setembro de 2019

Ancestral humano mais antigo conhecido teve a face reconstruída por cientistas

Um antigo ancestral humano que viveu há mais de quatro milhões de anos teve a face reconstruída por cientistas.
É o rosto de uma espécie conhecida como Australopithecus anamensis, um animal ainda mais antigo que a famosa Lucy – uma espécie descendente conhecida como A. afarensis.
O crânio minúsculo foi encontrado quase totalmente intacto na Etiópia em 2016 e prova que os dois primeiros hominídeos relacionados coexistiram por pelo menos 100.000 anos.
Os pesquisadores descobriram o crânio onde outrora existiu um lago, o A. anamensis tinha um cérebro pequeno com um crânio longo e estreito, mas com as maçãs do rosto proeminentes que o fazem se parecer com humanos mais recentes.
A. anamensis é o mais antigo membro conhecido do gênero Australopithecus. Acredita-se que o nosso próprio gênero, Homo, tenha evoluído desse grupo.
“O que sabíamos sobre o Australopithecus anamensis até agora era limitado a fragmentos de mandíbula e dentes isolados”, disse Yohannes Haile-Selassie, paleoantropólogo do Museu de História Natural de Cleveland, durante uma coletiva de imprensa que anunciou o achado. “Não tínhamos nenhum remanescente do rosto ou do crânio, exceto por um pequeno fragmento de perto da região da orelha.”
O rio provavelmente transportou o crânio do local onde o ancestral humano, morreu. Mas o fóssil não foi muito desgastado por sedimentos, então provavelmente não foi muito longe.
“Este espécime preenche uma lacuna importante em nosso conhecimento da anatomia craniana do Australopithecus durante este período”, disse Amélie Beaudet, paleoantropóloga da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, que não esteve envolvida na nova pesquisa. O fóssil não só revela mais sobre as mudanças no Australopithecus através do tempo, ela disse à Live Science, mas pode ajudar a iluminar as conexões geográficas entre as espécies. O crânio compartilha características do Australopithecus africanus, uma espécie extinta encontrada no sul da África, disse ela.
A descoberta apóia a ideia de que a evolução inicial dos hominídeos não era linear. Espécies nem sempre surgiram, evoluíram para novas espécies e desapareceram da face da Terra, disse Haile-Selassie. Pelo contrário, os subgrupos de hominídeos estavam provavelmente se tornando isolados da população mais ampla, cruzando e acumulando mudanças suficientes para se tornarem espécies inteiramente novas, enquanto suas espécies progenitoras sobreviviam e prosperavam em outros lugares.

Créditos: Socientífica

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