No dia 6 de agosto de 1945 uma bomba atômica norte-americana atingiu a cidade japonesa de Hiroshima, matando milhares de pessoas e impactando a vida de outras centenas. Mais de 70 anos depois, uma equipe de pesquisadores descobriu por acidente que a areia da praia vizinha à cidade é composta, até hoje, por partículas resultantes da explosão.
"Este foi o pior evento criado pelo homem, de longe ”, disse Mario Wannier, um dos responsáveis pela descoberta, em comunicado. “Na surpresa de encontrar essas partículas, a grande questão para mim era: você tem uma cidade e, um minuto depois, não tem a cidade. Havia a questão de: 'Onde está a cidade — onde está seu material?' É um tesouro ter descoberto essas partículas. É uma história incrível."
Foi em 2015 que Wannier decidiu estudar a areia que cobre a parte da costa da península de Motoujina, no Japão, mas apenas em 2019 publicou o artigo que definia, de fato, o que foi encontrado. De acordo com o geólogo, o caminho para compreender o que eram aquelas partículas analisadas foi tortuoso.
Parte da amostra analisada era comum, composta de microrganismos, fósseis e materiais rochosos normalmente encontrado nas praias. Contudo, algumas chamaram sua atenção: "Você não poderia não notar as partículas estranhas. Geralmente são aerodinâmicas, vítreas, arredondadas — essas partículas imediatamente me lembraram alguns fragmentos esféricos que tinha visto em amostras de sedimentos do limite do Cretáceo-Terciário”, afirmou Wannier. Essa época é marcada por um evento de extinção em massa planetária, incluindo a morte dos dinossauros, há cerca de 66 milhões de anos.
Entretando, analisando a areia mais detalhadamente, o geólogo e sua equipe notaram divergências de peso e aparência entre os fragmentos pré-históricos e os encontrados na praia do Japão. “Havia formas bastante incomuns. Havia ferro puro e aço. Alguns deles tinham a composição de materiais de construção", relatou o mineralogista Rudy Wenker sobre a amostra.
Aliás, foi só com a ajuda de Wenker que a equipe pôde compreender a origem daquele material. O especialista conduziu análises em raios-X da amostra com auxílio do cientista Nobumichi Tamura, cujos pais viviam a cerca de 320 quilômetros de Hiroshima na época da explosão.
Mario Wannier conta que, provavelmente, o material resultante da bomba atômica (tanto seus compostos, quanto os fragmentos de sua explosão) se misturaram na nuvem de fumaça gerada pelo artefato atômico. Dessa forma, o material decantou após certo tempo, indo parar nas praias vizinhas à região — a amostra foi recolhida a 6 quilômetros do epicentro do evento.
Wannier também disse que estudar os detritos foi uma jornada esclarecedora para ele, e espera que a publicação ressalte a importância de se estudar outros eventos do tipo. “Há mais de 70 anos esse material existe e nunca foi estudado em detalhes. Esperamos que isso desperte a atenção da comunidade científica. Esperamos que as pessoas aproveitem essa oportunidade", afirmou.
Fato é que ainda não se sabe se e quanto essas partículas são radiotivas e como podem ter afetado o solo da região. Por isso, os especialistas pretendem continuar analisando o material em busca de mais desdobramentos. Ainda assim, a equipe demonstrou empolgação com o achado: "É um tesouro ter descoberto essas partículas. É uma história incrível", contou Wannier.
"Este foi o pior evento criado pelo homem, de longe ”, disse Mario Wannier, um dos responsáveis pela descoberta, em comunicado. “Na surpresa de encontrar essas partículas, a grande questão para mim era: você tem uma cidade e, um minuto depois, não tem a cidade. Havia a questão de: 'Onde está a cidade — onde está seu material?' É um tesouro ter descoberto essas partículas. É uma história incrível."
Foi em 2015 que Wannier decidiu estudar a areia que cobre a parte da costa da península de Motoujina, no Japão, mas apenas em 2019 publicou o artigo que definia, de fato, o que foi encontrado. De acordo com o geólogo, o caminho para compreender o que eram aquelas partículas analisadas foi tortuoso.
Parte da amostra analisada era comum, composta de microrganismos, fósseis e materiais rochosos normalmente encontrado nas praias. Contudo, algumas chamaram sua atenção: "Você não poderia não notar as partículas estranhas. Geralmente são aerodinâmicas, vítreas, arredondadas — essas partículas imediatamente me lembraram alguns fragmentos esféricos que tinha visto em amostras de sedimentos do limite do Cretáceo-Terciário”, afirmou Wannier. Essa época é marcada por um evento de extinção em massa planetária, incluindo a morte dos dinossauros, há cerca de 66 milhões de anos.
Entretando, analisando a areia mais detalhadamente, o geólogo e sua equipe notaram divergências de peso e aparência entre os fragmentos pré-históricos e os encontrados na praia do Japão. “Havia formas bastante incomuns. Havia ferro puro e aço. Alguns deles tinham a composição de materiais de construção", relatou o mineralogista Rudy Wenker sobre a amostra.
Aliás, foi só com a ajuda de Wenker que a equipe pôde compreender a origem daquele material. O especialista conduziu análises em raios-X da amostra com auxílio do cientista Nobumichi Tamura, cujos pais viviam a cerca de 320 quilômetros de Hiroshima na época da explosão.
Mario Wannier conta que, provavelmente, o material resultante da bomba atômica (tanto seus compostos, quanto os fragmentos de sua explosão) se misturaram na nuvem de fumaça gerada pelo artefato atômico. Dessa forma, o material decantou após certo tempo, indo parar nas praias vizinhas à região — a amostra foi recolhida a 6 quilômetros do epicentro do evento.
Wannier também disse que estudar os detritos foi uma jornada esclarecedora para ele, e espera que a publicação ressalte a importância de se estudar outros eventos do tipo. “Há mais de 70 anos esse material existe e nunca foi estudado em detalhes. Esperamos que isso desperte a atenção da comunidade científica. Esperamos que as pessoas aproveitem essa oportunidade", afirmou.
Fato é que ainda não se sabe se e quanto essas partículas são radiotivas e como podem ter afetado o solo da região. Por isso, os especialistas pretendem continuar analisando o material em busca de mais desdobramentos. Ainda assim, a equipe demonstrou empolgação com o achado: "É um tesouro ter descoberto essas partículas. É uma história incrível", contou Wannier.
Créditos: Galileu
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